O ANDARILHO QUE HÁ EM TODOS NÓS

Autor Vera Bassoi - [email protected]
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• Olá, caro leitor. Escrevi este texto em janeiro de 1996 e, pela minha experiência, gostaria de pedir-lhe que não deixe passar esta oportunidade de falar com os seus botões, de fazer uma auto-análise a partir dos desejos do Andarilho que, sem dúvida, representa o nosso lado puramente humano. Com esse texto que utilizo há dez anos, no curso de Autoconhecimento, por mim elaborado, tenho ajudado centenas de pessoas a perceber que o gênio e o sábio estão continuamente dentro de nós. Precisamos dar atenção a eles e aprender a ouvir a voz da sabedoria (nosso Eu Superior) para que possamos direcionar o gênio (nosso ego ou eu inferior) para realizar tarefas que visem um bem maior. É preciso equilibrar o divino com o humano, passar a ser altruísta ao invés de egoísta, assim desenvolvendo o Amor Incondicional, pois, pelo texto verificamos que só existe uma única linguagem capaz de ser entendida por todos: - é a linguagem do AMOR.

*****

Certa vez, um andarilho ia passando por perto de um monte de lixo e parou para catar restos de alimentos. Revirando o lixo daqui e dali encontrou uma lâmpada mágica. Como já havia visto em desenhos ou filmes de ficção, esfregou, esfregou, esfregou a lâmpada e, para surpresa sua, funcionou - apareceu um gênio. O gênio então lhe disse:
- Senhor, Senhor, liberta-me da maldição de ter que viver encarcerado nesta lâmpada!
O jovem andarilho perguntou:
- Que devo fazer ?
- Ora, é muito simples! Torna-te meu amo e ordena que trabalhe para ti todo o tempo. Enquanto estiver ocupado em realizar os teus desejos estarei liberto da lâmpada.

Poxa! Aquilo soou como uma sineta dentro do cérebro do rapaz que imediatamente vislumbrou a oportunidade de sair da pobreza, da miséria, de todas as dificuldades, sem um mínimo sequer de esforço. Vislumbrou o ouro, a riqueza, os palácios, as mordomias, as mulheres, todos os bens materiais, as mesas fartas, enfim, todos os prazeres e delícias da vida.

Enquanto essas imagens passavam pela sua tela mental, ouviu a voz do gênio que dizia:
- Se te tornares meu amo, terás que me manter ocupado todo o tempo, pois, do contrário, terei que te comer para me libertar.
Novamente o rapaz pôs-se a pensar e deu um sorrisinho de prazer ao constatar que o que ele queria era tanto, tanto, que poderia manter o gênio ocupado o resto de sua vida. Então decidiu:
- Está bem. De agora em diante serei o teu amo. Começa por satisfazer-me o desejo de ser belo, atraente, bem vestido e perfumado.
- Está feito - disse o gênio, num piscar de olhos - Mais alguma coisa?
- Dá-me um palácio.
- Aqui está o palácio de Versailles - replicou o gênio.
- Dá-me dinheiro - ordenou o rapaz.
- Aqui está todo o dinheiro dos maiores bancos do mundo. O que mais desejas?
- Dá-me lindas mulheres.
- Aqui estão todas as mulheres dos haréms dos sultões do Kuwait. O que mais desejas?
- Dá-me comida. Muita comida.
- Pois não, meu amo. Aqui estão todas as comidas prontas que retirei das cozinhas da China. Espero que aprecies a comida chinesa. O que mais desejas?

O rapaz olhou em torno e ficou apavorado quando viu todas as dependências e jardins do palácio invadidos pelo dinheiro, pelas mulheres e pela comida. Não houve tempo para se refazer do susto quando ouviu o gênio:
- Dá-me algo para fazer senão eu te comerei.
O rapaz, já apavorado, disse:
- Dá um jeito nisso, é muita comida!
- Não posso. Obedeci a tua ordem - respondeu o gênio.
- Por favor, leva isso daqui! - insistiu o rapaz.
- Não posso refazer o que já fiz. O que mais desejas?

