Aceitação é parte da vida

Autor Maria Cristina Tanajura - [email protected]
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Nossa cultura nos ensina a lutar pelo que desejamos, a estar sempre num trabalho constante de superação buscando fazer o melhor, ser o melhor que possamos. Ouvimos isso dos pais, dos educadores, dos meios de comunicação. Torna-se uma atitude tão importante, que se não a tentarmos, pelo menos, nos sentiremos falidos e assim seremos julgados pelos outros.

Acontece que nem tudo que desejamos pode ser conseguido, por mais esforço que dispendamos. Existe uma ordem cósmica que a tudo preside e que nos regula a própria vida e a dos demais habitantes deste nosso planeta. Tudo que fizermos de alguma maneira afetará a vida de alguém, ou mesmo de várias pessoas e por isso, muitas vezes não conseguimos alcançar as metas que almejamos.

E a frustração, nesses casos, nos castiga e nos faz sofrer, como se fôssemos pessoas sem valor, sem refletirmos no fato de que somos partes de um tudo uníssono e jamais podemos pensar apenas em nossos objetivos pessoais, pois todos em torno de nós têm os mesmos direitos...

E aí, quando passamos por muitos momentos de fracassos é que começamos a pensar em aceitar melhor a vida, da forma que ela se apresentar. Pode até parecer que estamos fugindo da luta, que nossa atitude é de desistência, de acomodação, mas a aceitação da realidade que não podemos mudar é uma prova de grande sabedoria.

E isso não nos é ensinado. Aprendemos vivendo. Passando por momentos tristes de aparentes derrotas, quando lutamos, mas não conquistamos, mas quando crescemos no aprendizado, na vivência, mesmo que o resultado não tenha sido o que desejássemos.

Vivemos numa sociedade que age sem parar, que busca vencer, superar os obstáculos e que pouco reflete sobre os acontecimentos, vivendo num estado constante de tensão.

Temos dificuldade de relaxar, de entregar à Vida os nossos problemas, as nossas atividades, como se pudéssemos ter o controle total delas, o que não é verdade.

A correnteza de um rio tem como direcionar tudo que nela cai, e não adiantaria uma folha que aí está boiando tentar fazer o caminho contrário, pois isso resultaria num total fracasso.

Somos capazes de sonhar alto, de querer muito, de batalhar pelos nossos objetivos, mas precisamos ter a humildade suficiente de reconhecer que muitas vezes, aquele que perde ganha também.

Arrogância, prepotência, são frutos de uma grande vaidade que faz de nosso Ego o centro do Universo, o que ele definitivamente não é, nem nunca será.

Fazemos parte de uma sinfonia cósmica onde cada nota destoante fere a harmonia do todo. Nossa liberdade termina onde começa a do outro, que muitas vezes eu nem sei quem é.

Assim, com a consciência da amplitude infinita de que fazemos parte, precisamos treinar constantemente a aceitação. Das diversidades, dos limites que me impedem de agir com a total liberdade que gostaria de ter.

É neste sentido bem mais amplo que somos todos irmãos uns dos outros. Sem esquecer que num plano mais sutil, da energia emanada por cada um, vivemos – mesmo sem desejar – a dor e a tristeza de todos aqueles que neste momento possam estar sofrendo em algum local que eu nem conheça.

Buscar realizar o meu sonho, trabalhando para isso, é importante e me torna mais forte, me ensina muito, contanto que eu tenha a humildade de reconhecer que nem sempre posso ter exatamente o que desejo, pois a realidade é muito complexa e as necessidades de todos precisam ser supridas.

Aceitar o aparente fracasso é uma sabedoria importante, relaxando e aguardando que novas oportunidades nos sejam trazidas pela própria Vida.

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Conteúdo desenvolvido por: Maria Cristina Tanajura   
Socióloga, terapeuta transpessoal.
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