A maturidade

Autor Ayrton Pereira Amorim - [email protected]
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Estava aqui conversando com meu "eu" quando, de repente, me ocorreu que nós, quando crianças, com a ajuda da pureza natural que adquirimos no início da nossa evolução como seres humanos - estágio de nossa vida que nos faz dignos de sermos pequenos príncipes de nossos reinos da fantasia - temos o poder de fazer as coisas acontecer sem muito esforço.

Às vezes, liberto-me em minha imaginação e me situo em uma condição de humildade e pobreza, que a gente vê constantemente por aí quando viajamos por esse interior do nosso Brasil, em casebres envelhecidos pelo tempo e que acolhem famílias numerosas, cuja população é constituida na maioria de crianças.

Por mais pobres que sejam, em geral, as crianças são felizes, pois a inocência não lhes permite dar-se conta do que é o curso da vida. Esse mundo fantasioso - chamado de infância - em que vivem esses pequeninos seres é maravilhoso! Torna-se inesquecível, mesmo quando no entardecer do tempo, perdemos parte da memória. A infância é memorável. Quantos dias se passam sem que não se perceba que o Sol existe e brilha para nos dar a luz e que vem a noite para nos brindar com o sono de descanso. Essas pequeninas criaturas vivem alegres, pulando como cabritinhos recém-nascidos.

Os pais, esses seres sérios, que sufocam os pequeninos com excesso de amor e de zêlo, obrigam-nos a limitar suas artes, que não raras vezes são punidas - muitas vezes seriamente - mas que não interrompem uma fase, em que é inevitável o desfrute da vida, a alegria.

Quando crescemos, passamos por fases distintas e percebemos que vamos perdendo a pureza, nos tornando muito sérios. Acreditamos no que dizem, formando nossa personalidade, que tem características marcadas pelo mistério do destino e que se acentua cada vez mais, à medida em que ficamos mais velhos. Temos sempre dois caminhos a seguir e geralmente tomamos o caminho que nossa consciência escolheu depois de passarmos por adestramentos, administrados por nossos pais, com ajuda de outros seres, que influenciam no nosso caráter.

Já maiores, temos um cérebro desenvolvido que trabalha como um computador e, aí, são armazenados os dados necessários para a nossa formação intelectual e moral. Esse volumoso banco de dados é alimentado desde quando estávamos na "barriga" da mamãe. Ela é a responsável pelo que somos.

Quando o papai entra em ação nossa cabecinha já está "iniciada". Muita coisa muda, mas a base é peculiar a cada indivíduo; uma vez construída, é intocável. Por isso temos muito da mamãe e muito pouco do papai, a não ser a aparência.

Depois dos primeiros dados, dos primeiros passos, das primeiras surpresas, das primeiras alegrias, das primeiras tristezas - tudo de primeira - chegamos à fase que se chama "maturidade". E aí começamos um ciclo parecido com o dos nossos pais, com algumas alterações, com melhorias ou com "mesmismos", dependendo de uma variedade muito grande de situações, que nos foram impostas pela vida.

Dia-a-dia essas crianças, sem perceber, lentamente alcançam a maturidade e, de repente, se deparam com a situação alertada pelos pais, avisando-lhes que agora são adultos e que precisam se comportar como tal, trabalhar para o sustento deles e da família. À medida em que nos tornamos adultos, perdemos toda aquela graça de sermos puros e inocentes. Passamos a ser mais compromissados com a vida que atropela aquele que não se mexer.

As responsabilidades aumentam de acordo com o avançar da idade. A mãe Natureza nos pede que nos comportemos de uma determinada maneira, que sirvamos de exemplo ou se alcançarmos o cume, que sejamos mestres para aqueles que não têm chance de comportar-se como tal.

Dentro da lei da Natureza também está a responsabilidade de sermos úteis. Do contrário somos eliminados desta vida, para regressarmos ao recomeço do ciclo, até que saibamos como continuar com a sequência e sermos finalmente úteis. A nossa utilidade em servir é muito importante e não faz diferença se você é bom em todas as matérias; não basta ser bom e sim, ter alguém ou alguns que dependam de você, de alguma maneira, nem que seja um animal de estimação.

Quando chegamos ao ápice da vida, nós já não somos tão úteis. Nossos amigos e parentes já não nos amam tanto, como em tempos mais jovens. Nada disso há de se estranhar.

Esse ciclo é necessário para que os que ficam. Que recebam essa lição para si próprios e entreguem-se mais tarde às vontades da Natureza continuando o ciclo de purificação do espírito.

Ayrton

Texto revisado por Cris

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