Marta, Marta… aquieta teu coração. Maria escolheu a melhor parte. (Lc 10, 41-42)

Marta, Marta… aquieta teu coração. Maria escolheu a melhor parte. (Lc 10, 41-42)
Autor Paulo Roberto Savaris - [email protected]
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Por que insistimos em sempre ter razão? Por que nos incomoda que alguém pense diferente de nós — seja por ter outra visão política, outra fé, torcer para outro time ou alcançar um nível de sucesso e reconhecimento maior que o nosso?

O primeiro nome disso é ignorância. Depois, inveja. E, por fim, fraqueza.
Quando tentamos impor aos outros aquilo que nós mesmos não vivemos, é sinal de que carregamos incertezas profundas, dores mal resolvidas e falta de fé. É o grito alto de quem, por dentro, está ferido.

Mas falar alto e não ser ouvido é pior do que silenciar e irradiar empatia, gentileza e compaixão.
Por que, então, precisamos gritar? Muitas vezes, é pela ânsia de pertencer à bolha — aquela zona de conforto que nos faz sentir importantes. Porém, mais cedo ou mais tarde, a própria bolha pode nos expulsar, cancelar ou esquecer. Então, restará apenas o silêncio amargo e a vergonha, como se um mar vermelho de oportunidades se fechasse diante

A evolução da humanidade é um processo lento. Conquistas como a liberdade, o voto feminino, a educação universal e a dignidade humana foram erguidas ao longo de décadas — às vezes séculos — de luta. E, no entanto, já surgem vozes defendendo que mulher não deveria votar ou ocupar altos cargos; que livros devem ser censurados quando não agradam; que pesquisas científicas só valem quando confirmam interesses pessoais; que a escravidão negra foi “menos grave do que se conta”; ou que a ditadura foi apenas uma “contrarrevolução”, como se os fatos pudessem ser moldados para caber em narrativas convenientes. Essas tentativas de apagar ou distorcer um passado marcado por dor e injustiça corroem, pouco a pouco, o alicerce da memória coletiva. Pequenos retrocessos de hoje podem se transformar em grandes perdas amanhã.

Se olharmos com atenção, veremos um padrão: um conservadorismo interesseiro que, sob o disfarce de tradição, tenta minar conquistas históricas para servir a poucos — especialmente aos que buscam poder e riqueza. É a mesma tentação que, desde o Éden, oferece um fruto bonito por fora, mas envenenado por dentro.

Enquanto uns dormem na ilusão material, outros leem as entrelinhas, constroem, refletem e despertam. Uns serão chamados de tolos agora, por desafiar o sistema, mas colherão frutos adiante. Outros, que hoje se julgam sábios, provarão o amargor dos espinhos no futuro.

Como disse São Francisco de Assis:

"Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível."

No fim, a escolha é sua: ser Marta, inquieta e distraída pelas urgências da superfície, ou ser Maria, que para, ouve, compreende e escolhe a parte que jamais lhe será tirada — a parte da evolução no amor.

Um Sonhador, Caminhando com Francisco: Paulo Roberto Savaris é autor dos eBooks: Caminho de Francisco, Entre o Céu e o Silêncio e o Segredo da Simplicidade Franciscana na Amazon Série Descubra Caminhando com Francisco  e do Blog Caminhando com Francisco, dedicado à educação, à escrita inspirada na espiritualidade e nos valores de simplicidade e amor ao próximo.






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