Drummond e sua caneta Mont Blanc

Drummond e sua caneta Mont Blanc
Autor Íris Regina Fernandes Poffo - [email protected]
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ALGO ALÉM DA SEPULTURA – PARTE 1

O escritor Carlos Drummond de Andrade (1902 – 1987) traz sua contribuição do outro lado da vida, no livro FAZ PARTE DO MEU SHOW*. Ele nos conta que presenciou seu próprio velório. Conheceu seu mentor (ou amparador ou anjo-guardião), que não tinha asas, nem era loiro de cabelos cacheados, e logo começou a fazer dezenas de perguntas sobre curiosidades que sempre teve. Depois seguiu com ele para aprender a se adaptar no plano espiritual e a viver como escritor desencarnado. No livro consta que ele vive na cidade espiritual “sobre” a cidade material do Rio de Janeiro (RJ), onde continua escrevendo com sua “caneta Mont Blanc desencarnada”, como ele mesmo a denomina.

Vejam o que ele tem a nos contar sobre a vida além da sepultura:

“A morte seria um tédio caso não houvesse vida. Seria uma negação, caso não houvesse nada após a sepultura. Imagine eu, acostumado a trabalhar, produzir intelectualmente, obrigado a ficar ali parado (no cemitério) indefinidamente. O corpo inerte na fria tumba, deitado, esperando a voracidade dos vermes? Sem pensar, sem produzir, sem ao menos ver as horas passar!

Aguardar o famigerado juízo final? E para quê? Ser enviado a um céu de desocupados, que estacionaram no pior retrato de mau gosto do Olimpo e não aprenderam a tocar um instrumento mais emocionante que a harpa? Para ser despachado em direção ao inferno, onde o decorador errou na quantidade de vermelho e os homens ainda por cima possuem rabo? Mas a morte, para a minha paz, não é assim”.

Ele próprio descreveu como foi sua passagem para a vida espiritual:

“Pareceu que eu dormia. Simplesmente isso. Mas dormia um sono diferente, com sonhos nítidos povoados por seres, coisas e situações. Eu simplesmente vivia, era tudo. Mas o corpo não me respondia. E diante daquela agonia de viver sem o corpo, e de morrer sem a alma, eu via apenas o corpo deitado de boca aberta. E eu – eu não era mais aquele corpo, conservava minha transparência que varava a cama, os móveis, as paredes. Eu era espírito”.

Relatos como este, nos fazem refletir que a vida não se acaba com a morte do corpo físico! Somos espíritos imortais! Cada um segue seu caminho e um dia caminharemos todos juntos na luz!

*FAZ PARTE DO MEU SHOW (p. 66 e 67). Psicografia de Robson Pinheiro pelo espírito Ângelo Inácio. 2ª edição. Casa dos Espíritos Editora. Contagem, MG. 181 pp. 2004.

Por: Iris R. Fernandes Poffo – SP/SP – outubro 2017

Este texto foi retirado do livro: “Passagens entre mundos entrelaçados” de Iris R. F. Poffo e adaptado para a página do STUM.
 



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Conteúdo desenvolvido por: Íris Regina Fernandes Poffo   
Bióloga, espiritualista, terapeuta holística e escritora.
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