Lapidando o Caráter no Cotidiano

Lapidando o Caráter no Cotidiano
Autor Guilhermina Batista Cruz - [email protected]
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“É a coragem moral que caracteriza por inteiro o caráter do homem sério, forte, digno, criando o chamado ambiente de segurança e esperança. A prática permanente da coragem moral, a busca da verdade, fazem a representação da justiça, da honradez e da significação da vida consciente".
(Espírito José Leocádio Correia)

Atualmente, muitas pessoas encontram dificuldades para sustentar um caráter digno e honesto, respeitando os valores de cada um, na diversidade de interesses e ambições que permeiam a vida na Terra. O que aprendemos de verdadeiro e imperecível, de bom e útil precisa ser conhecido e repassado adiante, através de palavras, atitudes e, principalmente, de ações. É assim que se consegue disseminar valores essenciais e que atualmente estão bastante esquecidos por muita gente.
O que já apresentamos como verdadeiro em nosso caráter é resultado de nosso aprendizado, das experiências que tivemos durante a vida, de nossos questionamentos interiores e de nosso processo consciente de autoconhecimento, pela determinação da disciplina e vigilância de nossos atos. Essa disciplina a que nos referimos tem que ser constante, já que na vida estamos sempre enfrentando situações inusitadas e conflitantes, que nos provocam desde o mais puro dos sentimentos até os que não ousamos externar, receosos de mostrar nosso lado imperfeito, preso ainda a muitos sentimentos negativos.

Diante disso e, segundo nossa liberdade de escolha, as respostas por meio dos sentimentos poderão estar situadas entre os dois extremos de nosso ser: nosso lado positivo ou “sublime” e nosso lado negativo ou "hediondo". Aceitar estes sentimentos sem tentar escondê-los é um passo inicial que damos para nos educarmos interiormente e tentarmos estabelecer uma conexão verdadeira com nosso eu interior. É pelos sentimentos e emoções que expressamos nossa real personalidade, livre das máscaras que nos impomos em nossas relações com o próximo.

E pela expressão verdadeira de nossos sentimentos é que nos tornamos únicos e podemos colaborar mais eficazmente no mundo em que habitamos. Ao conseguirmos expressar nossa individualidade real, perceberemos o que nos trava, ou seja, o que nos impede de sermos mais perfeitos no sentido da conscientização do nosso papel no mundo e do quanto é importante a nossa colaboração para implantarmos um mundo mais digno, doando o que tivermos de melhor em nós para que ele possa ascender, cada vez mais, em sua escalada evolutiva. É importante nossa conscientização de colaboração pois ela é fundamental para que nos tornemos aptos a irradiar energias positivas que ajudarão na dissolução das energias deletérias que ainda cercam nosso planeta.

Precisamos aprender a nos escutarmos interiormente. Por não sabermos praticar esta escuta necessária de nossos mais íntimos e reais sentimentos é que nos sentimos em dissonância com o mundo. Isso quer dizer que não expressamos verdadeiramente o nosso real caráter, o que ocasiona nossa inexpressividade ao praticarmos ações que não condizem com nossos sentimentos interiores. Quando escutamos a nós mesmos, tentando entender nossos mais íntimos sentimentos, estamos externando convicções verdadeiras que posicionam nosso caráter, fazendo-nos aptos a novos aprendizados e a correção de hábitos nocivos, que demoramos a abandonar por não termos ainda plena consciência do quanto eles são prejudiciais ao nosso convívio diário.

É preciso estarmos presente no presente, percebendo melhor o que vemos no mundo, nas pessoas e na natureza, e o significado que tudo isso representa para nós. A sintonia com nossa individualidade leva-nos a enxergar o que nos distancia de uma vida mais rica e feliz e nos impede de seguirmos pelo caminho do amor, recebendo e doando o que de melhor temos dentro de nós. Para nos sentirmos em paz conosco e de bem com a vida realmente é necessário que em qualquer situação que estejamos, possamos estar no lugar que sentimos ser o melhor e o mais real para nós, ou seja, o lugar onde nos sentimos à vontade com nossa própria essência. Quando nos dispomos a nos conhecermos realmente, constatamos que dentro de nós existe um grande manancial de amor, de energia, de força criadora, a ser explorado com cuidado e atenção, e constatamos também a existência de convicções e sentimentos arraigados, que, se não forem trabalhados adequadamente travam nosso crescimento, fazendo-nos percorrer um caminho mais longo em busca da perfeição.

Será glorioso o dia em que pudermos alcançar esse estado de vislumbre do significado da vida e da harmonia do universo, e a importância da vida em toda a sua extensão. Por tudo isso é que é de vital importância estar totalmente presente na vida, ou seja, não fugir ou negar-se a vivenciar todas as experiências, sejam elas boas ou más. Procurar sempre conhecer-se interiormente no intuito de educar as tendências negativas, principalmente em contato com o próximo, reconhecendo-o como igual, merecedor dos mesmos direitos, mas com condições espirituais próprias, ajudando-o no que tiver ao alcance fazer por ele, sem esperar reconhecimento e sempre atentando nas palavras e no pensamento. É este aprendizado acumulativo que vai despertando, pouco a pouco, os valores espirituais essenciais ao nosso aperfeiçoamento interior.

A lapidação de nosso caráter, então, dá-se na reflexão diária e no aprimoramento dos sentimentos na vida cotidiana, procurando desenvolver mais coerência em relação às ações praticadas, fazendo-nos ter por conseguinte, mais firmeza espiritual. É aprender a usar com mais atenção e discernimento o Livre-Arbítrio, fazendo escolhas mais acertadas na vida. Os valores essenciais que incorporarmos só se farão reconhecidos de fato, quando nos conscientizarmos de que em nós existem duas partes fundamentais: a parte material, com a qual nos expressamos no mundo mais condensado e a parte espiritual, nossa essência imperecível. Este reconhecimento é que vai nos impulsionar ao crescimento e ao domínio gradativo do nosso Eu imperfeito, permitindo-nos enfrentar as vicissitudes da vida com uma força mais serena, um maior domínio das atitudes e ações, aprendendo a serenar as emoções desgovernadas e suportar melhor as injustiças, desilusões e o sofrimento delas decorrentes.

Segundo o que nos fala o Espírito Leocádio José Correia, através da psicografia de Maury Rodrigues da Cruz: “O segredo de uma vida feliz, segura, é a sustentabilidade através dos princípios morais. O homem que se autoconhece pratica com firmeza a disciplina pessoal, está sempre buscando o conhecimento espiritual, faz a cada dia o processo crítico da reespiritualização. O homem de caráter forte é plenamente consciente de suas necessidades materiais, morais e espirituais. Na intenção de satisfazê-las, trabalha com dignidade e coragem para reagir contra o mal, o descaminho, a mentira. Reconhece que, na convenção da Terra, o dinheiro, os bens materiais e o poder têm significações quando administrados com decência, cautela e comedimento. Mas, se não houver consciência desses freios, a felicidade desaparecerá dando lugar ao frio materialismo, que se preocupa em aumentar o patrimônio material, o dinheiro e a manipulação do poder, destruindo tudo e a todos, sem nenhuma consideração”.

Paz e Luz a todos!

Texto revisado

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Conteúdo desenvolvido por: Guilhermina Batista Cruz   
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