Não faça nenhuma reforma em si mesmo, desconstrua!

Não faça nenhuma reforma em si mesmo, desconstrua!
Autor Paulo Tavarez - [email protected]
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Todo o sofrimento que assalta a alma humana é fruto de uma ilusão profunda, um engano que molda nossas percepções e dita nossas experiências. O sentimento amargo de perda, por exemplo, só ganha vida graças à ilusão da posse, essa crença equivocada de que podemos deter algo para sempre.
Na verdade, é a ilusão da posse que dá origem a esse gosto amargo, pois na realidade nada é permanentemente nosso, é justamente o apego ao impermanente que nos faz sofrer, como se quiséssemos deter o fluxo do rio para possuí-lo.

A humilhação, que nutre o ódio e a revolta em nossos corações, surge das ilusões de apego à própria imagem, é resultado do orgulho e da vaidade que são ilusões humanas construídas através da identificação equivocada como um falso eu: uma imagem que queremos realizar. Ninguém consegue humilhar uma pessoa humilde, apenas os orgulhosos, vaidosos, arrogantes, enfim, pessoas que estão com o ego inflado podem ser humilhadas. Os humildes são invulneráveis, pois não se afetam com as informações externas, mesmo as mais agressivas, pois estão conscientes do que são e não estão nem um pouco preocupados com avaliações, aprovações ou com a aceitação do outro.
O sentimento de abandono é resultado de uma visão distorcida de si mesmo também. Quem sofre com o abandono (salvo o caso de vulneráveis) são os mesmos que escolheram colocar sobre os ombros dos outros a responsabilidade pela sua felicidade. São aqueles também que desenvolveram a crença de que precisam do outro para preencher o vazio de suas almas, como se, de fato, fossem vasilhames à espera de alguma substância. Não perceberam ainda que precisam preencher-se única e exclusivamente de si mesmos. Que é justamente essa desconexão com o próprio eu que os transformam em pessoas carentes, que ficam mendigando afeto de pires na mão pelo mundo. 
 
Os sentimentos de fraqueza e impotência são consagrados por ilusões criadas por conceitos limitantes sobre nós mesmos. Quando crianças, somos cercados de cuidados: "não suba aí para não se machucar, não pise no chão para não se resfriar, não converse com estranhos para não correr riscos, etc.". São tantas as recomendações, tantas proibições, que passamos a acreditar que somos frágeis, vulneráveis, fracos, enfim, desenvolvemos uma convicção de fraqueza com qual passamos a vida toda convivendo.
 
Os sentimentos de revolta e indignação são sofrimentos criados a partir do apego às ideologias, Apenas quando aceitamos as doutrinações ideológicas, apenas quando adentramos o terreno movediço do conflito entre o certo e o errado é que nos tornamos revoltados, indignados e agressivos. Nesse momento, as trincheiras às quais nos ajustamos, tornam-se o nosso lar.  

Tudo aquilo que nos faz sofrer é fruto de uma ilusão. A ilusão do apego, portanto, a libertação, a felicidade e a realização só serão possíveis mediante o desapego. É preciso desconstruir essa identificação com os conceitos que abraçamos, com os valores que defendemos, com a visão de mundo que professamos, não há o menor sentido em deixar que aquilo que não funciona e nunca funcionou continue regendo as nossas vidas.
 
Texto Revisado


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Conteúdo desenvolvido por: Paulo Tavarez   
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