TIPOS DE ESQUIZOFRENIA

TIPOS DE ESQUIZOFRENIA
Autor Aurora de Luz - [email protected]
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Alguns investigadores crêem que a esquizofrenia é uma perturbação isolada, enquanto outros pensam que é uma síndrome (um conjunto de sintomas baseados em numerosas doenças subjacentes). Foram propostos subtipos de esquizofrenia num esforço para classificar os doentes em grupos mais uniformes. No entanto, num mesmo doente, o subtipo pode variar ao longo do tempo.

- A ESQUIZOFRENIA PARANÓIDE caracteriza-se por uma preocupação por delírios ou alucinações auditivas; a expressão desorganizada e as emoções inadequadas são menos marcadas.
- A ESQUIZOFRENIA HEBEFRÊNICA OU DESORGANIZADA caracteriza-se por expressão desorganizada, comportamento desorganizado e emoções diminuídas ou inapropriadas.
- A ESQUIZOFRENIA CATATÔNICA caracteriza-se por sintomas físicos como a imobilidade, a atividade motora excessiva ou a adoção de posturas inabituais.
- A ESQUIZOFRENIA INDIFERENCIADA caracteriza-se, muitas vezes, por sintomas de todos os grupos: delírios e alucinações, alteração do pensamento e comportamento inabitual e sintomas negativos ou por déficit.
- Mais recentemente, classificou-se a esquizofrenia de acordo com a presença e a gravidade dos sintomas negativos ou por déficit. Nas pessoas com o SUBTIPO NEGATIVO OU DEFICITÁRIO DE ESQUIZOFRENIA são predominantes os sintomas negativos, como a frieza das emoções, a ausência de motivação e a diminuição do sentido de proteção.
- Nas pessoas com ESQUIZOFRENIA NÃO DEFICITÁRIA OU PARANÓIDE predominam os delírios e as alucinações, mas em ocasiões raras podem apresentar-se alguns sintomas negativos. No conjunto, as pessoas com esquizofrenia não deficitária tendem a ser menos gravemente incapacitadas e a responderem melhor ao tratamento.

**DIAGNÓSTICO**

Não existe uma prova de diagnóstico definitiva para a esquizofrenia. O psiquiatra elabora o diagnóstico baseando-se numa avaliação da história da pessoa e da sua sintomatologia. Para estabelecer o diagnóstico de esquizofrenia, os sintomas devem durar pelo menos 6 meses e associar-se à deterioração significativa do trabalho, dos estudos ou do desenvolvimento social. A informação procedente da família, dos amigos e dos professores é com frequência importante para estabelecer quando a doença começou.

O médico deverá afastar a possibilidade de os sintomas psicóticos do doente serem causados por uma perturbação afetiva. Com frequência, efetuam-se análises de laboratório para excluir o abuso de substâncias tóxicas ou uma perturbação subjacente de tipo endócrino ou neurológico que possa ter algumas características de psicose. Exemplos deste tipo de perturbações são os tumores cerebrais, a epilepsia do lobo temporal, as doenças auto-imunes, a doença de Huntington, as doenças hepáticas e as reações adversas aos medicamentos.

As pessoas com esquizofrenia têm anomalias cerebrais que podem ser vistas numa tomografia axial computadorizada (TAC) ou numa ressonância magnética (RM). No entanto, os defeitos não são suficientemente específicos para ajudar o diagnóstico de esquizofrenia num paciente isolado.

**PROGNÓSTICO**

A curto prazo (1 ano), o prognóstico da esquizofrenia está intimamente relacionado com o grau de fidelidade com que a pessoa cumpre o plano do tratamento farmacológico. Sem tratamento farmacológico, 70 % a 80 % das pessoas que experimentaram um episódio de esquizofrenia manifestam durante os 12 meses seguintes um novo episódio. A administração continuada de medicamentos pode reduzir para cerca de 30 % a proporção de recaídas.

A longo prazo, o prognóstico da esquizofrenia varia. De um modo geral, um terço dos casos consegue uma melhoria significativa e duradoura, outro terço melhora de certo modo com recaídas intermitentes e uma incapacidade residual e outro terço experimente uma incapacidade grave e permanente. São fatores associados a um bom prognóstico o começo repentino da doença, o seu início na idade adulta, um bom nível prévio de capacidade e de formação e o subtipo paranóide ou não deficitário. Os fatores associados a um mau prognóstico incluem um começo em idade precoce, um pobre desenvolvimento social e profissional prévio, uma história familiar de esquizofrenia e o subtipo hebefrênico ou o deficitário.
A esquizofrenia tem um risco associado de suicídio de 10 %. Em média, a esquizofrenia reduz em 10 anos a esperança de vida.

**TRATAMENTO**

Os objetivos gerais do tratamento são os seguintes: reduzir a gravidade dos sintomas psicóticos, prevenir o reaparecimento dos episódios sintomáticos e a deterioração associada do funcionamento do indivíduo e administrar um apoio que permita ao doente um funcionamento ao máximo nível possível. Os fármacos antipsicóticos, a reabilitação e as atividades com apoio comunitário e a psicoterapia são os três componentes principais do tratamento.

Os MEDICAMENTOS ANTIPSICÓTICOS podem ser eficazes para reduzir ou eliminar sintomas como os delírios, as alucinações e o pensamento desorganizado. Uma vez que os sintomas do surto agudo tenham desaparecido, o uso continuado dos medicamentos antipsicóticos reduz substancialmente a probabilidade de episódios futuros. Infelizmente, os fármacos antipsicóticos têm efeitos adversos significativos, como sedação, rigidez muscular, tremores e aumento de peso. Estes fármacos também podem causar discinesia tardia, movimentos involuntários freqüentemente dos lábios e da língua e contorções dos braços e das pernas. A discinesia tardia pode manter-se mesmo depois de se interromper a administração do fármaco. Para estes casos persistentes não existe tratamento eficaz.

A REABILITAÇÃO E AS ATIVIDADES DE APOIO são dirigidas para ensinar as destrezas necessárias para conviver na comunidade. Estas destrezas permitem às pessoas com esquizofrenia trabalhar, fazer compras, cuidar de si mesmas, manter uma casa e relacionar-se com outras pessoas. Embora possam ser necessárias a hospitalização durante as recaídas graves e a hospitalização forçada se o doente representar um perigo para si mesmo ou para outros, o objetivo geral é conseguir que as pessoas com esquizofrenia vivam dentro da comunidade. Para conseguir este objetivo algumas pessoas podem necessitar de viver em apartamentos vigiados ou em grupos com alguém que possa assegurar que tomam a medicamentação prescrita.
Um pequeno número de pessoas com esquizofrenia são incapazes de viver de modo independente, porque têm sintomas de irresponsabilidade grave ou porque não possuem as destrezas necessárias para viver na comunidade. Estas pessoas necessitam de uma atenção continuada num ambiente seguro com apoio.

A PSICOTERAPIA é outro aspecto importante do tratamento. Geralmente, o objetivo da psicoterapia é estabelecer uma relação de colaboração entre o doente, a família e o médico. Desse modo, o doente pode compreender e aprender a manejar a sua doença, a tomar os medicamentos antipsicóticos como lhe foram prescritos e a tratar as situações estressantes que possam agravar a doença.

Vide também “Esquizofrenia”: link


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