QUEM SOU EU? (fim)

QUEM SOU EU? (fim)
Autor Maria Cristina de Lauro - [email protected]
Facebook   E-mail   Whatsapp


Não tenho uma profissão mas trabalho a favor dos meus objetivos. Sou mais uma, formada pela faculdade da vida.

Desejo ter a liberdade de uma borboleta. Fico emocionada com a tamanha simplicidade que a natureza tem em ser perfeita.

Coisas nojentas não me enjoam mais do que hospital e pessoas doentes. Um filme de terror não me tira mais o sono do que ver uma árvore no chão. Meu coração não sangra mais por um genocídio do que por um abate de animais. Gosto muito de carne mas não gosto da morte dos bichinhos.

Não cuido dos meus joelhos mais do que dos meus pés. Mesmo sabendo que um dia irei sentir falta deles.

Peso mais do que suporto. “Depressões são pra essas horas!” Estou bem mas não gosto de sorrir por nada. Qualquer coisa que me faça sorrir é realmente bom, mas nem tudo o que é realmente bom me faz dar risada.

Gosto de conversar mas não gosto de falar mais do que tenho a dizer.

Sou gorda e feia. Não gosto do meu cabelo e acho que ninguém gosta de mim. Nem todos aparecem em minha vida por interesse mas quando aparecem é porque precisam de alguma coisa. Gosto de ser útil mas não gosto de ser usada.

Metade do meu peso são meus grilos que comem demais. Amo comer mas o tempero de culpa sempre está no meu prato. Não importa o que eu faça pra emagrecer, meu espelho sempre me julgará com dez quilos a mais. Mesmo que eu caiba num modelito tamanho 36, estarei sempre imensa.

Tenho furos pelo corpo. Muitos deles eu fiz mas pedi pra fazê-los com bastante dor. Há vezes em que canso de dores emocionais e sinto uma necessidade enorme de sentir dores físicas, práticas. É assim que curo minhas dores de amor. Tenho marcas pelo corpo, cicatrizes, mas não mais do que no coração.

Tento me amar mais do que aos outros. Importar-me mais com o que sinto dentro do que fora.

Durmo menos do que gosto mas preciso mais do que minhas insônias deixam. Não tenho noção de distância, tempo ou força. Sou bruta quando tento ser delicada. Não planejo caminhos, acerto sempre sem querer. Tempo é algo relativo. Não funciono sob pressão. Sou sempre a última a chegar mesmo que eu seja a peça principal.

Tomo remédio pra tudo. Meu intestino não funciona sem um laxante. Minha enxaqueca não passa se não for trancada em um quarto escuro, sem barulho depois de tomar um sossega-leão. Minha insônia não me deixa sem calmante. Minha pele é sensível e não posso usar qualquer desodorante. Tenho uma pomada pra depois da depilação.

Fumo mais do que agüento. Bebo mais do que meu fígado suporta. Gosto de me estragar. Ser natureba pra mim é a morte.

Gosto de imaginar que sou imune a tudo no mundo mas fico traumatizada quando algo ruim acontece.

Acredito na boa fé das pessoas. “Elas conseguem me decepcionar muito fácil”.

Palavra pra mim é uma só. Cumpro sempre o que digo e não digo se não for verdade. Tenho minhas verdades que não deixam de ser minhas até que me provem o contrário.
Não desgosto de ninguém sem motivo. O ódio não faz parte de mim. Prefiro me manter afastada daquilo que não me faz bem.

Amo a vida mas há vezes em que me sinto covarde por não conseguir destrui-la.

Gosto de comprar mas tenho pena de usar. Sou compulsiva. É assim que tento tapar buracos mas nem por isso deixo de sentir um vazio dentro do meu peito.

Psicossomática, eu sou. Sou emoção pura e tosca. “Meu corpo que agüente!” Não gosto de assuntos mal resolvidos. Minhas cordas vocais alcançam mais do que 60 decibéis facilmente. Nessas horas meu sangue ferve. A jugular do adversário aumenta em 200% e minha mira é certeira.

Gosto de comédias românticas mas fico iludida que um dia poderá acontecer comigo. Gosto de príncipes encantados mas acredito mais no poder dos sapos. “Não gosto mais da sua cadeira de rodas do que dos seus pés, mas amo você como é”. Fico triste com o tempo que passa. Gosto de registrar momentos felizes mas isso me impede de vivê-los plenamente.

É um mistério saber se terei, ou não, futuro. Gosto de imaginar que sim mas sempre espero que algo aconteça pra que eu chegue lá.

Penso sempre que minha felicidade está em alguém. Acho fácil dar essa responsabilidade aos outros.

Acho que dentro de mim existe um abismo profundo demais, então, procuro não mergulhar no desconhecido. Prefiro que alguém tente fazer isso por mim. Sou transparente demais. Por isso acho que as pessoas enxergam através de mim e esquecem que eu existo.

Bom, se você quiser me conhecer e estiver disposto a ultrapassar limites e ir além de suas compreensões como ser humano... eu estou bem aqui!"
(parte 1)
Texto escrito por Letícia de Lauro Angelini
[email protected]

Texto revisado por Cris



Gostou?    Sim    Não   

starstarstarstarstar Avaliação: 5 | Votos: 102



Compartilhe Facebook   E-mail   Whatsapp
foto-autor
Conteúdo desenvolvido por: Maria Cristina de Lauro   
Visite o Site do autor e leia mais artigos..   

Saiba mais sobre você!
Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui.