Um lado acha que está certo e o outro errado. Um lado pensa: "Como pode, meu amigo, familiar, pessoa tão inteligente, que eu considerava tanto, votar nesse candidato? Como pode ser tão ingênuo a ponto de se deixar enganar?" Aquele que apoiamos é o honesto, ou o menos corrupto. Por isso vamos votar nele. O outro candidato é ladrão, rouba, mente, trapaceia, o meu não. Você acha que está certo, mas está errado. O outro acha que você pensa que está certo, mas acredita que você se engana.
São coisas que todos temos o direito de pensar, defender, acreditar. Mas existe uma linha até onde tudo isso vai. Temos o direito de criar argumentos, mas não temos o menor direito de criar fatos, apenas expô-los. E se não forem verdadeiros, não são fatos.
Temos o direito de defender ideias baseadas nesses fatos. Temos o direito de bradar, gritar, protestar e no dia da eleição depositar tudo que pensamos na urna, através do nosso voto. Temos nossas crenças e ideais espirituais e é nosso dever manter a ética dentro dessas crenças para não misturar uma coisa com a outra. Esse é o limite, essa é a linha. Qualquer outra atitude que cruze esse limite para que nossas vozes sejam ouvidas, seja por força e imposição, verbal ou física, como agressões, significa o rompimento da democracia.
E onde está a espiritualidade nisso tudo? Em cada um de nós. Nossa consciência espiritual é a linha e o limite. Se rompermos essa linha deixamos de ser iluminados, as trevas inundam a nossa alma e pode levar muito, muito tempo para que ela se ilumine novamente.
Infelizmente, isso tem ocorrido muito ultimamente. Pessoas agredindo ou assassinando seus irmãos em nome de rivalidade política. Num mundo onde a tecnologia facilitou a obtenção de conhecimento, espiritual, racional, emocional, para que possamos evoluir em todos os sentidos, onde a tecnologia pode nos propiciar uma vida extremamente pacífica e de unidade, sem dor e sem guerras, estamos a fazer justamente o oposto.
Ainda dá tempo e torço para que recobremos o juízo e a razão antes que nosso espírito seja quebrado e ninguém mais saiba em que local a nossa linha e o limite de sermos humanos se encontravam originalmente.
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