Sensação de estagnação, mas com extrema atividade interior

Sensação de estagnação, mas com extrema atividade interior
Autor Teresa Cristina Pascotto - [email protected]
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A profunda transformação interior, a real expansão de consciência, tornando-se autoconsciente, acontece de forma intensa e até mesmo dolorosa para alguns, quando o ego resiste, gerando verdadeiras mudanças na consciência e no ser como um todo, mudando até mesmo as frequências cerebrais, mudando as conexões neurais, criando novas sinapses, a partir dos novos caminhos internos – ao invés do velhos hábitos por buscar mudanças em caminhos externos -, que geram novos circuitos e “caminhos” neurais. A neuroplasticidade acontece. Principalmente quando o trabalho é de profundo autoconhecimento, num mergulho cada vez mais profundo no inconsciente do ser.

Mudando a percepção do mundo, da realidade e de si mesmo, inevitavelmente o cérebro também muda suas conexões. A consciência muda, mudando a mente e transferindo essa informação para o cérebro, cria-se a “mutação funcional” do ser humano.

A grande e verdadeira mudança, na busca do autoconhecimento e da expansão de consciência, não ocorre de imediato na “realidade física”, no mundo externo, mas sim, no “mundo interno”.
Para essa mudança acontecer, que reflete nos neurônios, tanto gerando a neuroplasticidade, quanto no aumento – nascimento – de novos neurônios, há todo um processo interno que acontece antes disso tudo. E durante a “mutação neuronal”. Esse processo interno, é bastante exaustivo, delicado e perigoso, tudo rui dentro de nós, temos a sensação de estarmos “perdidos de nós mesmos” (e ficamos, pois vamos nos dissociando do ego, que parecia “ser quem somos”), já não queremos o que queríamos antes e, por um lado isso é bom, porque traz mais equilíbrio, mas por outro lado, é horrível, porque temos a sensação de que não queremos mais nada e o “não querer” é assustador, pois nada nos interessa. Isso tudo ocorre por um período, antes de darmos algum pequeno e sutil salto quântico, mas ocorre inúmeras vezes, porque na autotransformação, passamos por vários ciclos de busca, desapego, desorientação, desespero, enfim, de morte em vida, para voltarmos a renascer. Tudo é muito intenso e ocorre muitas vezes sem que tenhamos consciência disso. Poucos têm consciência do que realmente está acontecendo, e para todos, tudo é muito doloroso.

A dor é proveniente do medo de “não existirmos mais” da forma como existíamos, que era com identificação com o ego, onde achávamos que “sabíamos quem éramos”. Quando vamos desconstruindo as ilusões, o mundo que criamos a partir das ilusões do ego, se torna estranho, distorcido, sem sentido. Isso é agonizante, mas necessário, pois enquanto achamos que o mundo do ego é “bom”, e que só precisa de alguns ajustes, estamos doentes. A partir do momento que começamos a desconstrução de tudo, de nossas crenças, de nossos valores, de nossas atitudes e reações diante das situações de vida, de nossa vida como um todo, de “nosso mundo”, ficamos mais aliviados, pois relaxamos mais no inicio da desconstrução, por não termos mais que fazer manobras de ego, na intenção de manter esse mundo ilusório e doloroso. Porém, quanto mais verdades descobrimos sobre nós, sobre partes de nós que atuam veladamente em nosso inconsciente, mais desconstrução natural de nossas “antigas verdades” ocorre e isso nos abala, nos causa medo, choque, pânico, tristeza profunda e angústia. Para cada uma ocorre de um jeito e com intensidade diferente, quanto mais consciência da realidade a pessoa tem, mais capaz de passar por tudo isso sem se perder no sofrimento ela também tem.

