Famílias narcisistas: será que é o seu caso? Parte I

Famílias narcisistas: será que é o seu caso? Parte I
Autor Andrea Pavlo - [email protected]
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Esse assunto é indigesto, sei bem disso. Mas essa pode ser a fonte de praticamente todos os problemas que parecem insolúveis na nossa sociedade e pode ser que você pense que é a culpada pelos estragos na sua vida, e às vezes não é.

Eu estou assistindo novamente o seriado "The Crown", na Netflix. Esse seriado conta a saga da família real britânica desde a renúncia do Rei Edward VIII, até os mais recentes acontecimentos, como a morte da princesa Diana. E é incrível como vemos ali, na realidade, uma estrutura de clã, muito óbvia, que na realidade se repete na maioria das famílias, principalmente as latino-americanas.

Os clãs foram criados junto com a civilização. Em tempos de homens nômades, que mudavam de lugar à procura de caça e pesca, ela era fraca, Mas depois da invenção da agricultura, quando a terra passou a ter valor e posse, essa estrutura passou a fazer sentido. O casal não era originalmente formado por laços de amor, mas sim de conveniência. Homens muito mais velhos com meninas de menos de 14 anos, que poderiam dar muitos filhos num momento em que as crianças morriam como moscas. Quanto mais filhos que "vingassem", mais homens pra trabalhar na terra e mulheres para trabalhar na casa. Isso gerou a "família", essa instituição que ainda hoje é a estrutura mais forte social, apesar de sempre estar passando por mudanças.

Hoje temos, sim, famílias com novas roupagens, mas ainda temos muito do velho mundo. Famílias que se esforçam em preservar um status quo que nem sempre faz mais sentido. Assim, elas se encaixam em si mesma, cheias de regras inventadas e repetindo os mesmos padrões, geração após geração. Os padrões repetitivos são claros: casamentos proibidos, pessoas assassinadas da mesma maneira, pessoas que são excluídas ou incluídas, uma série de padrões mais óbvios como dois irmãos (exemplo da família Kennedy) que são mortos da mesma maneira.

Eu poderia falar desse assunto por horas, mas o ponto é o narcisismo que esse clã pode desenvolver. O padrão narcísico é aquele em que a pessoa só olha pra si mesma. No caso de famílias, clãs, eles só olham para si mesmos, rejeitando novas ideias ou mesmo pessoas que tentem entrar. Entrar nessa família é quase perigoso (haja visto o que aconteceu com a Princesa Diana). O problema é que esses padrões são tão sutis e são jogados na cabeça das pessoas desde o nascimento, que não percebemos o quanto caímos nas armadilhas das famílias narcisistas.

No caso da família real, esse padrão é muito claro. O Rei acima citado desistiu da coroa em detrimento de ideias diferentes e um amor incomum (com uma mulher estrangeira e divorciada 3 vezes). A igreja e os padrões familiares exigiram a renúncia e o exílio, tirando o casal completamente do convívio familiar e sendo excretado pela opinião pública.

E aí, quem não tem na família um padrão assim? Um tio ou uma tia que foram expulsos do convívio familiar por se casar com fulano ou criclano? Filhos homossexuais que são expulsos por amarem pessoas do mesmo sexo, principalmente em famílias altamente religiosas. Pessoas que mudam de cidade, de país para fugirem dos padrões familiares e finalmente poderem ser felizes e realizados com suas escolhas?

Do outro lado, quantas famílias engolem seus membros, sem dó nem piedade. Colocam rótulos nos indivíduos ainda crianças "você é a bonita, e você é inteligente". Fulana é "doidinha". Quantos adoecimentos, suicídios, quanta dor e morte "em nome da família". Quantos homens e mulheres com imensos potenciais que foram eliminados por padrões familiares? A questão não é só a política ou a economia de um pais mas a reflexão que The Crown deixa é: será que não é a família que precisa mudar?

(continua)

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Conteúdo desenvolvido por: Andrea Pavlo   
Psicoterapeuta, taróloga e numeróloga, comecei minhas explorações sobre espiritualidade e autoconhecimento aos 11 anos. Estudei psicologia, publicidade, artes, coaching e várias outras áreas que passam pelo desenvolvimento humano, usando várias técnicas para ajudar as mulheres a se amarem e alcançarem uma vida de deusa.
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