As Duas Revelações

Autor: Bernardino Nilton Nascimento

Moisés – profeta e mago – foi legislador
de textos do primeiro dos dois Testamentos;
também foi quem trouxe os Dez Mandamentos
que nos foram legados pelo Criador.

As suas próprias leis, por serem tão severas
e tendo alguns preceitos com austeridade,
não foram bem aceitas pela Humanidade
e, depois, superadas através das eras.

Foi que, nas tradições do Testamento Velho,
ele fez suas leis pra governar um povo;
enquanto Jesus, no Testamento Novo,
trazia outra missão: pregar o Evangelho.

Moisés, mesmo profeta e mago consagrado,
estava limitado à humana natureza.
Jesus, além de homem de real pureza,
tinha seu grande espírito divinizado.

Assim foi que Moisés, pelo rigor antigo,
mandava: “olho por olho e dente por dente”.
Jesus comandou de modo diferente,
mandando-nos amar ao próprio inimigo.

Os seus ensinamentos eram a sua lei,
ditados com a ternura do seu coração;
continham, em resumo, a recomendação:
“amai-vos uns aos outros como eu vos amei!”

Devido ao contraste nas duas doutrinas,
o povo, ignorante, não acreditava
que o Filho do homem se concretizava
na maior das demais revelações divinas.

E logo apareceram, no mundo profano,
diversos preconceitos e opiniões,
porque era insistência das religiões
negar Cristo divino em Jesus humano.

Foi esse o motivo - porque duvidassem
que era aquele homem o Filho de Deus -
que deu ensejo ao povo, escribas, fariseus,
Para que, injustamente, o crucificassem.

Então foi decretada a morte do Messias
e houve o mais pungente drama do Calvário
naquele sacrifício extraordinário
que dava complemento à Lei e às Profecias.

Mas desse holocausto pelos pecadores
Jesus ressuscitou e deu-nos confiança
de que seu Evangelho era a grande herança
deixada aos humildes, pobres, sofredores.

E o maior de todos os seus postulados
foi quando, ao proclamar no Sermão da Montanha
a sua divinal filosofia estranha,
Chamou aos INFELIZES de BEM-AVENTURADOS!

BNN

Publicado em 16/12/2008

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