Fé não é acreditar, nunca foi!

Fé não é acreditar, nunca foi!
Autor Paulo Tavarez - [email protected]
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Fé não é acreditar. Nunca foi.
Nossas crenças constroem o intelecto; são arquivos que, juntos, formam um programa mental e emocional — apenas isso. Com isso, nossa visão de mundo é guiada por nossas crenças e isso faz com que o nosso conhecimento seja relativo. A fé, por outro lado, não é relativa. Ela é absoluta. Ter fé é simplesmente saber, com profundidade e plenitude, os contornos da existência, compreender o que se esconde por trás dos processos e sentir como atua a Inteligência Universal.

Acreditamos no que nos ensinaram — pais, professores, mentores, líderes espirituais, os mais velhos — modelos prontos que nos foram apresentados. Mas tudo isso pertence ao sistema das crenças. Não temos fé; somos apenas crédulos, carregando multidões dentro de nós.

O intelectual acredita nos livros que leu, nas aulas que assistiu, nas teses que conheceu — tudo que aprendeu de fora para dentro. Ele é, na essência, um recipiente de conteúdos externos, sem perceber que um dia esse peso precisará ser aliviado.

O intelectual não conhece a fé. Quanto mais racionaliza, mais se distancia dela. Apenas os sábios compreendem a fé. Aqueles que transcendem a mente, que renunciam aos padrões condicionados do pensamento, conseguem enxergar a realidade de forma sistêmica e integral. Percebem que fé não é acreditar; fé é saber.

A verdadeira fé liberta. Ela nos conecta à Verdade, nasce em nosso mundo interior e revela a dinâmica autêntica da vida. Esse tipo de fé nos dá poder: podemos mover montanhas — montanhas de ilusões, de apegos, de identificações com o impermanente. Ela é o caminho que conduz à realidade.

Essa fé não se compra. Não se encontra em gurus, coaches ou mercados da vida. Ela germina, lenta e silenciosa, no terreno fértil da alma, como gotas que, pacientemente, desgastam uma pedra.

Jesus falava dessa fé. Mostrava que todo o seu poder emanava dela, pois alcançou o pleno entendimento de sua verdadeira natureza. Abriu espaço para que sua essência divina se manifestasse e conduzisse sua vida. Por isso dizia: "Eu e o Pai somos um...". Unir-se ao Pai é unir-se a tudo que existe de divino em nós, a tudo que já está pronto em nosso estado original — tudo que permanece negligenciado diante das seduções externas do mundo.

Só se deixa de acreditar quando se passa a saber. Eu não acredito que tenho uma mãe; eu sei que tenho uma mãe. A crença é desnecessária.

Seguimos rituais, doutrinas, guiados por crenças, apenas para nos sentirmos seguros. Tudo isso se torna necessário apenas para defender-nos de nossos medos.

O medo é uma face da ignorância. Por desconhecermos a verdade, nos agarramos a narrativas, argumentos, discursos — padrões que erguem grades e constroem as celas em que vivemos. Essa cela das "certezas".
 
Texto Revisado

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Autor Paulo Tavarez   
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