Magnetizar pelo Complexo X Magnetizar pelo Self - De Onde Vêm os Fenômenos que Experimentamos?

Magnetizar pelo Complexo X Magnetizar pelo Self -   De Onde Vêm os Fenômenos que Experimentamos?
Autor Isabela Bisconcini - [email protected]
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Certa noite, era setembro de 2007, sonhei que encontrava com Ruth Toledo Altschuler, iniciadora de tantos na Terapia Floral. Era um curso, ela dava a cada um uma folha em branco, como um sulfite, mas grosso como um grande algodão prensado e retangular (algo como um mata borrão) e dentro desta folha havia um imã. O exercício era que devíamos colocar a folha em frente ao coração, e pensar intensamente em algo que queríamos. Ela demonstrava: ao concentrar-se na sua intenção, a folha começava a mexer-se e algo se destacava como se fosse um recorte na folha, uma figura que vai se soltando do fundo. Era a nossa vez: havia uma certa ansiedade no ar, se conseguiríamos ou não realizar a proposta. Começo, concentro-me e fico respirando no coração... e não é que depois de algum tempo minha folha começa a mover-se e dela começa a se formar um recorte de uma figura que vai se destacando do fundo? Uma flor branca começa a desabrochar naquele papel, um misto de dobradura com recorte. É uma alegria imensa conseguir! Bem, o curso de fato aconteceu semanas depois e ela entregou, de fato, uma folha em branco a cada um para uma vivência.

Nos cursos com a Ruth aprendi que, ao longo das várias encarnações, a alma vai acumulando experiências por similaridade de afeto (tonalidade emocional). Elas são atraídas por padrões que magnetizam os eventos que vivemos. A alma fica pesada como se estivesse com uma armadura ou um manto de cracas e tudo o mais que veio se acumulando ao longo das várias vidas, a partir desse imenso sistema de crenças limitadoras que viemos construindo. A vivência do curso consistia em imaginarmos que nos banhávamos num rio de águas curadoras e que nossas dores, acumuladas de vida a vida nesse grande e pesadíssimo manto criado a partir das crenças, iam sendo dissolvidas e levadas com a água, e íamos liberando o peso (LIBERA-DOR) até que ficasse apenas um desenho leve como uma rede fina de luz, a configuração original, como planta de arquiteto (a intenção original do Ser). Era a oportunidade de jogar todo o peso acumulado fora! Havia muitas caixas de lenços de papel rodando pela sala, lenços que absorviam as tantas lágrimas dessas águas curativas que redimiam e liberavam nossas dores (como a folha grossa de algodão do sonho!).

Fala-se muito em atração e magnetismo. A palavra complexo como definiu Jung significa idéia de forte assento (de assentamento) emocional no nosso psiquismo, que nos faz reagir de maneira específica quando disparado. Isso equivale a dizer que estamos mantendo uma conversa em bom tom e quando algo, ou alguém, se aproxima do nosso complexo, ele toma posse do que vemos e de como percebemos as coisas. De fato, lembro-me de minha antiga analista dizendo: "onde temos complexos não lemos a realidade como ela se apresenta naquele momento".

Podemos dizer então que o nosso complexo nos engole. Jung usava a palavra "possessão" para eles; ficamos "possuídos pelos nossos complexos" e somos tanto mais doentes, quanto mais eles nos capturam. Qualquer coisa que nos tire do sério e desperte uma tonalidade afetiva mais intensa tem a presença de um complexo, de forma que podemos ter atitudes totalmente inadequadas (distorcidas) baseados neles. Jung dizia: "a questão não é que possuímos complexos, mas que nossos complexos nos possuem"; somos capturados pelo personagem e pelo drama. Perdemos a razão, agimos de forma passional, achamos que estamos certos e acumulamos mais dele: mais experiências que se encaixam no mesmo padrão. Até aqui nada de novo.

