Polêmicas da espiritualidade moderna: Carnaval pode?

Autor Rosana Ferraz Chaves - [email protected]
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Eu lembro que quando eu era criança, o povo dizia que carnaval era a festa da carne. Será?

“A palavra carnaval vem do latim carne levare, que significa “afastar-se da carne”. O termo começou a circular por volta dos séculos XI e XII e se referia à véspera da Quarta-Feira de Cinzas, época em que se iniciava a abstenção da carne.”

Segundo estudiosos, a festa de carnaval tem origem na Idade Média, antes dos bailes de máscaras, com os povos antigos da Mesopotâmia, Grécia e Roma e tinha o simbolismo de marcar a época do “mundo de cabeça para baixo”, no qual as ordens das coisas poderiam ser invertidas temporariamente.

Os povos citados comemoravam festivais ao deus Dionísio, Baco para os romanos, onde havia muita bebida e sexo livre, já que tudo estava de cabeça para baixo.

Como a igreja católica queria controlar os ímpetos, associou posteriormente a festa do carnaval, com a quaresma.

Sendo “tudo de cabeça para baixo”, regado a muita bebida e sexo, você deve estar se perguntando por que a igreja não impediu que a festa ocorresse, já que tudo nela era pecado.

Não impediu porque os bailes de máscaras ocultavam figuras ricas e importantes da sociedade da época, que se esbaldava nesses festejos e depois eram perdoados, na Quarta-Feira de Cinzas.

Para entendermos os “pecados” do carnaval, precisamos entender quem era Dionísio. Como é que um “deus” pode gostar de vinho de prazer?

Dionísio era filho de Zeus com uma mortal e foi transformado de semideus em deus por Hera, por gratidão, por ele tê-la libertado de umas correntes.

Existem várias versões sobre as lendas de Dionísio e talvez uma delas explique melhor seu culto com vinhos e prazeres.

Em uma das versões, Zeus transforma Dionísio em um cabrito e o confia aos cuidados de Hermes, temendo que a criança sofresse com o ciúme de Hera, uma de suas muitas mulheres ou sua esposa, como você preferir.

Hermes resolve então entregar o menino “cabrito” para que as ninfas da floresta o criassem.

Dionísio cresceu aos cuidados das ninfas, dos sátiros, das mênades (bacantes, adoradoras de Baco ou Dionísio) e de Sileno, “um velho gentil que quase sempre estava bêbado, mas tinha o dom da profecia.”

A palavra ninfeta, tem origem nas ninfas, seres que habitavam as florestas, os lagos, a natureza em geral.

Os seres elementais são sempre associados com a procriação, já que ajudam a preservar a natureza e os animais.

Se você já leu Sonho de uma noite de verão de Shakespeare, vai entender perfeitamente a interação dos elementais com os seres humanos, numa floresta à noite, principalmente com a música adequada.

Elementais adoram boa música e se você fizer uma fogueira numa noite de lua cheia, perto da mata, ao som de uma flauta ou um tambor tocando Folk, nem precisa convidar, pois com certeza os elementais estarão presentes na sua festa.

Não sabemos qual parte de Dionísio gostava de festas, teatros, dança, música, vinho e amor, talvez a humana ou quem sabe a divina, mas com certeza, nada disso te levaria para ao lado negro da força.

Se você é pagão, basta se lembrar de Belthane, um festival que tanto pode ser levado para o lado mágico, quanto para o profano.

É o exagero de tudo isso que te deixaria na zona de rebaixamento.

Se imagine ao lado de uma pessoa superespecial, que você está muito a fim, tanto quanto o(a) outro(a), vocês dois livres e desimpedidos (as), com sentimentos de amor, com boa música, boa comida, ótimos vinhos, num lugar lindo e aconchegante.

Será que não rolava? E se rolasse seria pecado?

Agora a pessoa fica bêbada, dá vexame, importuna os outros e força situações e a culpa é do carnaval?

Vi um famoso falando que todo motel é cheio de obsessores, que não tem como escapar deles e blá, blá, blá.

Eu te pergunto: qual é a diferença entre um motel e o quarto de um casal, onde o homem obriga a esposa a se relacionar com ele, porque ele tem “direitos” de marido? Esse quarto estaria cheio de que? De anjos?

Eu te respondo: no motel vai quem quer, por isso a energia pode sim ser melhor que de muitos quartos de família.

Existem motéis decentes sim. E quem tanto critica, não se relaciona com ninguém? Ou leva para o quarto em casa?

Existe muita coisa a ser dita, sobre o que ou quem atrai obsessores sexuais, mas não caberia aqui, mas vocês ficariam espantados...

Meu corpo, minhas regras?

Se você viajar para um local onde a maioria dos homens estão embriagados, tocando músicas incentivando uma agressão, alguém respeitaria suas regras?

Use seu bom senso!

Eu não frequento bares ou locais onde se consomem muitas bebidas, ou com pegação e gente aglomerada. Sou uma sensitiva e para mim isso é péssimo, porque tudo o que não presta vai querer focar em mim e me sugar.

Então não posso me divertir no carnaval?

Claro que posso! Posso me divertir em locais que respeitem “as minhas regras”, porque a maioria pensa como eu.

Comemore na sua casa, no seu prédio, com pessoas conhecidas, com boa música, ou aproveite o período para relaxar e se limpar.

Esse período é sim de energia mais densa, justamente por causa da mentalidade desequilibrada de alguns, que esperam essas festas para fazer tudo aquilo que prejudica o outro, mas dá poder a quem faz.


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Conteúdo desenvolvido por: Rosana Ferraz Chaves   
Oraculista, sensitiva e escritora. Se dedica aos estudos de anjos, baralhos e tarots antigos, ministra cursos de oráculos, neurolinguística. Desenha mandalas e cria perfumes mágicos em seu atelier. Autora do livro Magid - O encontro com um anjo.
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