Aprendendo a amar – autoestima x entrega

Aprendendo a amar – autoestima x entrega
Autor Carmem Farage - [email protected]
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Para quem se sente amando ou para quem espera o amor, existe uma regra básica: estamos em processo de aprendizagem. Como dosar nossas carências e necessidades? Como se entregar sem se perder? Como reconhecer verdades dentro de tanto prazer? Ou mesmo como tomarmos distância no momento certo, sem sentirmos que estamos abandonando o barco antes da hora?

Estamos todos em pleno processo de aprendizagem. E no processo de aprendizagem teremos uma série de experiências que podem ser dolorosas e avassaladoras, mas que acontecem para nos ajudar a eliminar as falsas necessidades e tudo o que nos atrapalha no caminho em busca do amor.

Livrar-se das coisas antigas é um trabalho pesado. É como uma grande faxina, quando você tem que esvaziar os armários, organizar a bagunça, jogar coisas fora e arrumar a casa toda. No processo de aprendizagem, limpar, eliminar e descartar pode parecer desonestidade, infidelidade e traição às nossas coisas antigas. Não são! O que nos impede de ter uma experiência honesta são todas essas coisas às quais nos agarramos. Cada experiência nos ensina um pouco mais a respeito de nós mesmos... E essa é a beleza do processo: ele não nos deixa estagnar, ele nos força crescer, e crescer um pouco mais. Porém, para crescer, temos que trabalhar. E é esse trabalho que precisamos realizar em nós mesmos para chegar ao amor que torna o processo tão desafiante.

Nada nos faz aprender mais a respeito de nós mesmos e da vida do que os relacionamentos. Aprendemos a ser gratos aos professores/parceiros/amigos pelas lições que nos ensinaram a respeito do medo, da raiva e da carência que eram camuflados como amor. Se pudermos aprender as lições, nossa vida muda completamente de direção. Não precisamos mais fazer coisas para provar que somos dignos de ser amados. Não temos mais medo de pedir o que queria por pavor de não conseguir ou de perder o outro. Não ficamos mais com raiva quando as coisas não saem do nosso jeito. Mais importante ainda, não ficamos mais com raiva com o que não conseguimos ou não temos em um relacionamento. Durante o processo, aprendemos a cuidar dos nossos próprios problemas. O problema de amar a mim mesma é o de ficar emocionada comigo. Aprendemos a voar sozinhos.

Qualquer acontecimento em nossa vida, por mais particular que seja, tem relação com tudo o que somos e vivemos. O que você está passando em um relacionamento amoroso irá aparecer em todas as outras áreas da sua vida. Você não pode desligar os canais do seu cérebro e do seu coração como se fossem canais de televisão nos quais o programa do canal dois não tem nada a ver com o do canal 10. Os vários canais de nossas vidas são interligados e interdependentes. Então: A mesma confusão que eu sinto a respeito de amar a mim mesma e amar meu parceiro se reflete na minha carreira, por exemplo. Afeta o relacionamento com meus filhos, afeta todos os relacionamentos com os homens. Temos que trabalhar muito duro para tornarmos conscientes de nós mesmos. É um árduo trabalho. Refletir, avaliar e desaprender exigem muita disposição. Temos que peneirar e descartar várias crenças e idéias a respeito de mim mesma e do amor. Em outras palavras, temos que mudar a imagem.

Temos que desfazer de coisas que possuem valor sentimental, mas que já não são práticas. Temos que admitir que algumas coisas simplesmente já não nos cabem mais e que nunca mais caberão. Verificar que deixamos muita mágoa e medo se empilharem dentro de nós. Vamos então, limpando o coração e ao mesmo tempo, nos preparando para o verdadeiro amor.

Um bom começo é pela infância. Desenterrar nossa auto-imagem, ela geralmente está soterrada sob um monte de coisas que nossos pais nos deram. Quando vislumbrarmos nosso verdadeiro EU, subiremos um degrau da escada, deixar a luz entrar e expor nossos medos e fantasias do jeito que são: distorções e sombras do passado. Enxergando a verdade, deveremos nos responsabilizar por ter permitido tal desordem e assumir o fato de que somos a única pessoa que pode arrumar nossa bagunça.

