A vida não é um acaso desordenado, mas um processo inteligente, semelhante a uma homeostase cósmica, que busca corrigir distorções e nos alinhar a uma ordem maior. Contudo, nossa visão limitada não nos permite compreender essa trama universal, e acabamos resistindo ao processo. É nesse ponto que nos tornamos adversários de nós mesmos.
Nossa rebeldia se expressa no medo, na necessidade de controle, nas certezas que aprisionam e nos vícios mentais que alimentam angústias. O homem é, em última instância, seu próprio inimigo. A ignorância é a argila do sofrimento humano, pois gera medo — e o medo, por sua vez, nos faz construir prisões internas.
Dostoievski dizia que “as gaiolas são o lugar onde as certezas moram”. Para voar, como o pássaro, é preciso lançar-se no vazio. Mas tememos o vazio, porque ele representa o desconhecido. Só quando aprendermos a confiar e a soltar nossas amarras é que poderemos experimentar a verdadeira liberdade.
O conhecimento que liberta não é o acúmulo de informações externas, mas o despertar daquilo que já está pronto na essência do ser. O espírito é eterno, incontaminável, indestrutível. Esse conhecimento é a Verdade que liberta, como ensinou Jesus: “Conhecereis a Verdade, e ela vos libertará.”
A vida não pede que mudemos o mundo, mas que aprendamos a sintonizar com seu fluxo natural. Isso exige entrega e coragem: confiar, aceitar, perdoar, mudar, agradecer. Nesse movimento, o ser humano deixa de ser escravo da ignorância e se reconcilia com a própria natureza.
Texto Revisado
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