As Portas Sempre Estiveram Abertas

As Portas Sempre Estiveram Abertas
Autor Paulo Tavarez - [email protected]
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O mundo real chega até nós através da mediação da mente: é ela que dá significado às coisas. Nossa consciência não se relaciona diretamente com a realidade em si, mas com os signos criados pela mente.

Com isso, tornamo-nos reféns de nossas próprias construções mentais, pensando de acordo com esse “programa” que qualifica e interpreta todas as experiências.

É fundamental distinguir mente e consciência. A mente é o campo que interpreta, compara, separa e projeta símbolos carregados de emoção. A consciência, por sua vez, é pura presença: estar consciente é vivenciar a experiência sem se afetar, sem julgamento.

Por exemplo: ao ver uma lagarta, sentimos nojo ou repulsa; diante de uma borboleta, sentimos admiração e encantamento. No entanto, trata-se do mesmo ser em estágios diferentes. A mente separa, rotula e cria impressões distintas; a consciência apenas percebe que tudo faz parte de um mesmo campo de informação neutra.

Quando vivemos sob a regência da mente, agimos de forma preconceituosa, separando, qualificando e problematizando constantemente — tanto nas relações humanas quanto em todas as experiências da vida. Tudo passa por esse campo semiótico, feito de significados que a mente cria, onde cada objeto deixa uma marca positiva ou negativa. Nesse sentido, podemos afirmar que o sofrimento humano é uma fabricação mental: se nos relacionássemos com o mundo a partir da consciência, e não da mente, não seríamos afetados por nada.

A realidade última repousa além dos significados. Acessar esse campo seria o mesmo que alcançar o Reino de Deus anunciado por Jesus.

Olhar o mundo sem a intermediação da mente parece impossível, mas é justamente nessa direção que o Universo nos conduz, como se estivéssemos deixando o casulo e criando uma nova condição de existência. Reconhecer que estamos presos em um terreno hipnótico de significados já é, em si, um grande passo rumo à libertação.

A vida só precisa fluir, acontecer em seu ritmo natural, pois ela já contém tudo. O portal da consciência plena está sempre aberto, aguardando o momento em que nos desidentificamos da mente. É como se estivéssemos em uma prisão de sofrimentos, sem notar que as portas nunca estiveram trancadas.

Método para tornar a mente uma aliada

A mente não precisa ser inimiga: quando reconhecida como ferramenta, ela se coloca a serviço da consciência. Um método simples consiste em três passos:
  1. Observar — perceber os pensamentos sem julgá-los, como se fossem nuvens passando.
     
  2. Nomear — quando surgir uma emoção ou ideia forte, dar-lhe um nome simples (“medo”, “desejo”, “memória”), sem se fundir com ela.
     
  3. Retornar — trazer a atenção ao corpo e à respiração, ancorando-se no presente.
     
Praticado com constância, esse método enfraquece o poder hipnótico da mente e abre espaço para que a consciência assuma a direção. Assim, a mente deixa de aprisionar e passa a ser um instrumento criativo e livre, colaborando com o fluxo natural da vida.
Texto Revisado

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Autor Paulo Tavarez   
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