CONSCIÊNCIA, MEU!

Autor Ayrton Pereira Amorim - [email protected]
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Quando nos propomos a escrever sobre algo, sobram assuntos. Nos dias de hoje, os assuntos que estão em evidência, referem-se à consciência e à mentira. Duas matérias de absoluta importância, tão sérias e nossa fraca humanidade não se dá conta ou não está nem aí.

Lembro-me quando estudava em um seminário, onde uma das qualidades exigidas pelos padres superiores - inclusive estava escrito no livro de regras, uma espécie de estatuto do colégio - que era mandatório o dom da consciência. Essa característica era determinante para ser um bom padre.

Volta e meia nos referíamos à "falta de consciência" como mal comportamento, passível de castigo sério. Os castigos variavam. Era vergonhoso e frustrante por exemplo, ficar de joelhos em frente de um pequeno altar onde estava um Cristo crucificado enorme que ficava olhando para a gente como que dizendo: "Você, aqui outra vez?"

Outro castigo que nos deixava chateados era escrever 100, 200 ou até 5000 vezes uma frase, que se fixava em nossa mente, pelo efeito de tanta repetição; tudo em prol da disciplina, que era uma verdadeira lavagem cerebral. Geralmente era uma frase feita propositadamente longa, para castigar mesmo.

Em nome da consciência, sempre que cometíamos faltas éramos obrigados a expor tudo o que havia ocorrido, relatando toda a estória sem omitir nada. Ficávamos orgulhosos de contar a verdade e mostrar que "tínhamos consciência", mesmo que fôssemos castigados.

Permaneci nesse seminário três anos consecutivos (sem ir para casa) e ao regressar à casa, decidi não mais voltar ao seminário devido à "falta de vocação". Ainda bem!

Porém, esses três anos foram muito importantes para minha educação, pois nessa quase prisão aprendi o valor do bom comportamento; aprendi como usar garfo e faca, à moda francesa; aprendi como fazer higiene pessoal; obediência; "ter consciência" e outros parâmetros disciplinares, que todo ser humano deveria ter a oportunidade de pelo menos conhecer. Não me arrependo.

A consciência é um estado mental que nos permite sermos sinceros conosco mesmos e com os outros. A falta de consciência determina a mentira. A mentira é uma artimanha que usamos para tentar esconder os nossos erros ou algo que não queremos que os outros saibam. Existem mentiras que podem causar danos drásticos de proporções gigantescas, capazes de influenciar a própria natureza das coisas.

A "falta de consciência" gera a mentira e esta é passível de castigo, sem ser imposto por ninguém. A própria consciência se encarrega de julgar, condenar e punir, através da mente, do pensamento.

Não preciso dizer que, é muito importante passar essa experiência aos mais novos, principalmente às crianças. Meu velho costumava dizer que, se você pretende educar uma criança, faça-o antes da puberdade, ou seja, até os oito anos. Entre oito e quinze anos de idade, é o período de assimilação da educação. Após a puberdade, você não terá sucesso na educação, porque a consciência já está feita. Por mais bem intencionado que você seja aqueles diálogos não servem para nada, se você não preparou ou educou a criança antes da puberdade.

Nesse período importante da vida, há necessiade de ensinar aos filhos, a importância da consciência. Ser sincero e evitar a mentira. Porque os padrões ensinados através do exemplo dado pelos outros, é frustrante e decepcionante.

Vocês devem perceber que me refiro aos fatos acontecidos ultimamente no nosso país, provocados por pessoas que deveriam ser exemplos de honestidade, já que lidam com o destino de um país, de um povo. Eles não têm absolutamente nenhuma consciência. Como o destino é feito de conseqüências do passado e comportamentos do presente, o futuro para eles é uma punição que suas próprias consciências estão preparando.

Nós não queremos isso para nossos filhos, porisso é melhor prepararmos agora um suposto destino para eles. Educando-os como se deve. Mesmo que tenhamos a tendência de sermos corruptos. Sempre se ensina aos outros baseado nas experiências de vida. E sabemos o que é certo e o que é errado. Apenas somos negligentes, às vezes.

Ayrton

Texto revisado por Cris

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