O que a fibromialgia me ensinou?

O que a fibromialgia me ensinou?
Autor Andrea Pavlo - [email protected]
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É estranha essa frase, eu sei. Por que uma doença seria algo que nos ensinaria algo, a não ser que não devemos ficar doentes? Mas, dos males o menor, pelo menos usar o que o nosso corpo somatizou em nosso favor, e de uma maneira positiva.
A fibromialgia é uma síndrome dolorosa. É uma espécie de reumatismo do músculo. Todo mundo, fazendo as atividades do dia a dia, tem pequenas lesões musculares imperceptíveis, coisas que o corpo nem registra como problema ou dor. Nos fibromiálgicos eles são registrados e aparecem sob a forma de dor. Ou seja, você pode ter dor em qualquer parte do corpo que tenha músculo, a dor andar, e você não ter nenhuma doença ou lesão associada.
É também uma doença invisível. Ainda hoje encontramos médicos desinformados, achando que é “frescura” porque ela não mostra nada no corpo. Não existem deformações, inflamações, e não aparece nada em nenhum exame. Na verdade, isso é porque é um problema do cérebro, do sistema de serotonina (um neurotransmissor responsável pela sensação de prazer e bem-estar) que é baixa em indivíduos portadores. Por isso, algumas outras doenças podem estar associadas, como depressão.
Eu fui diagnosticada em 2010 e era um prato cheio para essa síndrome autoimune. Mulher, por volta dos 30 anos, super estressada e cheia de afazeres (geralmente voltado para os outros). Sentia os sintomas desde 2008 na verdade, mas não sabia o que era. Fui à um milhão de médicos e, um dia, uma médica soltou essa palavra na consulta. Eu procurei no Google e voilá, era isso mesmo.
Faço tratamento desde então, mas é fácil esquecer dele. É aquela coisa, não nos lembramos que temos nada até a crise nos colocar de cama. Dói o corpo como se estivéssemos com uma gripe forte, debaixo da pele (cada pessoa desenvolve os sintomas de uma maneira, essa é a minha). O cansaço e a fadiga, mesmo sem fazermos nada, é a pior parte para mim.
Então, qual é a tal lição? Justamente. A fibromialgia pede cuidados consigo mesma, 24 horas por dia, 7 dias por semana. Ela pede que olhemos para nós e que façamos escolhas sempre, sempre pensando só no nosso bem-estar. Não dá para ficar só mais uma horinha no escritório que ela grita. Não dá para se encher de tarefas da mãe, do pai, do cachorro, do papagaio que ela reclama. Se exagerar um dia que seja, vai sentir no outro (ou nos outros) de uma maneira muito dolorosa. E não é só isso.
Ela pede exercício físicos constantes. Pede que a gente mantenha um peso saudável (se já dói normalmente, imagine acima do peso). Pede que tomemos os nossos remédios, que tenhamos uma rotina para acordar e ir dormir, que escolhamos passeios mais calmos e tarefas mais simples. Pede um bom passeio no parque, brincar com as crianças, dançar e tudo mais que nos dê prazer.
Geralmente as pessoas que acabam fibromiálgicas tem um bom problema com sentir prazer. São pessoas muito esforçadas, determinadas ao extremo em seu trabalho ou na sua casa, mas que costumam descuidar e esquecer de si mesmas. A dor no corpo vem para lembrar que você é inteiramente responsabilidade sua, e de mais ninguém, e que não pode exagerar nos descuidos. Deu preguiça de ir para a academia? Logo você sente. Engordou 2 ou 3 quilos, logo as solas dos pés reclamam. E isso tudo a fibromialgia que está me ensinando.
Por isso eu mudei radicalmente minha vida desde o começo de 2015 (sim, demora para a gente entender o que ela quer de nós). Faço exercícios regularmente, estou perdendo peso, estou mais focada em descansar. Continuo atendendo e escrevendo, mas de uma maneira que eu não me sinta mal ou extremamente cobrada. A minha auto cobrança já é o suficiente. Ou seja, estou cuidando bem de mim mesma.
E é assim, quando você faz isso, as dores desaparecem. Sim, somem. Você pode viver com o diagnostico dentro da gaveta e nunca mais se lembrar que tem fibromialgia, desde que siga todas as regras. Não sei como será a minha vida daqui para frente, mas se depender de mim vou prezar pela qualidade.
E antes que você seja diagnosticada com qualquer coisa, que tal rever isso tudo? Que tal uma vida equilibrada e feliz? Talvez você não precise de tanto quanto você acha que precisa. Talvez só precise de mais tempo para você. Isso tudo dá para remediar, mas depois dela instalada, não dá para mais reverter. Então, que tal parar antes? Falo do ponto de vista de alguém que não seguiu esse conselho, mas que gostaria de ter seguido.


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Conteúdo desenvolvido por: Andrea Pavlo   
Psicoterapeuta, taróloga e numeróloga, comecei minhas explorações sobre espiritualidade e autoconhecimento aos 11 anos. Estudei psicologia, publicidade, artes, coaching e várias outras áreas que passam pelo desenvolvimento humano, usando várias técnicas para ajudar as mulheres a se amarem e alcançarem uma vida de deusa.
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