Chega um momento em que questionamos, ficamos irados, pois avançamos tanto na busca pela verdade de quem realmente somos, no resgate de nosso verdadeiro Eu, mas passamos por tanta dor, tantos mistérios, tantas verdades dolorosas sobre nosso lado sombrio, nos tornamos tão responsáveis por nossa vida e isso é tão doloroso, atravessamos inúmeras noites escuras da alma, morremos para renascer na luz de mais consciência, mas percebemos que temos muita jornada pela frente. Por isso questionamos mais, duvidamos da eficácia do processo. A esta altura, olhamos para trás e só vemos ruínas, desolação, os restos do que achávamos que éramos e achávamos que vivíamos, vemos tudo desconstruído. O impulso do ego, é voltar correndo para esses “lugares desolados dentro de nós” e recolher os cacos, na tentativa de “colar” tudo, para voltarmos a ver, viver e sentir a vida como antes, na ilusão. O ego fica irado porque ele acredita que a vida nas ilusões era vida de verdade, para ele, não importava se vivíamos círculos viciosos, e, no fim de cada ciclo, sempre nos erguíamos seguindo uma “nova” ilusão, felizes por estarmos em pé novamente, acreditando novamente, mas no final, sempre caiamos no fim do ciclo, no inevitável sofrimento, mas satisfeitos porque logo encontraríamos novamente uma fonte de ilusões para nos erguer. Obviamente que a alma não quer isso, quando ela finalmente conseguiu ter mais poder sobre nós, a primeira atitude dela foi nos tirar das ilusões, foi fazer com que percebêssemos as ilusões, foi desconstruir as ilusões.

Portanto, vivemos a insuportável dor da desilusão, para o ego. Porque para a alma, é na desilusão e na conscientização de que vivíamos iludidos, que ela encontra o primeiro ponto de apoio para nos levar para a trilha da jornada que ela escolheu para esta vida. Dor para o ego, esperança para a alma.

Só que a dor é intensa, quebrar tudo isso dentro de nós é realmente doloroso. Não saber mais “quem somos”, o que queremos, o que nos espera adiante, como será nossa vida de agora em diante, não saber, diante de tantos fragmentos de nosso ser, espalhados nos destroços das inúmeras desconstruções internas pelas quais já passamos, “quem é ou qual é o fragmento real de força e poder, o fragmento do verdadeiro Eu”, é aterrador. Os fragmentos de nosso ser sempre existiram, mas o ego ocultava tudo, não nos deixando perceber, ou “juntando tudo” para fingir que éramos um só ser.

Os fragmentos de nosso ser são uma realidade saudável dentro de nós, quando isso faz parte de um processo de autoconsciência, pois conseguimos saber, sentir e perceber que não são exatamente fragmentos no sentido de desconexão, mas sim, que são fragmentos de expressões variadas de nosso ser, que atuam “em conexão, em união”, sentimos que “somos UM com nossos fragmentos”. E é aqui que realmente pode se iniciar o processo de automaestria, quando começamos a saber “que parte de nós” está envolvida nesta ou naquela experiência, com emoções e sentimentos variados. Não nos perdemos de nós, mas nos encontramos em nós. Fragmentados como forma de expressão humana, mas UNOS porque isso sim é sermos “inteiros”.

Porém, chegar a esse ponto de capacitação para lidar melhor com toda a desconstrução ocorrida e que ainda ocorrerá, é bastante difícil, poucos conseguiram e muitos estão próximos disso.
Há tanto trabalho interno, tantas mudanças, medos que afloram e com os quais temos que lidar. Antes, tentávamos evitar o que nos dava medo ou tentávamos criar distrações para não deixar o medo fluir. Agora, se sentimos medo, paramos, respiramos o medo, conversamos com essa entidade medo, fazemos perguntas a ela e, mesmo sentindo o medo, prosseguimos com aquilo que estamos fazendo no momento. Isso, naturalmente, faz com que a energia do medo seja liberada e o medo seja então apenas uma “entidade medo real”, que está ali para nos ajudar, de alguma forma, mas não nos paralisa. Até o momento em que o medo será apenas uma entidade que aparecerá para nos guiar, mas sem nos fazer SENTIR a frequência do medo.

