Abusos no Casamento - Até quando você vai aguentar?

Abusos no Casamento - Até quando você vai aguentar?
Autor Aurora de Luz - [email protected]
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O ABUSO NO RELACIONAMENTO INTERPESSOAL ÍNTIMO TEM EFEITOS DANOSOS MARCANTES NA QUALIDADE DE VIDA, NA SAÚDE FÍSICA E EMOCIONAL.

É fato sabido que as relações íntimas, maritais, coabitacionais ou de namoro são, por vezes, pautadas pela presença de algum tipo de disfunção e, não raro, de abuso franco.
O abuso no relacionamento interpessoal íntimo tem efeitos danosos marcantes na qualidade de vida, na saúde física e emocional. Tem sido freqüente o comportamento abusivo no relacionamento íntimo, com prevalência variada em diversos países e através de alguns tipos de abuso, como por exemplo, abusos físico, sexual e psicológico.
Entre os estudos e reflexões sobre o comportamento abusivo na vida íntima e/ou conjugal existe a teoria da vinculação afetiva na infância, enfatizando o impacto da qualidade das relações familiares e o impacto de eventuais abusos sofridos durante a infância, os quais, por sua vez, interfeririam na qualidade do relacionamento com o companheiro na idade adulta.

INCIDÊNCIA ACIMA DO QUE SE SUSPEITA

Incidência de comportamento abusivo no relacionamento íntimo é um dado difícil de se pesquisar, notadamente porque existe uma tendência a ocultar esse tipo de comportamento dos demais. NA MAIORIA DAS VEZES O RELACIONAMENTO NÃO SE DESFAZ PORQUE O COMPANHEIRO(A) NÃO ABUSIVO(A) INSISTE EM ACREDITAR QUE, DE UMA HORA PARA OUTRA, MEDIANTE AMOR, CARINHO, COMPLACÊNCIA E TOLERÂNCIA, HAVERÁ UMA GRANDE MUDANÇA NA PERSONALIDADE DO OUTRO, QUE PASSARÁ A SER A PESSOA IDEAL. O que leva a perpetração do abuso com sérias conseqüências para o companheiro (a) não abusivo(a).

ABUSO FÍSICO; COMUM EM MUITOS PAÍSES.

O uso de ameaça, força física ou restrição imposta a outro no sentido de coagir, obrigar, castigar, causar dor ou injúria é um abuso físico.
Ao contrário do que se acredita, abusar fisicamente não é monopólio do sexo masculino.
Quando as vítimas são homens, normalmente a violência física não é praticada diretamente, tendo em vista a habitual maior força física dos homens. Havendo intenções agressivas por parte da mulher, esses atos podem ser cometidos por terceiros, como por exemplo, parentes da mulher ou profissionais contratados para isso. Outra modalidade são as agressões que tomam o homem de surpresa, como por exemplo, durante o sono.

ABUSO PSICOLÓGICO

O abuso psicológico é um padrão de comunicação, verbal ou não, com a intenção de causar sofrimento psicológico em outra pessoa, segundo Straus, citados por Carla Paiva e Bárbara Figueiredo. Muitas vezes o abuso psicológico é a única forma de abuso entre o casal, talvez por se tratar de uma atitude menos detectada como POLITICAMENTE INCORRETA.

O ABUSO PSICOLÓGICO É, ÀS VEZES, TÃO OU MAIS PREJUDICIAL QUE O ABUSO FÍSICO, e se caracteriza por rejeição, depreciação, discriminação, humilhação, desrespeito e punições exageradas. Não é um abuso perpetrado predominantemente pelos homens, como é o caso do abuso físico. Ele existe em iguais proporções em homens e mulheres. Trata-se de uma agressão que não deixa marcas corporais visíveis, mas emocionalmente causa cicatrizes indeléveis para toda a vida.

Um tipo comum de abuso psicológico é a que se dá sob a autoria dos comportamentos histéricos, cujo objetivo é mobilizar emocionalmente o outro para satisfazer a necessidade de atenção, carinho e adulação. A intenção do(a) agressor(a) histérico(a) é mobilizar o outro(a) tendo como chamariz alguma doença, alguma dor, algum problema de saúde, enfim, algum estado que exige atenção, cuidado, compreensão e tolerância.

