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Estas defesas nos protegem?

Autor: Silvana Giudice
Estas defesas nos protegem?
ENTRE NESTE NOVO MUNDO
ESTAS DEFESAS NOS PROTEGEM?
by: J.A. GAIARSA


Acho que acontece o contrário;
defendemo-nos de coisas excelentes,
fabricando uma casca protetora, verdadeira couraça..


Todos criamos cascas protetoras, para nos defender dos outros.
Bichos cascudos têm pouca mobilidade, e machucam os outros.
Uma velha tradição diz que o ser humano faz tudo
para ter prazer na vida, e evitar a dor. Verdade?
Normalmente não procuramos demonstrar o
amor que sentimos, quando amamos.
Amor é ruim? Feio? Dói?
Também evitamos o choro, mesmo quando a vontade é grande.
Choro é feio? Dói?
A mulher e o homem apaixonados se encontram.
Tem vontade de pegar um na mão do outro, afagar o cabelo,
abraçar, olhar nos olhos, puxar o nariz, brincar de faz de conta,
manifestar ternura, contentemento, alegria, felicidade.
Mas em geral não fazem nada disso.
Tolhem os gestos mais espontâneos e ingênuos, que não são feios nem doem.
Dariam prazer?
De fato (e INFELIZMENTE) na hora das coisas boas ficamos cheios de dedos.
Não sabemos senti-las, muito menos nos entregar a elas.
E usamos desculpas para esconder nossa incapacidade.
Dizemos: - Não estava na hora.
- Ele não é a pessoa certa.
- O lugar não era adequado.
- O que iriam pensar?
- Não devo, não sou dessas.
Verdade que procuramos prazer e evitamos a dor?
Acho que acontece o contrário; defendemo-nos de coisas excelentes,
fabricando uma casca protetora, verdadeira couraça.
Os psicanalistas a chamam de defesa psicológica
ou mecanismo de fuga ou proteção?
Toda casca faz do indivíduo um especialista?
Ele sempre responde as incertezas do mesmo jeito.
Por isso, torna-se muito capaz numa direção, e incapaz na outra.

Alguns exemplos:

O desdenhoso sabe desdenhar espetacularmente, mas sua habilidade termina aí.

O orgulhoso é especialista em colocar-se acima das coisas, e incapaz de vivê-las.

O gozador tem grande capacidade em rir de tudo, porém, não
sente nada de importante, já que tudo é risível.

O sério julga o mundo sério demais e achata a vida. Não sabe rir.

O displicente não leva nada a sério, então, não há nada que lhe interessa.

A ingênua diz com espanto nos olhos que tudo é novo, mesmo
acontecimentos velhos de muitos anos.
E não se enriquece com acúmulo das experiências.

O cobrador vive exigindo que as pessoas cumpram sua obrigação, com
isso elimina a possibilidade (e risco) das respostas espontâneas.

O desconfiado está sempre desconfiado e afasta
as coisas boas que interpreta como malévola.

A eterna vítima é técnica em queixar-se, portanto não
se arrisca a viver uma situação agradável.

O Don Juan transforma a vida numa caçada à mulher, porém é incapaz de amar alguém.

O falador interminável teoriza sobre tudo e não vive, a vida é um dicionário.

Esses são só alguns exemplos de cascas.
Pois há tantas....e todas dificultam a vida.
Como se fossem óculos escuros, impossibilitando a visão do arco-iris.

O cavaleiro medieval, armado de imponente armadura, investe contra o índio nu.
Casca e não casca. Quem vai ganhar?
Se for preciso passar por uma ponte estreita (ou seja, por um momento difícil)
é quase impossível manter o equilíbrio com a armadura.
O índio ganha se surgir um perigo inesperado; como é que o cavaleiro se defenderá?
Ele só sabe fazer as coisas de um jeito (é um especialista).
O índio ganha.
Se acontecer um empurrão (isto é, se as pressões sociais forem muitas),
o cavaleiro não resiste e cai. O índio ganha.
Além disso, durante todo o tempo da luta, o encouraçado tem a respiração deficiente.
Em conseqüência disso, ele pensa, sente e se mexe mal, pois a casca
feita, na verdade, por tensões musculares que prendem,
como uma roupa apertada, inibe todas as expansões.
Voltando aos exemplos, como o cavaleiro encouraçado, o desdenhoso,
a vítima, o orgulhoso e os outros cascudos, especializados em suas
defesas se movem, respiram, se sentem mal, vivem mal.
Todo bicho muito cascudo,tartaruga, besouro, morre quando cai de costas.
Seria bom aprender esta lição. A casca oprime, limita e sufoca.
Nos torna burro em todas as reações que fogem a nossa especialidade.
Nos deixa tenso e sem reações de forma que deixamos a
vida passar sem ralmente vivê-la, como se passa o tempo.

Autor: J.A. Gaiarsa

Publicado em 18/09/2008


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