No limiar da morte

Autor Merit Rabanés - [email protected]
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Estava Marina sob a influência de um espírito que havia desencarnado há pouco tempo e que não tinha percebido a própria morte.
Esteves foi vítima de enfarte do miocárdio durante o sono, de madrugada. Quando acordou, não estranhou sua nova condição porque morava sozinho e, por causa do Transtorno do Pânico que sofria, quase nunca saía de casa. Tinha poucos contatos, evitava atender ao telefone, vivia só. Acreditava que era melhor ficar assim a ter que explicar as etapas do transtorno mental e envolver outras pessoas nessa questão.
O fato é que, morto e enterrado, o espírito Esteves sofreu por várias madrugadas a dor do enfarte. E era uma agonia, um desespero tão intenso que aquela dor provocava, que passou a rezar muito mais do que estava habituado.
Marina era uma mulher especial. Vivia sozinha com seu filho Miguel, um lindo menino com 13 anos de idade. Era vizinha de Esteves, embora nunca tivessem se conhecido.
Apesar de sensitiva, reservou-se ela ao direito de não trabalhar com a sua paranormalidade. Era Espiritualista. Acreditava piamente que bastava agir corretamente, sintonizar-se com seu Santo Cristo Pessoal e intensificar seu amor ao semelhante com a prática de boas obras sem propaganda. E assim vivia.

A despeito da prática Cristã, vivia doente. Há uma década sofria ela de Transtorno Bipolar e Transtorno do Pânico, doenças que causaram vários outros “transtornos” em sua vida: viu-se abandonada pelos pais, pelo marido, pelos amigos, pelos colegas, pelos parentes, enfim, por todos aqueles que ignoravam a problemática e, portanto, não se encontravam em condição de ajudar. Dentro de sua limitação era feliz. Essencialmente compreendia que ninguém era obrigado a entendê-la e auxiliá-la.
Diuturnamente rogava a Deus e aos Mestres que a ajudassem a se libertar daquela situação, como alguém um dia sugeriu: “Ajuda-me a transmutar meu karma através da Lei da Compensação”. A limitação impedia seu sonho de voltar a ser uma mulher dinâmica.
Na madrugada de 9 de outubro, um pouco depois do iniciar seu período de sono, Marina, já fora do corpo, encontrou-se com seu Mestre Espiritual Igor, que lhe perguntou se estava disposta a dissipar as nuvens escuras de seu Carma usando a Lei da Compensação, como sempre pedia. Ela já estava pronta, disso Igor tinha certeza, mas era necessário saber dela se havia vontade para estar à mercê da Lei. Conhecem aquela máxima - “Cuidado com o que pedes aos Deuses, pois eles poderão concedê-lo”? - Pois é. As pessoas pedem em suas orações, mas quase sempre não estão prontas para receber.
Por concordar com Igor, foi levada à casa de Esteves onde pôde observá-lo, desencarnado, preparando-se para dormir.
Ao lado da cama dele, havia um espírito feminino, uma senhora bonita, de semblante sereno, que parecia aguardar por alguma situação previsível. Ela havia sido mãe de Esteves, e acompanhada por uma equipe de espíritos samaritanos*, esperava o momento certo de agir em favor do amado filho.
Marina percebeu que Esteves começava a agonizar e imediatamente “soube” através de sua intuição, que aquele era um quadro reproduzido pelo sofrimento do próprio Esteves. Foi quando dois dos “samaritanos” a uniram a ele, através de uma espécie de passe magnético.
Marina acordou às quatro horas da madrugada num estado terrível de angústia, de medo de morte iminente, sua cabeça girando tão fortemente... Era tudo terrível e desesperador. A única coisa que conseguia pensar naquele turbilhão que causava o pavor da morte era em não deixar seu filho sozinho.
Foi quando se sentiu “amparada” por alguém, levantou-se vagarosamente da cama, caminhou até o telefone e rogou pela ajuda da irmã. Caminhou em direção ao filho que dormia e o despertou, crente que estava morrendo, pedindo-lhe para ser forte e acompanhá-la ao pronto-socorro.
O menino, filho dedicado e apegado à mãe, começou a chorar num desespero que era como que uma confirmação para Marina: sim, ela estava morrendo.
Socorrida num hospital, apresentava um quadro de hipertensão arterial severa. Foi medicada.
Essa mesma situação repetiu-se por mais seis vezes. Já não dormiam mais tranqüilos, ela e o filho, atordoados com a possibilidade de uma nova crise.
Enquanto isso, Esteves, a ela unido por fios energéticos, também recebia a medicação do corpo físico de Marina e apresentava uma grande melhora em seu corpo perispiritual.

Durante esse período de sofrimento, e intrigada por ser acometida por crises de hipertensão sempre durante as madrugadas, mesmo tendo ouvido uma explicação plausível do Cardiologista, Marina procurou uma amiga que se dedicava a reuniões espirituais para socorro dos “irmãozinhos” e, nesta ocasião, os médiuns constataram a ligação existente entre ela e Esteves e conseguiram chegar até o coração dele; não encontrando resistência, puderam colocá-lo em contato com a mãe, que o aguardava.
Esteves seguiu para a outra dimensão nesta mesma ocasião, acompanhado dos “espíritos samaritanos”. Estava com sua mãe, nela acreditava: foi fácil entender e aceitar a desencarnação.

Marina sentiu-se aliviada.
Pôde sorrir quando o médico especialista lhe comunicou que seus exames apontavam para “nada” como seu problema, salientando que o quadro de hipertensão devia ter sido decorrência de algum estresse.
No limiar da morte, Mariana viu-se forte.
A vida passou a ter novo significado: a cantoria dos passarinhos era outra, a cor do céu muito mais bonita, tudo era mais importante do que outrora.
Sabe ela que um dia terá que atravessar as portas para a outra dimensão, mas também sabe que o limiar da morte foi o princípio de uma fase de aprendizado e renovação.
Finalmente tinha transmutado parte de seu passado através da Lei da Compensação.

*Esses espíritos residem em outra dimensão e trabalham segundo os preceitos do Mestre Jesus, sob o comando de um seu discípulo – cujo nome não me foi revelado.

Merit Rabanés é Taróloga, reside na cidade de Mauá-SP e trabalha também com encaminhamento de casos espirituais.

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