O pobre homem estava estupefato! Acabara de perceber que a idéia que tinha do tempo era completamente ilusória, pois, o que pensou que levaria toda uma vida para manter o gênio ocupado, estava, ali, realizado em apenas uns dez minutos do seu tempo “real” e... já não sabia mais o que desejar.
Ocorreu-lhe, então, uma idéia:
- Traze-me um sábio.
O gênio deu uma piscadela e ali estava o sábio à disposição do rapaz que, caindo de joelhos aos seus pés, disse:
- Oh! Senhor, proteja a minha vida!

O sábio perguntou-lhe o que acontecia e o jovem respondeu:
- Nada mais tenho para ordenar ao gênio. Tudo que eu lhe digo, ele faz num piscar de olhos e ameaça comer-me se não lhe der trabalho.
Nesse momento o gênio se aproximou e disse:
- Agora terei de comer-te!
E ia pegar o rapaz que se agarrava ao sábio suplicando que lhe salvasse a vida, quando este disse:
- Meu jovem, encontrei a saída. Será necessário que tu aceites perder tudo o que pediste ao gênio e voltar a ser andarilho.
O rapaz desesperado falou:
- É tudo o que eu mais quero neste momento. Dize-me depressa como manter o gênio ocupado.
O sábio retrucou:
- Então repete as minhas palavras ordenando ao gênio: Vai distribuir eqüitativamente aquela comida entre as pessoas carentes de alimentos em todo o planeta Terra!
Assim o fazendo, o rapaz ouviu:
- Pois não, meu amo - disse o gênio saindo para a sua missão.
Refazendo-se do susto, do sufoco que passara, o rapaz se deu conta que desta vez o gênio não cumpriu o seu desejo apenas com um piscar de olhos. Perplexo diante disso, perguntou ao sábio que explicou:
- Foi analisar a situação dos carentes para, com justiça, distribuir eqüitativamente de acordo com a necessidade de cada um. Enquanto ele realiza esse trabalho terei tempo suficiente para instruir-te nas demais ordens.
- Mas, meu prezado sábio, distribuir eqüitativamente não quer dizer “dividir em porções iguais”? - inquiriu o jovem pensativamente.
- Sim e não, meu rapaz. Matematicamente falando, a resposta é sim. Humanamente falando, a resposta é não. Mais tarde, quando ficares sozinho com os teus botões, pensarás sobre isto e encontrarás a resposta dentro de ti. O gênio não segue os critérios da matemática. Agora - continuando o sábio - fica atento às ordens que deverá dar ao gênio. Não terás dificuldade para guardar a seqüência delas, pois é exatamente na ordem inversa dos teus pedidos. Primeiro, te livraste da comida. Segundo, te livrarás das mulheres ordenando ao gênio que consulte uma a uma levando-as de volta para onde desejarem.
- Mas, meu caro mestre, elas não deverão voltar para o harém? - indagou o rapaz.
- Meu jovem, quando ficares sozinho com os teus botões pensarás sobre isto e encontrarás a resposta dentro de ti. O terceiro passo será livrar-te do dinheiro. Ordenarás ao gênio que distribua eqüitativamente entre todos os necessitados do planeta Terra. Esta tarefa é bem mais demorada do que a da distribuição da comida.
- Por quê?
- Quando ficares sozinho com os teus botões...
- Ah, não! Por favor! Estás pensando que serei sábio como tu?
- Poderás ser. Se tirares os véus, encontrarás todas as respostas dentro de ti. Para ser sábio não é necessário ser culto. Basta deixar que a verdade aflore e fale mais alto. Também isto só entenderás no momento oportuno.

Quanto ao quarto passo,... (DESCULPE-ME, CARO LEITOR, O ARTIGO COMPLETO EXCEDE O NÚMERO DE CARACTERES DISPONÍVEL AQUI. TENHO QUE PEDIR-LHE QUE CONTINUE A LEITURA ABRINDO O OUTRO ARTIGO INTITULADO "continuação do Andarilho que há em todos nós").

Texto revisado porCris

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Conteúdo desenvolvido por: Vera Bassoi   
Formada em Sociologia, Ciências Naturais, Psicologia Transpessoal, Psicanálise e especialista em Psicossomática. Desde 1971 é professora universitária e de pós-graduação. Fez Mestrado em Comunicação e Cultura e sua tese foi sobre Constelações Familiares. Em 2020, tem seu próprio curso "Pós-Graduação em Constelação Familiar" cujas aulas são online
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