Eu aprendo muito mais prestando atenção no que as pessoas fazem, do que ouvindo o que elas dizem, porque o ser humano mente demais.
Um tempo atrás fui com a minha mãe num renomado hospital de SP que só trata de cardiologia e enquanto esperávamos o atendimento, notei que a maioria dos professores doutores, eram todos obesos.
Pensei intrigada, como é que um professor de cardiologia poderia não se incomodar em ser obeso na terceira idade, sendo que a obesidade é um dos venenos do coração que eles mais cobram dos pacientes?
Enquanto isso, todos os residentes que tivemos contato eram magros e muito educados.
Qual teria sido o caminho que separou um do outro? Estresse? Não sei. Só sei que eu fiquei bastante apreensiva com a saúde daqueles médicos.
Mas qual seria a relação disso tudo com os estados da solidão?
É que para cada estado de solidão, houve uma pessoa interpretando ou tentando interpretar um personagem.
Você precisa ser aquilo que cobra dos outros. Se não for, não cobre.
Se não consegue, é porque no fundo tudo não passa mesmo de uma interpretação precária e é muito difícil interpretar 24h por dia.
Mas o que isso tem a ver com a solidão?
Tem tudo a ver, se você conseguir ampliar a visão acerca do assunto.
Primeiro vamos dividir a solidão em quatro categorias:
1) O resignado: Eu aceito a solidão e gostaria de ter boa companhia;
2) O inconformado: Eu não aceito a solidão e mereço ter alguém;
3) O iludido: Quando é que vai chegar alguém na minha vida;
4) O espiritualizado: A solidão é um estado de espírito.
O resignado.
O resignado é a pessoa humilde, que sabe que errar é chato, mas todos erram, que as vezes temos companhia e as vezes não temos.
O resignado entende que boa companhia é como um bom vinho antigo, que é caro, que é muito agradável e nem sempre temos acesso. Essa pessoa tem uma grande chance de conhecer alguém para compartilhar o caminho, mesmo que demore um tempo.
A frase favorita do resignado é: Vamos ver no que vai dar!
O inconformado.
O inconformado é aquela pessoa que acha que o universo “tem que” arrumar uns “sapatinhos velhos”, para descansar seus pés caludos e cansados. Essa criatura acredita que é alguém muito especial, e se não apareceu ninguém até agora, o tarólogo que encontre onde essa pessoa está, porque o inconformado tem pressa em encontrar o que nunca perdeu.
Ele quer uma companhia qualquer, que preste ou que não preste, custe o que custar, o importante é a aparência e o preenchimento momentâneo de uma cratera imensa em seu peito, que parece que nunca será preenchida.
Esse é o revoltado do tarot. Ele se acha uma vítima e é a presa perfeita dos charlatões. É o chato que reclama quando o tarólogo honesto não encontra ninguém no caminho dele.
O inconformado interpretou a vida inteira aquela pessoa “bacanuda” que nunca foi e hoje sozinho, esperneia.
Esse tipo de pessoa quando desencarna, dá o maior trabalho, porque revoltado, ele culpa Deus por tudo.
O inconformado aceita qualquer um e costuma se dar muito mal depois. É a presa perfeita dos golpistas e dos sanguessugas.
É aquele que marca encontro pelas redes sociais e entra num golpe logo depois.
A sua frase predileta é: Eu não aceito isso!
O iludido.
O iludido é aquela pessoa que foi sozinha a vida inteira e que nunca moveu uma palha para mudar a situação, que ainda sente saudades do primeiro amor não correspondido, que teve com quinze anos de idade, que espera a volta de alguém que se foi há trinta anos e que teve uma leve passagem pela vida dele, e que acha que precisa fazer uma regressão urgente, para descobrir onde foi que erraram com ele na vida passada.
É a pessoa que gosta de ser morna, que nunca bancou nada fora do padrão, é o certinho, que está sempre sozinho, mas que quando pode, adora humilhar os outros.
Sua frase favorita é: Eu....não. Nunca tive interesse nessa pessoa!
Esse tipo de pessoa é infeliz só ou acompanhada. São pessoas bem difíceis de se conviver, porque se irritam com facilidade.
O espiritualizado.
O espiritualizado gosta de boa companhia, tanto espiritual como material. As vezes tem companhia, as vezes não tem, mas quando pode, sempre cultiva momentos da solidão que nutre, da boa solitude.
É a pessoa que gosta de meditar, pintar, ouvir boa música, enfim, gosta de cultivar alguma coisa que lhe dá tanto prazer quanto a companhia de outras pessoas.
Essa tem chance de ser feliz, porque não se cobra e não cobra ninguém.
Sua frase favorita é: Minha parte eu já fiz. O resto é com o universo!
Todos nós interpretamos papeis e personagens e eles são mesmo muito necessários, mas em algum momento, precisamos deixar o eu verdadeiro assumir.
É esse “Eu” que vai atrair a pessoa compatível, não importa que idade você tenha e nem a sua condição social.
Pessoas são atraídas o tempo todo, então esteja bem, para atrair boas pessoas!
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Oraculista, sensitiva e escritora. Se dedica aos estudos de anjos, baralhos e tarots antigos, ministra cursos de oráculos, neurolinguística. Desenha mandalas e cria perfumes mágicos em seu atelier. Autora do livro Magid - O encontro com um anjo. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |
