A regressão segura e de resultados

por Flávio Bastos

A volta ao tempo deixa de ser uma obra de ficção científica, à medida que dispomos de mecanismos naturais que nos permitem acessar memórias em busca de respostas para as dores da alma.

E quando associam-se alguns fatores indispensáveis para que a experiência regressiva ocorra dentro do processo terapêutico, as informações emergem do inconsciente com a força de pequenas verdades acumuladas e perdidas no tempo.

Como o conhecimento não é estanque, porque o homem e o mundo mudam, a psicanálise adapta-se aos novos tempos de transformações que inclui também a área do psiquismo humano observado em sua abrangência de conexões interdimensionais.

A técnica psicanalítica, portanto, sem perder a sua originalidade, passa a envolver-se de "corpo e alma" na investigação de casos onde o emocional da pessoa, conectado a sentimentos, reproduz comportamentos desarmonizados e cíclicos, que são reflexos de uma longa história de vivências do indivíduo.

Passando pela infância, a psicanálise segue a sua investigação à nivel intrauterino, indo além dessa "fronteira" e penetrando -através da regressão de memória- no fértil terreno da memória extra-cerebral, em busca de respostas que sintonizem com o desconforto psíquico da pessoa em tratamento.

Ainda como importante instrumento terapêutico que investiga, interpreta e permite a elaboração por parte do paciente, a psicanálise do terceiro milênio aprofunda-se nas conexões interdimensionais da natureza humana, extraindo do inconsciente, de uma forma ágil, a essência de informações necessárias a um melhor nível de compreensão do problema.

Esse mundo antes desconhecido que a psicanálise do século vinte um abraça, só é possível com a experiência regressiva que vai a fundo na busca do conhecimento pregresso da pessoa. Sem tal possibilidade, que passa pela crença na reencarnação do espírito, as associações interdimensionais não seriam viáveis através da dinâmica terapêutica, e todo um trabalho investigativo se perderia no emaranhado vital do tempo presente.

Portanto, são muitos os benefícios da regressão de memória, quando a técnica encontra-se associada a um método terapêutico sério e confiável.

Quando as informações básicas da psicoterapia de orientação psicanalítica, somam-se às informações da experiência regressiva, estabelece-se um quadro clínico de intensa profusão interdimensional. Nesse pequeno universo de ingredientes psíquico-espirituais, o terapeuta, através do instrumento psicanalítico é levado a fazer as conexões interdimensionais necessárias no sentido de suas interpretações.

Nada é fácil no campo da investigação psicoterapêutica, mas o conhecimento associado ao reconhecimento de que a experiência regressiva é tarefa da espiritualidade superior através do espírito-mentor da pessoa, que leva-a a revivenciar o que for preciso para que ela compreenda as origens de seu desconforto psíquico, é a regra número um para o terapeuta. Ou seja: a convicção de que 90% da experiência regressiva é de tarefa espiritual e não humana. Nesse sentido, o profissional é um mero facilitador para que a pessoa disponha de informações que possam juntar-se ao processo terapêutico como um todo indivizível.

A regressão a vidas passadas, quando encaixada em uma dinâmica terapêutica segura, torna-se uma excepcional fonte de informações e de luz para que tanto paciente quanto terapeuta se beneficiem de seus resultados. Resultados que podem significar a cura através dos sutis mecanismos de conscientização do que deve ser transformado a partir de si mesmo.

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