O período em que estive lá não foi longo, talvez uns dois anos. Eu era jovem e idealista. Com o Salvador eu iria para a China, tínhamos sonhos aventureiros. As crianças carregavam os mais variados problemas, estávamos na década de 60, portanto, longe da tecnologia de hoje. Muitas delas tinham pouca chance de vida. Outras, alguma esperança. Foram muitas as vezes em que o Salvador não pôde ir e eu ficava só com 30 ou 40 crianças com diferentes problemas.
Eu entrava na piscina coberta, aquecida. Uma porta se abria e as crianças eram trazidas por enfermeiras e enfermeiros e colocadas na água. As enfermeiras e os enfermeiros iam embora e eu ficava só com todas aquelas crianças numa piscina de um metro de profundidade. Na parte mais funda, talvez um metro e meio. As crianças me chamavam de tio, elas ficavam na borda. Eu gostava e elas também. Todas queriam brincar, fazer exercícios e ter atenção. Todas esperavam uma recuperação, uma melhora e o meu coração doía porque o que eu via não mostrava isso. Tempos depois, sofri o acidente de carro e soube me portar com dignidade na recuperação. Dignidade que, ingenuamente, aquelas crianças tinham me ensinado... (trecho extraído do livro "Encontros e desencontros do Caminho" - Fernando Tibiriçá)
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