O que talvez seja menos comum é notarmos a dimensão física disso. É percebermos que nossos complexos têm poder magnético e gravitacional; têm um campo de atuação em nossas vidas. Eles é que são os imãs que atraem o fenômeno que chegará a nós. Eles é que fazem a alma ficar pesadíssima tendo acumulado na nossa configuração original todo o peso das dores. Esses imãs atraem inevitavelmente o que passa no campo. E vivemos sempre a mesma qualidade de manifestação. É como se os fenômenos ficassem orbitando em torno desse poderoso ímã de atração. Ao emanarmos determinados aspectos nossos, atraímos os fenômenos que os complementam. Plug e Tomada. Ímã que atrai ímã. Baixa auto-estima atrai abusador, assim como lixo atrai ratos e baratas (a questão do lixo é o descaso e menosprezo com que é tratado: ficando exposto, aberto e desprotegido atrai aproveitadores).

Mas todos nós temos complexos. Até porque na configuração original (a planta das nossas intenções originais) queríamos aprender e aceitamos as experiências! Mas o peso foi se criando por construirmos crenças a partir de conclusões equivocadas. Assim, o núcleo do complexo terá a crença que o sustenta e que aparecerá com texto ("sou uma burra" por exemplo), imagem, emoção e uma sensação no corpo (tudo junto e ao mesmo tempo) e ali há um arquivo enorme de memórias que corroboram essa visão de si e do mundo a ser deletado, re-significado, descontaminado e desmagnetizado (o pesado manto que carregamos e que deverá ser liberado). É esse o poder de emanação e atração dos campos dos complexos. No campo das infinitas possibilidades o complexo age de um jeito "fominha"; ele salta primeiro e determina o que atrairei para minha vida, com base no seu poder físico de magnetizar.

A questão é: O Self, quem somos em essência, a partir da nossa harmonia, beleza intrínseca e da ordem natural, também tem poder de magnetizar os fenômenos que viveremos na nossa vida; ou seja, quando atraímos eventos de acordo com nosso propósito maior, do Centro, nosso Eu mais profundo e verdadeiro: quando colocamos a folha em frente ao nosso coração e magnetizamos nossas experiências a partir da nossa intenção original e desse campo de força! E, assim, vemos desabrochar uma outra realidade à nossa frente. Só que se nem temos contato com o Self, se não o reconhecemos, nem ressoamos com ele, como queremos atrair e magnetizar para nossas vidas experiências a partir dele? E, sobretudo, se ainda não desmagnetizamos os ímãs "fominhas" dos complexos... como fazer?

Mas quando tira-se o peso da dor, soltando as cracas do manto, ou seja, quando desmagnetizamos o poder de atração de um complexo (através de tantos métodos terapêuticos que trazem o aprendizado), a configuração original aparece, passamos a entender o que precisávamos aprender através das experiências, e passamos a magnetizar pela configuração original. Pelo ímã do coração!

A Vontade maior dentro de nós é o nosso Desejo por realização e manifestação. Uma vez achado esse norte, essa bússola que tem poder magnético (!!!), tudo muda de rumo em nossa vida!

Vivemos um tempo em que temos a real possibilidade de despotencializar a força dos complexos e aprender a magnetizar pelo coração. É preciso que aprendamos a magnetizar a partir do mais profundo em nós, do propósito que em nós pede manifestação. E precisamos aprender rápido!

É na vida vivida que veremos o recorte da flor desabrochando bem no centro do peito!

Texto revisado por: Cris

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Conteúdo desenvolvido por: Isabela Bisconcini   
Isabela Bisconcini é Psicóloga Clínica e Consteladora Sistêmica. Terapeuta EMDR. Terapeuta Floral, Reiki II, NgalSo Chagwang Reiki, AURA-SOMA. Deeksha Giver. Dedicou-se por 25 anos ao estudo da psicologia budista e prática do Budismo Tibetano. Participou do Centro de Dharma da Paz desde 1988, quando Lama Gangchen Rinpoche o fundou.
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