Regressão: Necessidade ou apenas Curiosidade? - Parte I

Regressão: Necessidade ou apenas Curiosidade? - Parte I
Autor Priscila Gaspar - [email protected]
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    Um rapaz jovem me telefonou, curioso a respeito de Regressão a Vidas Passadas. Disse que tinha muitas dúvidas existenciais e por isso gostaria de fazer regressão para ter provas da existência da vida após a morte. Expliquei que a regressão fornece inúmeros indícios da continuidade da vida ao longo de várias encarnações, porém não há como provar se os fenômenos experimentados são reais ou imaginários. Enfatizei que cabe a cada um concluir se o que viu, sentiu e percebeu seria ou não fruto de sua imaginação.

   O rapaz insistiu e então expliquei a ele que não realizo regressão apenas por curiosidade, mas sim, dentro de um processo psicoterapêutico que visa reequilibrar a pessoa e melhorar a qualidade de vida. Assim, se ele não apresentasse distúrbios psicoemocionais a serem tratados, não haveria porque se submeter ao processo.
Então, ele me disse que a idéia da morte o assustava, e que tinha dificuldades para dormir em conseqüência disso. Acreditava que apenas esse processo poderia lhe tranqüilizar ao demonstrar a existência da reencarnação.
Nesse momento, percebi a angústia em que ele vivia diante da idéia da morte como um fim, calcado na visão científica cuja metodologia não permite pesquisar o que há além do mundo material tangível.

   Combinamos então de realizar o processo, tendo ele a consciência de que não haveria provas, nem garantia de que ele conseguiria atingir seus objetivos.

   Na primeira sessão pedi que me contasse sobre sua vida e deixei que falasse à vontade sobre seus medos, angústias e desejos. Contou-me que era filho único, criado com muito carinho. Sentia forte ligação com o avô materno, que não chegou a conhecer, mas com quem sonhava às vezes. Disse que era parecido com o avô, tinha muitos aspectos da personalidade em comum com ele. Percebi que havia uma suspeita dele ter sido esse avô em encarnação anterior, mas não comentei nada, deixei que ele falasse à vontade, sem intervir. Fizemos um relaxamento e percebi que, apesar da ansiedade e tensão, ele reagia bem aos meus comandos de voz.

   Na segunda sessão falou sobre sua infância, adolescência, o complexo de inferioridade que teve dos 9 aos 13 anos de idade, mas que havia superado. Contou sobre seus pais e sobre suas indagações metafísicas e dúvidas existenciais. No relaxamento se saiu melhor que da primeira vez e atribuiu isso ao efeito dos florais que eu havia prescrito na semana anterior.

   Na terceira sessão falou sobre seus interesses a respeito da aura, vivências extra-corpóreas e outros temas. Procedemos à Técnica do Resgate da Criança Interior para harmonizar os aspectos emocionais ligados à infância. Foram trabalhadas as idades de 9 meses, 2 anos e 6 anos, com muita emoção.

   Na quarta sessão procedemos a uma regressão, utilizando relaxamento induzido para atingir o estado alfa (estado hipnoidal leve). Inicialmente ele teve certa dificuldade de visualizar, mas aos poucos foram se formando imagens de um prédio comercial grande, numa metrópole, que ele identificou como São Paulo, ano de 1978.
“Está tudo escuro. Agora está clareando. Vejo um prédio grande, numa cidade bem grande. Não conheço a cidade, parece ser São Paulo.” O prédio tem paredes de vidro e lá dentro ele vê um homem trabalhando arduamente, com papéis e arquivos. Já é noite e o prédio está quase todo vazio. 

   “Agora vejo dentro do prédio. É um escritório, tem um homem lá, usando roupa social, mexendo em documentos, arquivos. Há um jornal sobre a mesa, não vejo direito a data, mas é do ano de 1978.” Vê o homem pegar uma pasta e sair apressado do escritório. Ao chegar à rua ele caminha entre vários transeuntes e sua mente parece perturbada pelo excesso de atividades.

   “O homem sai do escritório, agora está num meio de transporte, em pé, segurando. Não sei se é um ônibus, vagão de trem ou de metrô. Está tudo escuro novamente, não estou vendo, mas sei que aconteceu um acidente... Agora ele está internado num hospital, cheio de tubos, fios. Tem um aparelho que mostra os batimentos cardíacos, eles estão fracos, quase parando... Parou! Ele se desprende do corpo, não está entendendo muito bem o que aconteceu. Vejo duas entidades luminosas, não dá pra ver rosto. Elas o acompanham até um outro local, um plano mais além. Chegando lá tomam aparência humana. Falam comigo através de pensamentos. Eu sou esse homem!!! Eles dizem que não cumpri tudo o que havia me proposto nessa encarnação, por isso terei de voltar logo. Fui bem sucedido profissionalmente e materialmente, mas não constituí família e faltou olhar para os outros, para os mais necessitados .“ Arrepende-se de não ter buscado constituir família. Percebe o quanto foi egoísta e o quanto faltou com a caridade e amor ao próximo. 

   “Depois eles me encaminham para preparar a encarnação atual. Não conheço meus pais, mas são escolhidos com carinho, dentro daquilo que necessito aprender: pessoas boas, humildes, com fortes valores familiares e cristãos, de uma cidade pequena no interior de MG”.

   Após essa sessão, ele já estava se sentindo mais seguro e confiante, declarando não mais ter medo da morte. Suas percepções do desencarne e da preparação para a encarnação atual, no espaço entre vidas, são tão reais que ele descarta a hipótese de tê-las fantasiado.

Continua em "Regressão: Necessidade ou apenas Curiosidade? - Parte II"

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Conteúdo desenvolvido por: Priscila Gaspar   
Priscila Gaspar é Psicanalista, Terapeuta de Regressão e Terapeuta de Casais, com especialização em Sexualidade Humana. Atende em psicoterapia individual e de casal.Contato: [email protected]
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