Dia Internacional das Mulheres: rezar e obedecer

Dia Internacional das Mulheres: rezar e obedecer
Autor Rosana Ferraz Chaves - [email protected]
Facebook   E-mail   Whatsapp


Escrevi um artigo sobre o Dia Internacional das Mulheres, mas depois que assisti o documentário Rezar e Obedecer, resolvi dar uma visão mais espiritualista ao tema.

O documentário conta um resumo da a trajetória de vida de Warren Jeffs, líder de uma igreja fundamentalista, onde ele praticava abusos em mulheres maiores de idade, menores de idade e inúmeros escândalos financeiros.

Eu sou uma Maga e creio que a melhor maneira de evitar que pessoas inocentes sejam enganadas nesse nosso meio nada holístico, é ensiná-las a pensar, livres de dogmas, preceitos e preconceitos.

Magia eu ensino nos meus cursos e jamais ensinaria isso aqui, para não iniciados, mas não é por isso que não podemos aprender a distinguir bons profissionais de profissionais inoperantes, inócuos ou charlatões.

A magia real é bem lógica em sua essência e os rituais são uma forma de expressar um pensamento, um caminho ou um fim, que só será obtido se você conhecer a origem do problema. Você precisa aprender a pensar!

Um dos assuntos mais polêmicos desse universo, é a real função da mulher nesse mundo e como os seres humanos, independente de gênero, lidam com isso.

Existem nuances desse assunto que toda mulher já pensou ou vai pensar, quando chegar na vida adulta. Em algum momento toda menina se pergunta: O que é que eu estou fazendo aqui nesse planeta?

Eu trabalhei num local onde as vezes no Dia Internacional das Mulheres, o diretor convidava todas as funcionárias para um café da manhã, quando alguém do RH fazia um breve discurso ou convidava outra mulher escolhida lá por eles, para falar as maravilhas de ser mãe ou das contribuições das mulheres no ambiente de trabalho.

Normalmente quando não se encontram palavras para elogiar as mulheres, apela-se para as mães, que pelo menos tem algum respeito dos participantes, isso até que ela se torne sogra, que, segundo a crença popular, é sempre uma megera.

Praticamente ninguém tem medo de conhecer o sogro, porque segundo a lenda, ele é sempre compreensível e sociável, ao contrário da sogra, criatura intragável que examinará você do cabelo à unha do pé, e não gostará do que vai ver, não importando o quanto você a tente agradar.

Na magia, aprendemos sobre as três fases da Deusa, que são a jovem, a mãe e a anciã, mas no mundo atual, existem as quatro fases da mulher descompensada.

Fases da mulher descompensada: a menina princesa (que espera seu príncipe salvador), a mãe sofredora (mãe que não sofre não é valorizada), a sogra megera (tem que ser má para proteger o filhinho problemático) e a vovó docinho (cozinha e mima os netos com tudo o que proibia os filhos de fazerem, contrariando os pais).

Voltando ao evento, logo em seguida, antes do café, sorteavam uns brindes bem “meia boca”, para o delírio das que ficaram bravamente até o final, esperando por isso e assim que acabava, um grupo de homens entrava no recinto não para cumprimentar as mulheres, mas para comer os salgadinhos do café da mulherada!

No Dia das Mães, tudo isso se repetia, exatamente da mesma maneira, só que sempre exaltando o enorme sofrimento da mulher mãe, que assim como Jesus, daria sua vida pela vida dos filhos se preciso fosse, incompreensivos, que jamais reconheceriam o seu valor.

Só que toda mãe também é filha, não?

Nesse mesmo local de trabalho, que tanto dizia valorizar as mulheres, 90% dos cargos maiores, sempre eram destinados aos homens, cabendo a algumas poucas mulheres, os cargos de menor salário e de pouco poder, sendo que a grande maioria dos funcionários, também eram mulheres.

Muito a contragosto, um dia fui obrigada a participar dessa coisa toda e, claro, nunca mais voltei ao evento.

As mais assíduas, a partir desse dia começaram a me olhar de soslaio, como se eu me achasse acima da média delas, por não querer comparecer nessas coisas.

