Versão feminina do Carro, arcano 7 do Tarot

Autor Alvaro Domingues - [email protected]
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O Carro, Versão FemininaO Carro é por muitos considerado o sujeito do Tarot e está associado à Jornada do Herói, como descreveu Joseph Campbell.

Embora o arquétipo do herói seja fortemente masculino, nada impede de uma mulher percorrer a jornada do herói. E há versões femininas deste arquétipo.

Na Tarot Encantado, que tem características fortemente femininas, temos a escolha de Brunilde, a Valquíria, como representante de O Carro.

As valquírias eram entidades nórdicas com a função de levar os guerreiros valorosos, mortos em batalha, para Valhala. E Brunilde teria sido a principal das Valquírias, mas por ter desobedecido Odin, poupando um guerreiro por achar a determinação do deus injusta, é condenada a ficar dormindo em uma montanha e só ser libertada por um homem que a derrotasse. Ele ficaria presa em uma montanha, guardada por um dragão. Quem consegue a façanha é Sigfried, filho do herói que ela salvara.

Esta lenda dá origem à história da Bela Adormecida, que foi sendo bastante atenuada ao longo dos séculos. Numa das versões mais antigas, Brunilde é estrupada pelo seu pretenso salvador.

No Tarot Encantado, a cena evocada é a da Cavalgada das Valquírias, da ópera A Valquíria de Richard Wagner. Na carta, O Carro é mero coadjuvante, já que Brunilde está montada num cervo (na lenda é um cavalo) e, ao contrário do herói do Tarot de Marselha, mantém as rédeas seguras com a determinação de conduzir o animal (ainda que seja na direção oposta a que seu dever lhe manda). O herói masculino que está no carro consegue seus feitos pela inspiração da divindade. Aqui não há nenhuma ambiguidade. As rédeas tem que ser seguras em direção ao que manda a consciência da heroína.

A Heroína fará o que for preciso ainda que sofra as penas que lhe são impostas. É um outro tipo de herói, que parte da determinação e da coragem em contradizer a ordem vigente e paga o preço, às vezes com a própria vida. Ela não escolhe o sacrifício, como, por exemplo Jesus, mas está disposta tudo para defender aquilo que acredita.

De certa forma, esta postura tem muito a ver com as lutas feministas que vem ocorrendo no mundo em busca de maior autonomia, quebrando justamente o paradigma da supremacia masculina.

Um bom exemplo de heroína que percorre a Jornada do Herói, é Doroty, do Mágico de Oz. Sua motivação é bastante simples, só quer voltar para casa e o fará ainda que tenha que derrotar a Malvado Bruxa do Oeste. E o poder masculino, que seria sua salvação, é na realidade uma farsa.
 



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Conteúdo desenvolvido por: Alvaro Domingues   
Alvaro Alípio Lopes Domingues é analista corporal certificado pelo O Corpo Explica, oraculista, astrólogo e criador do Tarot Simbólico de Alvaro Domingues © 2022.
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