Chega a hora de arregaçar as mangas e trabalhar para valer. E aí subimos mais um degrau da escada. Agora, com um pouco de fé e confiança, estamos prontos a nos livrar das coisas antigas, reconhecendo o custo de todos os erros que cometemos.

A gente sente que perdeu muito tempo. Mas pelo menos sabemos a verdade. A verdade é que ninguém tem culpa. Todos nós fizemos o melhor que podíamos até descobrir que era preciso nos tornar mais fortes, sábios, dispostos e prontos para fazer ainda.

FALANDO DE AMOR

Tudo na vida se relaciona com o amor. O amor é o único significado real da vida. Estar vivo significa que ocupamos a casa do amor e devemos seguir suas regras. Nem a vida nem o amor exigem que as pessoas desistam de sua dignidade, autoestima, objetivos de trabalho, bom-senso. Por algum motivo, nem sempre entendemos isso direito. Acreditamos que é preciso desistir de algo para conseguir outra coisa. Acreditamos nisso especialmente em relação ao amor. Não entendemos que o amor é crescimento, é realização de potencial – ser mais quem você é, fazer melhor o que faz, acreditar com mais convicção e tomar mais posse do que tem. Infelizmente, achamos que podemos nos unir a outras pessoas antes de nos unirmos a nós mesmos. Isso é absolutamente impossível. Você não irá receber amor de fora enquanto não for amor por dentro.
Estamos na vida aprendendo a respeito do amor. Tropeçamos por aí, nos envolvendo em estranhas ligações, estabelecendo as regras à medida que passamos por experiências, em nome do que pensamos ser amor. Observamos e ouvimos outras pessoas, acreditando que elas sabem tudo sobre o amor e os relacionamentos. A verdade é que essas pessoas, assim como nós, estamos aprendendo através de tentativa e erro.

As pessoas não conseguem preencher as nossas necessidades. Podem querer faze-lo, podem tentar. Podem nos convencer de que são capazes, mas não é verdade. O que as pessoas podem fazer pelas outras é tornar a necessidade menos urgente.

Elaborei uma lista de coisas que geralmente fazemos  na urgência de encontrar um amor. É inevitável que cada uma dessas coisas não consiga preencher nossas necessidades e há um grande risco de que elas criem, situações insuportáveis e dolorosas:

1.Todos os sinais indicam que esta não é a pessoa certa, mas você ignora seus alarmes internos e continua insistindo.
2.Por medo de ficarmos sozinhos, ou por acreditarmos que não podemos ter o que queremos em um relacionamento, aceitamos a primeira pessoa que aparece, apenas 3.para sermos abandonados, derrotados, enganados etc...
4.Confundimos amizade e gentileza, com amor romântico.
5.Quando alguém é gentil conosco e não estamos acostumados, ficamos sem saber como dizer não para essa pessoa, mesmo quando percebemos que não é quem 6.queríamos que fosse.
7.Ficamos presos a aparências e promessas.
8.Forçamos uma pessoa a ficar conosco ou lhe damos um ultimato. Como a pessoa não sabe como dizer não, ela fica conosco... Por algum tempo.
9.Como a outra demonstra interesse por nós, correspondemos sem verificar profundamente se encontramos quem ou o que queríamos.
10.Permitimos que a fé cega, que leva ao amor cego, nos leve para um relacionamento que não é saudável.
11.Decidimos acreditar que nossos parceiros não farão conosco o que fizeram com outras pessoas.
12.Compatibilidade sexual é confundida com amor.
13.Permanecemos em um relacionamento, tentando teimosamente resolver os problemas, mesmo estando infelizes e mesmo quando o parceiro não demonstra interesse em superar as dificuldades.
14.Não expressamos o que realmente sentimos porque achamos que vamos magoar o parceiro.
15.Decidimos acreditar nas mentiras do parceiro, mesmo quando sabemos a verdade! Agimos como se não soubéssemos o que está acontecendo, mesmo quando sabemos.

LEVA TEMPO

Não existe um tempo determinado para a prontidão. Não é uma questão de “se eu fizer isso, vai acabar mais rápido” ou “se eu fizer desse jeito, nunca mais vou passar por isso”. Cada um tem a sua própria experiência. Você ficará nas vidas o tempo necessário para botar suas questões internas em ordem e para que a outra pessoa fique pronta.