Além do medo muitas outras emoções e sentimentos afloram, e vamos aprendendo a lidar. Se não dermos a atenção adequada ao que aflorar, o que aflorou nos paralisará, até que paremos para olhar para essa outra sensação e “sentimento/entidade” que aflorou e façamos o mesmo que fizemos com o medo.

Não é uma condição racional, que tem um passo-a-passo para seguirmos, pois isso, ou melhor, essa sabedoria, vai se desenvolvendo em nós, é nossa consciência que muda e não se deixa dominar pelo ego que sempre fugiu, camuflou, contornou e escondeu aquilo que era doloroso demais para ele. Só que tudo isso, todas as emoções e sentimentos se avolumaram, se condensaram e, na maioria das vezes, se tornam um emaranhado de angústia profunda e pânico desolador. Sendo a consciência que se observa, que se distancia, para lidar com as partes de nós e com o ego de forma sábia, vamos lidando com tudo o que sempre nos fez sofrer. Todos os seres humanos carregam todos os sentimentos, emoções e conteúdos sombrios dentro de si, o que muda é a frequência e a intensidade que cada aspecto tem na vida de cada pessoa.

Na jornada pela desconstrução do falso eu, no encontro com o verdadeiro Eu, tudo aquilo que estava camuflado e oculto pelo ego, vêm à tona. Por isso, na jornada, muitas pessoas acham que “pioraram”, que agora estão sentindo “coisas” que antes não sentiam. A verdade é que sempre sentiam, mas criaram mecanismos para não sentir ou se distrair ou se anestesiar. Com o firme propósito de transformação interior, obviamente que esses conteúdos virão à tona para serem tratados, trabalhados e usados até mesmo como forças, guias e poderes. Isso vai depender das decisões que cada pessoa tomar. Se alguém ainda quiser se manter firme e apegado ao ego, como um “plano de fuga”, para o caso de a jornada ser muito ruim, obviamente que esse alguém sofrerá muito mais, pois não há entrega real. Se esse alguém, mesmo assim, perseverar, ele avançará, com certeza, mas tendo a resistência do ego, sofrerá um pouco mais.

Não há um certo ou errado, há  o que cada um consegue fazer em cada momento da jornada. Se a pessoa conseguir se soltar do ego, deixando de ser prisioneiro dele, mas o tendo como um companheiro de jornada, então essa pessoa terá a força do ego em seu apoio, porém lembrando que ego é sempre ego, e nunca dará para confiar nele, sempre temos que ter “desconfiança”.
A verdadeira jornada da alma nos tira do conforto, nos arrebata, nos coloca em “lugares horríveis” (para o ego, por nossa ignorância da realidade) dos quais não podemos fugir e nem voltar para trás. Faz isso para que possamos viver a experiência de estarmos nesses ”lugares” com aceitação e, se tivermos desespero, bastará respirar e aceitar o desespero, mantendo a certeza de que quando a energia do desespero e desesperança fluírem, logo sentiremos que o “lugar” é só um lugar, não é horrível, é só um novo nível que alcançamos, mas como é desconhecido, se torna aterrador e, também, porque cada novo “lugar” que alcançamos com nossos pequeninos saltos quânticos, é sempre novo e assustador, pois “viajamos” com essa crença que ainda precisa ser desfeita dentro de nós, a crença de que o desconhecido é perigoso, aterrador, impossível de sobreviver a ele e outras crenças. Assim, quando estamos num determinado “lugar” alcançado, aceito e, portanto, mais agradável, porque nos adaptamos a ele, isso significa que está na hora de avançarmos, de saltarmos para outro “lugar”, e logo estamos em pânico novamente, porque sabemos que temos que saltar, pois voltar não é possível e não queremos, ficar pode deixar de ser confortável e se torna doloroso. Só nos restar saltar novamente... E a alma só consegue isso, trazendo-nos sofrimento no lugar ao qual nos adaptamos e até gostamos de estar. No sofrimento, fazemos de tudo para ficarmos bem e em paz.

