No entanto, o ritmo do mundo moderno — apressado, barulhento, ansioso e superficial — tem nos afastado dessa busca essencial. Vivemos correndo atrás de metas, validações e conquistas externas... e, aos poucos, sem perceber, vamos perdendo o desejo pelo que realmente importa.
Será que ainda desejamos o Céu?
E aqui, por “Céu”, não falamos apenas de uma realidade espiritual futura, mas de uma vida mais significativa, com mais amor, presença, conexão interior e abertura ao outro. Esse desejo está sendo minado — muitas vezes de maneira sutil — como quem troca um tesouro por moedas de brilho passageiro.
Renúncia: Escolher o Essencial
Nos relatos evangélicos, Jesus falou sobre o “Reino dos Céus” — não apenas como um destino após a morte, mas como uma maneira nova de viver o presente. Uma forma de ser mais sensível, mais livre, mais verdadeiro.
Essa proposta inclui a ideia de renúncia, que aqui não deve ser entendida como negação da vida ou repressão do desejo, mas como a escolha consciente do que é essencial. Trata-se de abrir mão daquilo que nos prende ou fere, para abraçar aquilo que nos dá vida de verdade.
“Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me”. (Mt 16,24)
Esse é um convite radical. Em um tempo em que tudo nos chama para fora — para parecer, vencer, conquistar — essa proposta nos chama para dentro: para amar, servir, perdoar, partilhar, viver com autenticidade.
Mas muitos ainda preferem negociar com o mistério da vida: acumulam tudo o que o mundo oferece, como se pudessem resolver suas pendências espirituais no final, com palavras soltas de arrependimento. Como se o amor fosse um contrato assinado às pressas e não uma construção diária.
O mundo nos rouba o desejo do Céu quando:
- Nos convence de que sucesso e aparência valem mais que coerência e verdade;
- Nos afasta do silêncio, da escuta interior, da presença;
- Nos aprisiona na produtividade e esvazia nossa alma de sentido;
- Nos separa dos outros, em vez de nos unir em compaixão e solidariedade.
Ao longo da história, sábios e mestres — espirituais ou não — nos apontaram uma direção mais verdadeira:
- Silêncio e interioridade: A escuta profunda nos reconecta ao essencial.
- Amor concreto: O cuidado pelos pequenos, esquecidos e simples é onde a vida floresce.
- Partilha: No ato de repartir, manifesta-se a abundância e o sentido.
- Autenticidade: Não basta parecer bom — é preciso ser inteiro e verdadeiro.
E hoje, em meio ao barulho do mundo...
Você ainda sente o desejo de algo maior?
As suas escolhas refletem o que você acredita — ou o que esperam de você?
O que você tem buscado com mais intensidade: resultados ou significado?
Como reavivar esse desejo essencial?
- Reserve alguns minutos por dia para o silêncio. Escute o que há dentro.
- Esteja com os outros com presença e empatia, não apenas com pressa e distração.
- Pergunte-se com sinceridade: “Estou vivendo como quem ama?”
- Leia algo que nutra sua alma, e não apenas sua mente.
- Reencante-se com o simples: um abraço, um pôr do sol, um silêncio partilhado.
Na forma como olhamos, tocamos, escutamos, nos relacionamos e escolhemos.
Não se trata de uma religiosidade superficial, mas de uma espiritualidade vivida.
Não é sobre fugir do mundo, mas de habitar nele com mais verdade, mais amor e mais presença.
Se essa reflexão tocou algo em você, compartilhe com alguém que também sente que está perdendo de vista o que realmente importa. Vamos juntos relembrar que o essencial ainda vive em nós — e que o Céu é, antes de tudo, um desejo que se cultiva em cada gesto humano, simples e sincero.
Um Sonhador, Caminhando com Francisco: Paulo Roberto Savaris é autor dos eBooks: Caminho de Francisco, Entre o Céu e o Silêncio e o Segredo da Simplicidade Franciscana na Amazon Série Descubra Caminhando com Francisco e do Blog Caminhando com Francisco, dedicado à educação, à escrita inspirada na espiritualidade e nos valores de simplicidade e amor ao próximo.
Texto Revisado
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