Em outras palavras, podemos estar prontos, mas nosso parceiro pode não estar. Podemos estar curados de nossas inseguranças, porém nosso parceiro pode não estar curado ainda. Podemos ter perdoado tudo o que tínhamos para perdoar, mas a pessoa pela qual estamos esperando pode nem ter começado a perdoar e a abrir mão. Conseqüentemente, você continuará nas vidas até que a pessoa especial para a qual você está se preparando também esteja pronta. Não desanime! Isso é bom! Neste meio-tempo, você estará se aprimorando e também protegido.

A paciência é o elixir da cura para a melancolia deste meio-tempo. O desafio quer gostemos ou não, é aprender a ser paciente conosco mesmos. Quando estamos no meio-tempo, existe uma tendência para nos culparmos e castigarmos pelo que deveríamos estar sentido ou fazendo. Nada disso. Sinta simplesmente o que está sentindo, relaxe e deixe passar. Não devemos julgar nossos sentimentos nem rotulá-los como bons ou ruins, certos ou errados. Quando já estivermos cansados de nos sentir mal, ou quando tivermos entendido a causa do problema que está nos atormentando, o sentimento irá passar. Cada vez que surge um sentimento, é sinal seguro de que estamos lidando com ele a fim de libera-lo. Se resistirmos ao sentimento, ele irá brigar conosco, criará dentes e garras que usará para nos atacar – estará lutando pela própria sobrevivência! Quando sentimentos e padrões antigos de comportamento estão lutando para se perpetuarem, a coisa mais amorosa que podemos fazer é ter paciência conosco mesmos e com o que estamos sentindo.

Enquanto estamos caminhando em direção ao amor, podemos ter experiências que são valiosas e significativas. Não acredite nunca que o que você faz no meio-tempo, mesmo que sejam relacionamentos curtos, é uma perda de tempo. Todos os relacionamentos são o relacionamento de que precisamos naquele momento. Tudo o que fazemos em todos os relacionamentos que temos nos prepara para a grande experiência do amor total e incondicional por nós mesmos e pelos outros e nos aproxima dela. O importante é resistir à tentação e à armadilha de pensar que todo relacionamento tem que ser o relacionamento que dura para todo o sempre, amém. Lembre-se de que estamos sendo preparados para algo melhor ou protegidos de algo pior.

VOCÊ ESTÁ EM UMA MISSÃO

O que dá sentido à nossa permanência na Terra é despertar para minha dimensão divina, celebrar a vida e fazer o que me traz alegria! Neste meio tempo, temos que aprender a viver entre pessoas que não acreditam nisso, a superar as questões internas que nos impedem de acreditar nisso e a nos empenhar em descobrir a luz em nossas almas que nos ajudará a incorporar essa afirmação. Quando olhamos em volta para o mundo de hoje, fica realmente difícil acreditar que o amor possa curar os males que nos infestam. Como o amor pode curar o câncer, as doenças do coração ou a aids? Como o amor pode alimentar crianças famintas? Ou acabar com a violência nas ruas? Parece simplista dizer que o amor é a chave para a cura. Para falar a verdade parece até ridículo! Entretanto, se constatarmos que o único ingrediente que nos difere dos grandes mestres dos mundos mais avançados é o amor, então poderemos perceber que nossa jornada evolutiva significa que devemos aprender amar. Foi isso que Jesus Cristo veio ensinar, foi isso que Buda veio ensinar, foi isso que Krishna veio ensinar e é esse exemplo que tiramos de seres como Madre Teresa, Chico Xavier e outros. Portanto, penso que devemos rever nossos conceitos acerca do propósito da vida e do porquê estamos nos relacionando uns com os outros. Essa é a nossa missão. Ensinarmos a todos que pudermos, que para sair deste mundo de ilusões, precisamos nos aprimorar na arte do amor, através dos vínculos afetivos que mantemos em vida.

Texto revisado



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Conteúdo desenvolvido por: Carmem Farage   
Fundadora do Instituto Lumni, criadora da Terapia Lumni - uma terapia quântica que une ciência e espiritualidade sob a mentoria de Teillhard de Chardin. Psicóloga, Psicanalista, especialista em Regressão de memória, apometria Clínica, Mestra de Reiki Usui Tibetano, especialista em Medicina Chinesa.
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