Viva o Compartilhismo!

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Autor Eldes Saullo - [email protected]
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O Capitalismo e o Socialismo não deram certo, isto é fato e as crises econômicas e políticas com exemplos nos dois modelos não me deixam mentir. A explicação é simples: no primeiro, os mais fortes exploram os mais fracos, o que gera insatisfação. No segundo, os mais fracos se aproveitam dos esforços dos mais fortes, o que também gera insatisfação.

Millôr Fernandes resumiu bem tudo isto: “O capitalismo é a exploração do homem pelo homem. O socialismo é o contrário.”

Cada ser humano é único e isto só reforça a impossibilidade do comunismo que, em sua raiz, significa tornar todos comuns. O individualismo embutido na valorização excessiva das habilidades únicas também pode explicar a inviabilidade de uma economia baseada no mérito. Um valoriza demais as semelhanças e o outro as diferenças.

No entanto, o motivo do fracasso não está na divergência entre o comum e o incomum e sim no modelo de tomada de decisão centralizado e de cima para baixo. Poucos são responsáveis pelo destino de muitos e, no final das contas, a fome de poder e o ego acabam falando mais alto. No final das contas, tudo gira em torno de domínio.

GENÉTICA

Antes de propor uma solução, é preciso entender que a fome de poder ocorre no mesmo lugar do cérebro que regula a fome, a de comer. Isto talvez explique porque o homem é o único animal que sempre deseja mais do que precisa.

Existe a necessidade de garantir o estoque de cada nível das necessidades humanas por mais dias do que é realmente necessário e a história do Maná, descrita na Bíblia, é o exemplo mais clássico desta “fome”.

A origem é genética, afinal cada pessoa é o resultado de uma corrida desesperada entre 300 milhões de espermatozóides. Eis a explicação científica para a necessidade de controlar e influenciar os outros. Nós gostamos de ganhar com argumentos, nos divertimos com vencer e convencer e adoramos status e reconhecimento. É inegável que chegar primeiro está em nossos genes.

Porém, este “instinto de ranking” ganha mais força ainda com a falta de educação. Anote, então, no seu caderno: “Quanto menor a educação, maior é a vontade de comer e de poder.”

Isto também explica porque a educação é um tema sensível tanto para o Capitalismo quanto para o Socialismo. Ambos os modelos valorizam o “não pensar”, em dominar o intelecto para fazer valer as necessidades de seus sistemas. Ambos utilizam a mídia e a propaganda para imprimirem seus conceitos: aceitar o que lhe é imposto de cima para baixo sem questionar. Nem preciso mencionar a religião, não é?

EDUCAÇÃO

Desta forma, o primeiro passo da solução passa pela mudança na forma de educar e ser educado. E, para que seja mais efetivo, tudo deve começar pelo próprio sentido de “Educação”. Se você não sabe, a etimologia da palavra vem do latim e significa “guiar para fora”.

Toda a nossa educação até o presente momento está baseada em decorar respostas quando, na verdade, deveria ter como princípio formular perguntas.

Mário Quintana também tinha razão com suas Indagações: “A resposta certa não importa nada: o essencial é que as perguntas estejam certas.”

Perguntar é a chave não só para o conhecimento como também para o autoconhecimento. E isto muda até o sentido da palavra Educação, corrompido pela obrigação de estudar ao invés de liberdade de aprender. O mundo precisa questionar mais.

“QUESTIONAÇÃO”

O questionar guia para dentro e esta é a única maneira de fazer o homem enxergar outro homem como seu semelhante sem que isto sequer esbarre na demagogia, na pieguice ou no populismo.

Isto não tem absolutamente nada a ver com religião, outro sistema muito utilizado para dominar.

Não podemos negar que existem seres humanos mais fortes que outros nos aspectos físico, intelectual, emocional e até espiritual e este simples fato pressupõe domínio.

