Deus ouve o que você sente II

Deus ouve o que você sente II
Autor Mariana Viktor - [email protected]
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Das muitas pessoas que me escreveram, compartilharam e curtiram o texto “Deus ouve o que você sente”, um bom número argumentou que o artigo era inconsistente por faltar uma explicação mais clara sobre por que Deus ou o destino não responde ao que queremos, pensamos ou julgamos merecer, mas ao modo como nos sentimos em relação à vida.

Eu gosto de escrever textos curtos que falem direto ao coração, à alma, que façam sentido pro nosso sentir. Ou que sejam objetivos - e falem direto pra cabeça, quando o tema é mais racional. Então, este texto vai falar diretamente com a parte racional e tentar esclarecer o que ficou no ar, pra reflexão de cada um.

A essência do primeiro artigo foi que, se você se sente inseguro, assustado, ressentido, frágil e carente no seu dia a dia, é exatamente isso que você colherá, por mais altruísta que seja em relação ao próximo, por mais positivo que tente pensar e por mais que reze.

Duas coisas me levam a afirmar esse fato, que eu admito causar incômodo em quem identifica Deus como um Pai que responde a nossos desejos e nos atende mesmo que não confiemos em nós – e, por extensão, que não confiemos Nele. A primeira razão por que afirmo isso -que a lei da atração também afirma- é a observação: analisando minha própria trajetória e a das pessoas que me cercam, conclui que a vida responde dessa forma e que tal mecanismo explica muitas aparentes injustiças ou contradições, apesar de todo pensamento positivo que nos esforçamos em manter enquanto nos sentimos inseguros, assustados, ressentidos, frágeis ou carentes.

A segunda razão é científica e talvez seja o argumento que muitos leitores alegam ter faltado no texto anterior.

A neurociência afirma que temos três cérebros num só. O mais recente é o chamado neocórtex, responsável pela linguagem, o raciocínio e o pensamento organizado – este é o cérebro que pensa positivo, que pesa os prós e contras das ações, que se julga injustiçado ou merecedor, que conclui e que pede a Deus sinais e recompensas. O segundo cérebro é o sistema límbico, muito mais antigo e que comanda as nossas emoções – é onde está o “xis” da questão. O terceiro é o cérebro reptiliano, ainda mais antigo, que vem do tempo dos dinossauros e que tem duas funções básicas: avançar ou dar no pé, atacar quando o outro é menor ou fugir se é maior.

Embora o neocórtex seja extraordinário, a parte do cérebro que inclui as últimas “novidades” adquiridas no processo evolutivo – os “efeitos especiais” da linguagem articulada e do pensamento racional –, as duas áreas cerebrais mais antigas, até por serem mais antigas (isto é, atuarem sobre o ser humano há muito mais tempo), agem por baixo dos pensamentos, como um pano de fundo, ora alinhando-se com o pensar, ora divergindo dele.

Foi a esta divergência que me referi no texto anterior, pensando especificamente no sistema límbico. Se o meu recém-nascido neocórtex afirma boas intenções, repete pensamentos positivos e me faz ser bom para os outros em nome de alguma virtude, mas meu sistema límbico está às voltas com emoções negativas – insegurança, ressentimento, fragilidade, necessidade de aprovação, culpa, inveja –, é o sistema límbico que vai preponderar e guiar a minha vida e não o neocórtex. A mente racional emitirá mensagens positivas, mas o sistema emocional estará vibrando negativamente e influenciando todos os comportamentos, decisões, atitudes e resultados.

Daí a importância de trabalhar as emoções – muitas delas “feias” ou inadequadas, que resistimos racionalmente em reconhecer porque admiti-las significaria admitir que temos raivas, inseguranças e mágoas que não combinam com nossa idade, com nosso querer ou com o cartaz que apresentamos aos outros, a fachada “boazinha” e "legal" que construímos tão trabalhosamente para nós mesmos.

E daí dê-lhe dar murro em ponta de faca e andar em círculos sem sair do lugar e sem colher os resultados gostosos que merecemos... até que tenhamos clareza e humildade pra dar um passo atrás, voltando ao nosso antigo campo emocional mal-resolvido para resolvê-lo, e então dar dois passos para a frente, movendo todo o nosso ser até onde queremos chegar.

A essência dos dois textos -o anterior e este- é algo que vai parecer bem piegas e nada científico pra muita gente: sinta o amor dentro de você. Não por alguém em especial, mas por tudo. Não só fora como principalmente dentro, no seu espaço sagrado, como a chama que alimenta cada intenção sua, cada palavra que você diz, cada comportamento, cada passo na rua, cada sorriso, cada olhar. Ame sentir o amor dentro de você.

E veja o que acontece.

Texto revisado

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Conteúdo desenvolvido por: Mariana Viktor   
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