Outra forma de abuso psicológico é fazer o outro se sentir inferior, dependente, culpado ou omisso é um dos tipos de agressão emocional dissimulada mais terríveis. A mais virulenta atitude com esse objetivo é quando o agressor faz tudo corretamente, impecavelmente certinho, não com o propósito de ensinar, mas para mostrar ao outro o tamanho de sua incompetência.

AGRESSÕES PSICOLÓGICAS

São aquelas que, independentemente do contato físico, ferem moralmente. A Agressão Psicológica, como nas agressões em geral, depende do agente agressor e do agente agredido. Quando não há intencionalidade agressiva e o agente agredido se sente agredido, independentemente da vontade do agressor, a situação reflete uma sensibilidade exagerada de quem se sente agredido.

Havendo intencionalidade do agressor, o mal estar emocional produzido por sua atitude independe da eventual sensibilidade aumentada do agente agredido e outras pessoas submetidas aos mesmos estímulos, se sentiriam agredidas também.

A AGRESSÃO PSICOLÓGICA É ESPECIALIDADE DO MEIO FAMILIAR, e muito possivelmente, dos demais relacionamentos íntimos, chegando-se ao requinte de agredir intencionalmente com um falso aspecto de estar fazendo o bem ou de não saber que está agredindo. O simples silêncio pode ser uma agressão violentíssima. Isso ocorre quando algum comentário, uma posição ou opinião é avidamente esperado e a pessoa, por sua vez, se fecha num silêncio sepulcral, dando a impressão politicamente correta de que “não fiz nada, estava caladinho em meu canto.... "Dependendo das circunstâncias e do tom como as coisas são ditas, até um simples “acho que você precisa voltar ao seu psiquiatra” é ofensivo ao extremo, assim como um conselho falsamente fraterno, do tipo “não fique nervoso e não se descontrole”.

NÃO É O FREQÜENTE, NO RELACIONAMENTO ÍNTIMO, A AGRESSÃO SEM INTENCIONALIDADE DE AGREDIR, ou seja, a agressão que é sentida pelo agente agredido, independentemente da vontade do agressor. Normalmente, pelo fato da família ser um grupo onde seus membros têm pleno conhecimento da sensibilidade dos demais, mesmo que a situação de agressão refletisse uma sensibilidade exagerada de quem se sente agredido, o agressor não-intencional deveria ter plena noção das conseqüências de seus atos. PORTANTO, ARGUMENTAR QUE “NÃO SABIA QUE VOCÊ ERA TÃO SENSÍVEL” É UMA JUSTIFICATIVA HIPÓCRITA.

As atitudes agressivas refletem a necessidade de uma pessoa produzir alguma reação negativa em outra, despertar alguma emoção desagradável. As razões dessa necessidade são variadíssimas e dependem muito da dinâmica própria de cada família. Podem refletir sentimentos de mágoa e frustrações antigas ou atuais, podem refletir a necessidade de solidariedade emocional não correspondida (estou mal logo, todos devem ficar mal), podem representar a necessidade de sentir-se importante na proporção em que é capaz de mobilizar emoções no outro.... Enfim, cada caso é um caso.


O certo é que, se não forem refreadas por parte do individuo não abusivo(a) levará a perpetração do abuso com sérias conseqüências.

“É MELHOR ENCARAR UMA VERDADE DOLORIDA DO QUE VIVER UMA DOCE ILUSÃO”. Insistir em acreditar que, de uma hora para outra, mediante amor, carinho, complacência e tolerância, haverá uma grande mudança na personalidade do outro, que passará a ser a pessoa ideal é uma ilusão, e encarar a dor da separação é preferível e menor doloroso do que o futuro que você terá ao lado dessa pessoa.

É o que a sabedoria de nossos avós diziam “Não se case com alguém antes de vê-lo (a) doente, estressado(a) ou nervoso(a)”.

Fonte Bibliográfica:
Ballone GJ, Moura EC - Abuso nos Relacionamentos Íntimos - in. PsiqWeb, Internet, disponível em link


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