No entanto, com a “Questionação”, esta necessidade de domínio e fome de poder perdem completamente o sentido.

Por que você precisa ter capital suficiente para sustentar dez gerações enquanto milhões de semelhantes morrem de fome ao seu redor? Uma tomada de consciência verdadeira neste sentido pode acabar com a miséria no mundo em um único dia.

Qual é o sentido em viver pensando no futuro ou no passado e se esquecer do presente? O simples fato de tentar responder a esta pergunta pode solucionar problemas em uma infinidade de relacionamentos.

Por que, para muitas pessoas, o instinto do prazer vem antes até do próprio instinto de sobrevivência? Esta pergunta pode iluminar respostas desde o lucro das farmacêuticas até o porquê de uma pessoa usar drogas.

As perguntas precisam ir fundo:

Por que existe o idealismo de uma sociedade mais justa somente se todos forem exatamente iguais? É possível alcançar a Unidade na Diversidade?

Isto não significa que as questões não possam ficar no raso ou nas margens se isto for necessário para alcançar o entendimento:

Qual é realmente o objetivo de existirem partidos e não unidos? Um mais um fazem realmente dois?

Vale também ressaltar que questionar desenvolve o senso ético e moral, amplia a criatividade e a espontaneidade e aumenta a capacidade de solucionar problemas.

DESCENTRALIZAÇÃO

Depois desta mudança “educacional”, é necessária uma inversão dos polos na questão de tomada de decisões. Isto significa implementar a verdadeira democracia e não o engodo propagado como governo do povo. Não existe governo do povo. O que pode existir é a decisão descentralizada do todo em favor do todo.

Isto pode parecer utópico se analisado sobre a prisão dos pensamentos capitalistas ou socialistas que costumam dividir o mundo em alto e baixo, elite e pobreza, esquerda e direita, luzias e saquaremas. Porém, isto é cada vez mais possível com a tecnologia. Diversos exemplos de cooperativismo, economia compartilhada e empreendedorismo social estão aí para comprovar.

Cooperativas já existem aos montes há muito tempo, dos mais variados tipos e onde sócios participam de forma democrática e igualitária nas decisões e no capital.

Um aplicativo que aluga quartos com apenas quatro anos de idade já é mais bem sucedido do que grandes redes de hotéis centenárias, permitindo que mais pessoas gerem receitas para si próprias ao invés de concentrá-las nas mãos de um ou dois grupos hoteleiros. AirBNB e Couchsurfing são bons exemplos da economia compartilhada.

Indivíduos com mais capacidade de emprender já criam negócios que geram lucro na mesma proporção em que geram benefícios para a sociedade e para o Planeta. Você pode conhecer vários casos acompanhando o Gabriel Cardoso com seu Mude, Você, O Mundo!.

TECNOLOGIA

Um dos grandes diferenciais dos casos de sucesso é o uso correto e ético da tecnologia.

Assim sendo, a tecnologia bem empregada pode implantar a verdadeira democracia ao permitir a descentralização de tudo e a tomada de decisão respaldada na opinião de muitos: o real governo de todos.

Porém, isto só será possível na medida em que mais e mais pessoas forem guiadas para fora (conhecimento) e para dentro (autoconhecimento) para que possam verdadeiramente amar o próximo (fora) como amam a si mesmas (dentro).

Sistemas econômicos são baseados no TER. Sistemas políticos são baseados no FAZER.

Pense. Questione. E decida se você já está pronto ou não para um novo sistema baseado no SER.

VIVA O COMPARTILHISMO!

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Conteúdo desenvolvido por: Eldes Saullo   
Escrevo para quem escreve. Há quatro anos eu vivo o meu porquê: motivar e ensinar pessoas a propagarem seu conhecimento e experiência através dos livros. Sou autor de doze livros e das séries Segredos do Best-Seller e Livros Que Vendem. Todos autopublicados e Best-Sellers na Amazon Brasil.
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