Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?

Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?
Autor Guilhermina Batista Cruz - [email protected]
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"E chegaram sua mãe e seus irmãos, e ficando da parte de fora, o mandaram chamar. — Estava sentado à roda de um crescido número de gente, e lhe disseram: Olha que tua mãe e teus irmãos te buscam aí fora.— E ele respondeu, dizendo: Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos? — E olhando para os que estavam sentados à roda de si: Eis aqui, lhes disse, minha mãe e meus irmãos. Porque o que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, e minha irmã e minha mãe." (Marcos, III: 20-21 e 31-35 – Mateus, XII: 46-50).

O Lar é a primeira escola do ser encarnado na terra. Todo o nosso aprendizado se inicia tendo como base a família, onde aprendemos a exercitar princípios básicos para o bom relacionamento com o próximo, que são o respeito, a fraternidade e o amor. É no ensino de princípios norteadores, como os citados, que a família contribui para o aprendizado do ser, em sua busca pela perfeição. É no seio familiar que vamos crescer e evoluir, de acordo com as leis divinas. A paz que desejamos usufruir e ofertar ao mundo começa dentro de nossa casa. Segundo o que nos diz Rodolfo Calligaris:” É preciso se reconheça que o lar não é um estabelecimento destinado a reproduzir seres humanos em série, mas sim um santuário-escola onde os pais devem pontificar como plasmadores de nobres caracteres, incutindo nos filhos, a par do amor a Deus, uma vivencia sadia, pautada nos princípios da Moral e da Justiça, de modo que se tornem elementos úteis a si mesmos, à família e à sociedade. (As Leis Morais segundo a Filosofia Espírita, pg.71). Na verdade, a família terrena se constitui num verdadeiro laboratório, onde vamos experimentar todas as formas de nos relacionarmos com o próximo, exercitando, quando aqui aportamos, o aprendizado que já trazemos de outras vidas.

Sabemos que as famílias não são constituídas ao acaso, que há todo um planejamento prévio, um planejamento reencarnatório que obedece sempre a justiça divina. A formação do grupo familiar tem como objetivo fundamental o reajuste no relacionamento com o próximo, desfazendo vibrações de antagonismos recíprocos, como também fortalecendo os laços de simpatia e amor entre seres afins, com o intuito principal de incentivo e ajuda a outros seres necessitados do aprendizado de sentimentos dignificantes, como os de respeito ao próximo, tolerância com seus erros e companheirismo na sua dor. Uma família unida, onde seus membros estão conscientes de suas responsabilidades, produz o bem estar de todos e, aos poucos, o entendimento de toda a humanidade.

Ela é como um ponto de luz que levará a humanidade à verdadeira fraternidade , independente das barreiras que trazemos na bagagem espiritual, de vidas anteriores. Todos nós encarnados na terra trazemos problemas, muitas vezes difíceis de resolver, e, ao contato com o grupo familiar, temos a oportunidade bendita de tentar solucioná-los, principalmente quando encontramos o apoio e o entendimento familiar. Pela convivência diária com o próximo mais próximo que são nossos familiares, vamos polindo nossas arestas interiores e aprendendo a conhecer e a aceitar com mais fraternidade aqueles a quem ainda não consideramos como nossos companheiros afins, desfazendo liames de aversão e rancor que possamos ter com eles.

A providência divina une no meio familiar, espíritos menos esclarecidos e outros mais adiantados, uns mais afins e outros antagônicos, para que juntos evoluam. Sabemos que as famílias constituídas pelo sangue não correspondem necessariamente às famílias constituídas na espiritualidade. Os Espíritos nos dizem que aqueles que encarnam numa mesma família, principalmente como parentes próximos, são, segundo suas palavras: ”Espíritos simpáticos, unidos por relacionamentos anteriores, que se traduzem por sua afeição durante a vida terrestre; mas pode ocorrer também que esses Espíritos sejam completamente estranhos uns aos outros, divididos por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem da mesma forma por seu antagonismo na Terra, para lhes servir de prova. (...) De onde se segue que dois seres nascidos de pais diferentes, podem ser mais irmãos pelo Espírito do que se fosse pelo sangue;podem se atrair, se procurar, dar-se bem juntos, enquanto que dois irmãos consanguíneos podem se repelir, como se vê todos os dias.” ”(ESE – capítulo XIV)

Os laços de sangue não estabelecem necessariamente os laços de afinidade espiritual, que são formados através da sintonia espiritual estabelecida entre os espíritos afins e que se perpetuam no mundo espiritual, fortalecidos por interesses comuns a ambos. Quando do retorno das reencarnações no mundo físico, esses espíritos afins sempre procuram estar juntos, mesmo pertencendo a famílias consanguíneas diferentes. Essas famílias espirituais, fortalecidas pela purificação se eternizam no mundo dos espíritos, através das sucessivas reencarnações, enquanto que as consanguíneas, quando frágeis, unidas somente por interesses materiais, acabam dissolvendo-se com o tempo, muitas vezes já na própria existência atual.

Isso nos reporta a passagem do Evangelho em que Jesus, tendo sido informado de que sua mãe e seus irmãos desejavam lhe falar, pergunta a seus discípulos quem é a sua mãe e quem são seus irmãos. Ao pronunciar tais palavras, ele quis nos mostrar que nem sempre a verdadeira família é a consanguínea, e sim, aquela estabelecida pelos laços eternos do amor.Todo aquele com quem compartilhamos o respeito e propósitos de crescimento superior pode constituir-se em membro de nossa família espiritual e consequentemente da família universal. Isso fica bem evidente quando Jesus olha para os que estão sentados ao seu redor e lhes diz: “Eis aqui minha mãe e meus irmãos”, fazendo-nos entender que somos todos irmãos, não importando se somos parentes consanguíneos ou não, já que fazemos parte da grande família universal, que, ao iniciar-se num grupo restrito pelos laços de sangue, atingirá mais adiante um grupo cada vez maior, sintonizado num mesmo ideal, que é o da comunhão universal.

Portanto, meus amigos, aprendamos a valorizar e respeitar nosso grupo familiar pelos laços consanguíneos, pois, através deles, reiniciamos sempre o aprendizado que ficou pendente em nosso passado. A família é a primeira porta que adentramos quando reencarnamos para o aprendizado, é a base estrutural de todo ser, e o educandário onde vamos crescer e evoluir, e quem sabe um dia, ao olharmos para nosso próximo, possamos dizer assim como Jesus:” Eis aqui, minha mãe e meus irmãos. Porque o que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, e minha irmã e minha mãe."


Paz e Luz todos.

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Conteúdo desenvolvido por: Guilhermina Batista Cruz   
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