Uma vez sortearam meu nome num desses sorteios e ganhei sei lá que tranqueira e como não estava presente, uma lá me entregou o treco, com aquele olhar do tipo “você não mereceu o “prêmio”, já que não comparece aos eventos”.

A maioria das mulheres realmente se acha reconhecida quando ganha uma coisinha nesses dias, parece que não percebem que estão ganhando apenas um cala-boca e que se fossem realmente valorizadas, a distribuição seria de cargos melhores, por exemplo.

Mas algumas mulheres mais “empoderadas”, percebem essas coisas e gostam de participar dos famosos grupos de Sagrado Feminino.

Eu participei por um breve período em três desses grupos, para nunca mais!

O primeiro grupo era livre, onde todo mundo poderia falar o que quisesse, porque ninguém sabia mesmo o que falar e foi ficando tão monótono, que não aguentei muito tempo nele.

No segundo grupo, só se falava de um político que deveria ser excluído, mas não se explicava nada sobre os motivos da exclusão e as mulheres ficaram totalmente perdidas sem saber quem elas deveriam apoiar, porque elas sabiam apenas quem deveria ser excluído. Nesse, durei uns dois meses.

No terceiro, só vendiam coisas de bambu! Havia uma profusão de vendas de produtos femininos, a maioria feitos de bambu, com nomes estrambólicos hindus ou xamânicos e quando eu perguntava para o que aquilo servia, ninguém me respondia nada ou tiravam uma graça com as minhas perguntas.

Além dos estranhos objetos, também ofertavam cursos de pompoarismo, menstruação, danças exóticas e retiros só para mulheres. Apenas nesse grupo um dia apareceu uma administradora, que disse que o grupo estava ali para que nós falássemos, nós é que deveríamos falar, só que ninguém sabia o que.

Esse foi o grupo que fiquei mais tempo, uns quatro meses mais ou menos.

Nesses três grupos pelo menos havia umas coisas em comum: ninguém jamais falava nada sobre mulheres, homens ou sobre sagrado feminino.

É incrível como as mulheres desconhecem totalmente o conceito do sagrado feminino, que é vital para que saibamos qual é o nosso papel nesse mundo.

Parece que as mais velhas e aquelas com menos escolaridade se contentam em aceitar um papel de segunda classe, onde servem “apenas” para ajudar os homens a fazerem o que quiserem com suas vidas, engravidar, ter filhos, cuidar de crianças, cuidar da casa, rezar e obedecer.

Desconhecem o seu papel sagrado nesse mundo, de gerar vida, saúde e prosperidade, com aquilo que quiserem fazer de suas vidas.

No mundo matriarcal eram curandeiras, conselheiras, oraculistas e sacerdotisas. Aprendiam com as mais velhas sobre as fases da lua, os sinais, as quatro estações do ano, as três fases da Deusa, as pedras, os símbolos, as cores, a comida, as plantas, os sentimentos e as emoções e se relacionavam com quem queriam. Isso é o Sagrado Feminino.

Eram rainhas, chefes e até guerreiras. Podiam sentir ódio, sorrir ou chorar, de acordo com suas emoções, podiam correr com os lobos, mas tudo isso ficou no passado.

Deixaram que as religiões calassem suas almas e perderam o seu poder. Hoje sufocadas com uma vida travestida, que nunca escolheram viver, tem medo de assumir suas emoções e de tanto fingir, perderam a saúde para a síndrome do pânico, depressão, doenças cardíacas, obesidade e câncer.

Quando você perde a noção do seu Sagrado Feminino, também perde a noção do que é o Sagrado Masculino e é por isso que essas seitas destroem famílias e abusam tanto de mulheres.

Texto Revisado

 


Gostou?    Sim    Não   

starstarstarstarstar Avaliação: 5 | Votos: 2



Compartilhe Facebook   E-mail   Whatsapp
foto-autor
Conteúdo desenvolvido por: Rosana Ferraz Chaves   
Oraculista, sensitiva e escritora. Se dedica aos estudos de anjos, baralhos e tarots antigos, ministra cursos de oráculos, neurolinguística. Desenha mandalas e cria perfumes mágicos em seu atelier. Autora do livro Magid - O encontro com um anjo.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

Saiba mais sobre você!
Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui.