A cura de todos os males

A cura de todos os males
Autor Flávio Bastos - [email protected]
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O termo "preconceito", segundo o dicionário, é uma opinião formulada sem a devida reflexão ou exame crítico, Geralmente desprovida de qualquer fundamento, essa opinião acaba influenciando modos de pensar e agir, podendo determinar atos de intolerância contra pessoas e grupos sociais.

Sob o ponto de vista das sucessivas vidas do espírito imortal, o preconceito é uma chaga presente em muitas experiências vitais na dimensão da matéria. Desde tempos imemoriais, preconceito e intolerância caminham juntas, sendo responsáveis em grande parte, pela crueldade disseminada entre os homens.

Montaigne, célebre filósofo francês do século XVI, escreveu: "A covardia é a mãe da crueldade". Se associarmos essa afirmação ao âmbito dos relacionamentos humanos, veremos que a frase é verdadeira, à medida que a perversidade dispensada ao semelhante ou aos animais, está relacionada a quem exerce uma forma de poder, dissimulando a sua covardia através dele.

Francisco do Espírito Santo Neto, em seu livro "As dores da alma", registra que "A atrocidade, o sadismo, a perversidade e a desumanidade são características provenientes da insensibilidade ou enrijecimento da psique humana, em processo de desenvolvimento espiritual". E conclui: "Todo processo de aprendizagem resulta em uma expansão da consciência, o que nos possibilita, gradativamente, abandonar os gestos bárbaros. Quando a criatura integrar na sua mentalidade o senso moral, que nela reside em estado embrionário, converterá os atos agressivos em atitudes sensatas e humanas".

No livro "A imensidão dos sentidos", Francisco Neto destaca a expressão "sombra" como associada à cegueira existencial: "Carl Gustav Jung desenvolveu a expressão sombra para denominar tudo aquilo que somos mas ignoramos ser. Esse termo, em psicologia, significa tudo o que o homem não quer ver em si mesmo permanece oculto no seu inconsciente.

Nesta lógica, a "projeção" -uma das técnicas de defesa do ego- acontece quando recusamos aceitar, ou não ver, o que está dentro de nós. Tentamos nos livrar de nossas fraquezas, limitações, inseguranças, medos, atribuindo-os a alguma situação ou pessoa. Na realidade, reprovamos ou criticamos veementemente nos outros aquilo que não podemos aceitar em nós.

Quando não estamos conscientizados dos diversos aspectos que compõem a nossa "sombra", ela é projetada no exterior de forma imprevista e constante. Em síntese, tudo aquilo com que nos deparamos "fora" de nós é algo que procede de dentro. Somente quando avaliamos nosso coeficiente evolutivo e tomamos contato com nossas dificuldades e fragilidades existenciais, é que podemos iniciar nossa real tarefa de transformação íntima. Além do mais, só conseguimos modificar aquilo que admitimos e vemos claramente em nós mesmos".

Nas experiências regressivas a vidas passadas, realizadas por terapeutas habilitados, consegue-se estabelecer essa conexão entre a "sombra" da pessoa projetada para "fora" e os sentimentos negativos que motivaram a sua procura por ajuda terapêutica. Ou seja, as experiências geralmente revelam comportamentos arraigados a vidas pretéritas que não sofreram alterações significativas no sentido de uma elaboração consciente. Até o momento que a pessoa resgata dos registros da memória extracerebral, vivências que a levam a elaborar um melhor nível de percepção de si mesma inserida em um histórico de muitas vidas.

Na experiência como psicoterapeuta interdimensional, foram muitas as regressões de memória que envolveram emoções associadas a informações que emergiam à luz da consciência. Vivências que revelavam a "sombra" que havia por trás de cada comportamento rígido, atrelado ao passado. Algumas das experiências foram conduzidas por mentores espirituais dessas pessoas, que se apresentavam e passavam a fazer parte do processo de autoconhecimento de seus protegidos, o que demonstra que quando permitimos uma abertura para melhorarmos em relação ao que somos, situações se interconectam em nosso favor.

"A escuridão é a ausência da luz". A frase de Albert Einstein, que soa como uma obviedade científica, representa no âmbito de nosso inconsciente profundo, a nossa sombra à espera de um resgate que nos leve à conscientização do que o desconhecido significa dentro do processo de autoconhecimento e libertação das amarras do passado. Mas, para que isso ocorra, precisamos despertar do "pesadelo" que representa os nossos sentimentos hostis projetados no outro. A partir do despertamento, o amor, que é a cura de todos os males, se encarrega de conspirar em nosso benefício.
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Conteúdo desenvolvido por: Flávio Bastos   
Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia.
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