Luc Ferry é autor de vários livros como: "Aprender a Viver", "Família, amo vocês" e o mais atual "A Revolução do Amor".
Na avaliação do filósofo francês, o que caracteriza nosso mundo ocidental é a proliferação dos medos. Temos medo de tudo hoje em dia: de sexo, do álcool, da velhice, dos frangos, do efeito estufa, do aquecimento climático, do buraco na camada de ozônio, dos organismos geneticamente modificados, do islã e de mil outras coisas.
Para ele o que nos falta hoje é uma espiritualidade que chama de laica, uma concepção da "boa vida", de uma visão de mundo comum que possamos construir juntos: "Minha convicção é de que o objetivo da Filosofia não é encorajar o medo, mas ultrapassa- lo. É ensinar o homem a viver bem...".
Mesmo convivendo com esse medo generalizado, Luc Ferry defende em seu ultimo livro, A Revolução do Amor, um mundo em que o amor já é e será daqui para frente o protagonista, dizendo que vivemos a era da revolução pelo amor.
Ele destaca três fatores importantes que concorrem para essa mudança de pensamento:
- A desconstrução dos valores tradicionais
- A emergência da globalização liberal
- O nascimento do casamento por amor e da família moderna
Nossos avós diriam que o mundo de hoje - diante desse espetáculo do consumo exagerado, onde se deseja um telefone celular por ano, um MP3 ou um novo videogame - não possui mais valores verdadeiros, que tudo não passa de besteiras.
Foi necessária essa mudança de valores para podermos hoje consumir sem culpas ou ao menos na medida de nosso "bolso", de nosso poder de compra.
O casamento por amor é outra mudança importante que traz consigo uma nova acepção e constituição desta família moderna: hoje escolhemos com quem queremos viver; homossexuais se casam; ex genro e sogra se casam; pessoas com deficiências se casam; avós se tornam pais de netos; produções independentes são aceitas, bem como um homem se casar com varias mulheres.
Temos hoje múltiplos casamentos, se assim podemos chama-los, onde estamos aprendendo a conviver com os meus, os seus e os nossos filhos.
Isto não quer dizer que não tenhamos problemas, temos sim; pois o casamento é calcado em um sentimento frágil e finito que é o amor. Viver o amor é mais difícil do que viver a tradição, "é difícil, mas vale a pena" - revela Luc Ferry.
Outra concepção importante e que se modificou completamente é a noção de amor pelos filhos. Na Idade Média não se amavam os filhos, havia um interesse no primeiro e segundo filho para que se mantivesse o nome da família.
Hoje amamos apaixonadamente nossos filhos, somos capazes de nos sacrificar ou morrer por eles. Segundo o filosofo, esta é uma mudança extraordinária que ocorreu nestes últimos 50 anos.
Agora é o Ser humano que nos importa, ele é o sagrado neste novo século; ainda que tenhamos que aprender a amar de forma menos egoísta.
Em sua visão filosófica, isto é o que Luc Ferry denomina "Segundo Humanismo": "um humanismo da fraternidade e da simpatia."
"Hoje no Ocidente, ninguém arrisca a própria vida para defender Deus, uma pátria ou um ideal de revolução. Mas vale a pena se arriscar para defender aqueles que amamos. Vivemos a revolução do amor, e é a melhor noticia do milênio."
A meu ver, parece que estamos caminhando em direção a um amor diferente do que vivemos até agora, um amor maior, mais humano, que transcende laços; quem sabe estamos prestes a descobrir e sentir o Amor Incondicional!!!
Avaliação: 5 | Votos: 10
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