É nestas condições que as pessoas estão ‘bem’ e ‘do nada’, ficam muito mal e angustiadas, e dizem: “eu estava bem, por que fiquei assim de novo? Perdi as esperanças...” Ela só ficou mal de novo porque estava querendo criar a zona de conforto no “lugar” para o qual saltou e se adaptou e, não querendo sair dali, tudo fica doloroso para obrigá-la a saltar.
A jornada real é assim. Poder ser entendida como vários ciclos de morte e vida, pois a cada movimento para deixar um certo “lugar ao qual se adaptou”, por sentir que não pode ficar ali, sentir que está ruim ali, sentir que precisa “fazer algo e não sabe o quê”, para não se sentir mal de novo, e então sentir que “tem que fazer algo”, e que isso significa avançar, ir novamente para outro lugar, com a sensação de que está indo “do nada doloroso, para lugar nenhum aterrador”, traz uma sensação de profunda fraqueza, impotência e “morte”.

E, no momento em que está extremamente doloroso ficar no mesmo lugar... a “morte pede vida”. É aqui, então, pela força do sofrimento insuportável, que a pessoa se expande para dar o salto, aqui há uma sensação intensa de morte, e quando chega ao “outro lugar”, a velha sensação de medo do desconhecido e a vontade de “desaparecer”, e tudo o mais, ainda mantém a sensação de morte que, de certa forma está ocorrendo, pois está “morrendo ou perdendo a força” de uma parte da pessoa que insiste em se apegar ao velho e ao ego, então com a força da alma, essa parte enfraquece e se lança na expansão e no salto, chegando ao novo lugar, com a sensação de fraqueza e de “não existir, vivendo mais um fragmento de ciclo de morte e, ao pisar no novo lugar e logo aceitar e lembrar que já passou por isso inúmeras vezes e que é só relaxar e se adaptar que tudo será paz, ela renasce, é nova vida.

“Morte” para todas as frequências do ser total da pessoa, que estavam em dissonância com as frequências da alma, para um renascer, para uma nova vida para todas as frequências e dimensões do ser total. Vários ciclos... morte e vida. Em cada ciclo, a pessoa alcança outras dimensões e novas frequências de “alma superior”, trazendo essas novas forças consigo, criando mais vida e mais consciência desperta. Até que a pessoa alcança um estado extremamente expandido de consciência e alcança suas várias dimensões, aí então, começa a verdadeira transmutação geral do ser.

Esse é o protótipo do novo ser humano, que estamos desenvolvendo nesta dimensão, neste “agora”, para que tudo isso, por ressonância, reverbere no campo morfogenético que envolve a humanidade, um campo holográfico, que contém todos os padrões da humanidade, passando essas informações assim, de forma frequencial, adentrando o holograma e levando a luz e informação necessária para as mudanças, atuando na evolução do ser humano.

Porque estamos em processo de “mutação divina”, onde seremos “os mesmos”, mas com percepções e consciência de nós mesmos, com distanciamento e de forma multidimensional, viveremos no aqui e agora, sendo verdadeiramente o Divino no Humano. Isso é a mais alta capacitação que alguém pode alcançar, é ser um ser humano, tridimensional, com corpo físico, mental e emocional, mas também, sendo (junto, integrado) um ser multidimensional, agindo e reagindo, em cada momento de vida, com uma frequência diferente, de acordo com a dimensão do seu ser que está se expressando no momento, em comunhão com o humano 3D em nós, num fluir de sabedoria, amor e poder.

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Conteúdo desenvolvido por: Teresa Cristina Pascotto   
Atuo a partir de meus dons naturais, sou sensitiva, possuo uma capacidade de percepção extrassensorial transcendente. Desenvolvi a Terapia Transcendente, que objetiva conduzir à Cura Real. Atuo em níveis profundos do inconsciente e nas realidades paralelas em inúmeras dimensôes. Acesso as multidimensionalidades Estelares. Trago Verdades Sagradas.
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