Estar na Terra com Alegria

Estar na Terra com Alegria
Autor Isabela Bisconcini - [email protected]
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Faço parte do grupo de plantio coletivo do Sítio Vida de Clara Luz, desde 2002. Ao longo destes anos venho aprendendo tantas coisas!  O ciclo de Vida-Morte-Vida da natureza, de renovação em continuidade. O momento propício de cada ação: tempo em que agimos em consonância com os gestos da natureza e cada gesto nosso carrega consigo intenções para o mundo interno; fazendo fora o que é preciso fazer dentro. Alinhando o nosso mandala pessoal com o grande mandala da natureza.

O tantra de Kalachakra nos diz que o mundo externo é igual ao mundo interno. Assim, abrimos novos caminhos, semeamos, florescemos, construímos mandalas, podamos, cortamos excessos, deixamos ir, rebrotamos... E construímos na natureza espaços curativos que se tornam portadores de toda a energia curativa do mundo interno, pelo poder das bênçãos de Lama Gangchen, junto com a nossa ação consciente, alinhados com o poder de cura dos cinco elementos da natureza.

O Sítio Vida de Clara Luz espelha, reflete, no mundo externo o espaço interno onde se vive a possibilidade de recuperação e de cura. Lá criamos jardins curativos e aprendemos a ler no livro da natureza. Porque vemos refletidas na natureza nossas formas e atitudes internas. E o crescimento interior tem na figura da árvore sua metáfora mais significativa: aprofundando cada vez mais suas raízes e sua conexão com a Terra, para subir em direção à luz, desabrochando em novas floradas e dando frutos. São ciclos e ciclos de movimentos contínuos, predominantemente para fora e para dentro.

Na natureza, aprendo a me alinhar com o tempo cíclico e deixar o tempo do relógio. Aprendo a perder as folhas, a cortar galhos secos, a fazer “mudas” de mim mesma, a transplantar-me, a confiar, a rebrotar, a reflorir, a amadurecer e colher minhas sementes.

Na natureza, vejo que em um mês mudou tudo! Os caminhos e espaços ficam irreconhecíveis. Se abrimos espaços e não os usamos, eles fecham e, revestindo-se em verde folha, mostram-nos a resiliência do espaço natural. É uma expressão na nossa capacidade inata de recuperação!

Sobretudo, aprendi nos plantios a alegria de estar na Terra, de trabalhar em grupo de um modo leve e companheiro, com cooperação e acolhimento, recuperando a confiança e encontrando um lugar onde é possível ser espontâneo e vulnerável. Todos nós temos feridas na nossa conexão com a Terra e feridas em relação a grupos. Sentimos falta da união com a Terra e da alegria que vem disso. Imagens de celebrações na natureza (como grandes almoços debaixo de uma árvore) são arquetípicas, e nos trazem os ecos do tempo em que sentíamos a presença dos elementos de forma harmoniosa.

Temos ainda no nosso repertório de imagens humanas, a de trabalhar na Terra em grupo cantando e rindo. Estas são experiências de alegria junto à Terra que foram suplantadas pela atitude de explorar, escavar, e empobrecer a Terra. E assim, nos autodestruímos. Por isso como diz Peter Webb, “recuperamos a Terra quando temos sentimentos e experiências de alegria com ela, assim curamos a Terra da sua experiência de dor e das memórias de dor que ficaram gravadas nela”.

No Sítio Vida de Clara Luz, tenho recuperado a minha sensação de saúde e equilíbrio e apesar da gente trabalhar firme, sempre saímos renovados!   E ainda temos o prazer de ver crescer e apreciar as rosas, lavandas, lírios, tangerinas, alecrins, laranjas, lichias, girassóis, oréganos, pimentas, rúculas, alfaces, tomates e tantas, tantas outras delícias que plantamos!!!  

Agradeço à Bel Cesar e Peter Webb pela existência deste espaço e pela alegria de poder aprender na natureza!!! Obrigada!

www.vidadeclaraluz.com.

Texto revisado por: Cris


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Conteúdo desenvolvido por: Isabela Bisconcini   
Isabela Bisconcini é Psicóloga Clínica e Consteladora Sistêmica. Terapeuta EMDR. Terapeuta Floral, Reiki II, NgalSo Chagwang Reiki, AURA-SOMA. Deeksha Giver. Dedicou-se por 25 anos ao estudo da psicologia budista e prática do Budismo Tibetano. Participou do Centro de Dharma da Paz desde 1988, quando Lama Gangchen Rinpoche o fundou.
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