Repetição dos Problemas ou Destino? - Parte II

Repetição dos Problemas ou Destino? - Parte II
Autor Marcia Regina Aurichio - [email protected]
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Continuação...

Ou seja, estamos chegando num lugar onde as coisas e pessoas já têm histórias e estas vêm sendo desenvolvidas e desenroladas como uma TRAMA. E simplesmente nascemos no meio de tudo isto, ou seja, de HISTÓRIAS. Daí é que vem aquela voz interna, aquelas sensações que nos acompanham durante a vida. Porque a criança quando nasce, traz sua inconsciência total e nesta serão impressas as informações e sensações vivenciadas desde sua concepção, a ritualização do parto, o próprio nascimento e, a partir daí, a forma como se desenvolve, como se relaciona com o meio e este com ela. O inconsciente é um verdadeiro mata-borrão virgem, que ao longo da vida absorverá manchas. E é a elas que se dá o nome de destino.
Lidar com o destino é lidar com essas manchas! Ele se cumpre no conceito usual quando o evitamos. Mas como podemos evitar algo do qual sequer temos consciência, só temos sensação e/ou emoção? E o que fazemos? Nós sempre procuramos fugir disto. E carregamos dentro de nós – o tempo todo – tudo aquilo do qual fugimos.
Mudamos o destino quando tomamos consciência desta imagem e todas as implicações que ela acarreta, são os nossos lugares comuns, os medos e, geralmente, o que mais repetimos. Por isso, precisamos saber qual imagem nos foi impressa e o repertório que desenvolvemos a partir dela.
Afirmo que temos o potencial para vermos e dissolvermos esta imagem, mudando o curso do “nosso destino”, reconhecendo e, posteriormente, modificando nosso manual de interpretações, estabelecido por associações no inconsciente.
Bem, voltando ao exemplo hipotético: Fulana A tem um relacionamento excelente com sua mãe, Fulana B. Ele é de cumplicidade, alegria e de muita união. Fulana A está grávida de Fulana C. Os seis primeiros meses de gestação foram de muita harmonia, até o exato momento em que Fulana A descobre que sua mãe está muito doente, com câncer, em estágio terminal. O que ocorre? A mãe da criança, no ápice de sua alegria, começa a desenvolver pesar, medo do abandono e processos outros inerentes ao seu contexto pessoal, nos três últimos meses de gestação. E, enquanto a criança caminha para nascer, vir ao mundo, sua avó está se encaminhando para a morte. Obviamente, a criança não sabe disto, mas estas informações lhe são passadas pelo processo de sua mãe, do que esta vivencia, de como se alimenta física e emocionalmente. O momento do seu nascimento ocorre justamente no meio do velório de sua avó. Fulana A, ligada que era com sua mãe, fica entre dois processos antagônicos: a morte de sua genitora e o nascimento de sua filha. E é neste cenário que esta criança nasce – no máximo de sua expansão, que seria seu nascimento, ela vai de encontro um rito de morte. São aquelas “histórias e tramas”, a peça de teatro sobre a qual havia falado. Qual o cenário? Vida e morte, prazer e pesar, alegria e tristeza...
Como fica esta situação para a criança? Ela ainda não tem consciência, mas estes são os elementos para o seu mata-borrão, já fazendo parte de sua estrutura. Até a elaboração do luto da sua mãe, a criança viverá sua vida, o ganho dela, simultaneamente com o peso do grande pesar. Como seu inconsciente associará esses eventos? Vida = expansão = traição = medo = perda = morte. É neste contexto que ela se desenvolve. Assim, chega um período em que começa a mostrar esses processos na sua personalidade: quando está próxima do desmame, passa a apresentar problemas gastrointestinais; ao engatinhar, se machuca demais etc. e tal. Mas estas informações não são significativas para os que a cercam, pois apenas as percebem como dados isolados, pontuais. Para a criança menos ainda, pois não possui a consciência. Quando esta criança – diga-se de passagem, excelente aluna – está para terminar a escola, passa a ir mal nos estudos; num período próximo a se formar em qualquer grau, fica em muitas recuperações, podendo até repetir o curso. Na véspera de se casar, começa a pressentir que algo de errado acontecerá no seu casamento, ou com seu noivo, tipo que será traída, ou que outra desgraça ocorrerá, até mesmo sua morte.
Vejam, até agora não existia consciência de nada, a não ser sensações estranhas e comportamentos distintos. Mas se observarmos bem, identificaremos que a sensação de perda, morte, desgraça, sempre acompanhou esta criança. E como isto ocorre dentro dela?
Bem, o inconsciente cria um mecanismo de apreensão da realidade que é só dele. No caso desta criança, quando faltavam três meses para nascer, sua avó adoeceu, e no seu nascimento, morreu. Então, neste caso, o inconsciente ritualizou a informação da seguinte forma: toda vez que ela se aproxima de seu objetivo, de algum rito de passagem para algo maior, ele irá (antes deste término e início) trazer fortes sensações de “desgraça” e inundar o corpo de emoções, como ameaças e sentimentos de perda. Sem origem objetiva, mas de tanto vivê-la no subjetivo, tornando-se assim real dentro de si, vai em busca de coisas externas que justifiquem esse desconforto. No caso do casamento, passa a desconfiar tanto do noivo, que acaba adotando “reações inadequadas” como, por exemplo, controlá-lo em demasia e por aí vai, levando o noivo a romper com o casamento. E aí, mais um ciclo se repete. Este é o processo ao qual as pessoas dão o nome de destino.
Mas isto nada mais é do que uma associação sistemática que o inconsciente traz como uma ritualização e que a consciência irá reduzi-lo a um denominador mínimo comum, adjetivando e nomeando os processos como o acima citado.
E então, deu para identificar que tudo o que menos queremos é o que mais acontece? Que o destino é uma repetição de interpretações e que pela intensidade com que acontecem, no corpo, nas emoções, nas sensações etc., queremos sempre buscar e resolver fora de nós algo que justifique tudo isto?

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Conteúdo desenvolvido por: Marcia Regina Aurichio   
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