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A medicamentação da vida e o uso de ansiolíticos

A medicamentação da vida e o uso de ansiolíticos

por Gisela Campiglia
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Nossa sociedade vive uma epidemia de transtornos mentais; as pessoas, sempre afobadas, não têm o hábito de observar e cuidar das próprias emoções e pensamentos. A luta desenfreada por desenvolvimento tem gerado vários avanços, mas o ser humano está pagando um alto preço. A ansiedade se tornou um fenômeno globalizado, e atinge inclusive as crianças.

Sempre aceleradas, de manhã as pessoas levantam correndo para trabalhar. Perante a pressão do medo de perder o emprego em época de crise, conviver com a tensão é uma constante. No horário de almoço a pressa continua, comem qualquer coisa rapidamente e tentam resolver assuntos pessoais. No fim do expediente saem voando para buscar as crianças na escola, já pensando no que terão de fazer ao chegar em casa. No lar começa a maratona dos afazeres domésticos, arrumar a bagunça, preparar o jantar, separar a roupa do dia seguinte e colocar as crianças para dormir. Exaustas, ao final do dia é hora tomar um banho de cinco minutos, que se tornou o único momento possível para realizar algum tipo de reflexão. A correria continua, é preciso dormir rápido, mas a mente viciada na agitação não consegue relaxar. O ciclo se repete por toda a semana, e se nada for feito, a existência toda pode decorrer dentro deste padrão de comportamento alucinante.

A qualidade de vida do ser humano urbano é baixa, e com o tempo as consequências aparecem. Atingidas por sintomas como cansaço, ansiedade, irritação, insônia, lapsos de memória e déficit de concentração, as pessoas são obrigadas a parar. A busca por ajuda somente acontece quando os indivíduos ficam impedidos de continuar com sua rotina de vida agitada. No entanto, a grande maioria não pensa em mudar seu comportamento, apenas deseja uma reposta instantânea para seus problemas. O ritmo frenético da sociedade moderna exige soluções imediatas, e o uso de medicamentos atende essa necessidade. Essa postura imediatista impulsiona a proliferação da prescrição de medicamentos que controlam quimicamente as emoções. O consumo de remédios inibe rapidamente os incômodos sintomas de descontrole, mas não curam a causa do desequilíbrio emocional. O risco de desenvolver dependência química com tais medicamentos é grande, pois o organismo fica viciado e o paciente não pode parar de tomar os remédios repentinamente.

Dentro da prática de medicamentação da vida, os antidepressivos e ansiolíticos são os medicamentos mais utilizados. Hoje em dia ansiolíticos vendem mais que antibióticos. Segundo o Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC), os ansiolíticos são responsáveis por 40% das vendas de remédios controlados no Brasil. A medicamentação da vida também afeta as crianças, pois submetidas a uma avalanche de estímulos desde pequenas, elas desenvolvem uma mente agitada com grande dificuldade de concentração.

Lamentavelmente, uma situação habitual na vida da criança é sentar-se na sala com o caderno de lição de casa no colo, tendo o notebook a sua frente aberto em mais de quatro sites. Compondo esse cenário, ao fundo encontra-se a televisão ligada, e ao mesmo tempo a criança conversa via whatsapp com um colega de classe. Enquanto tudo isso acontece, ela ainda recebe o estímulo do cheiro de comida vindo da cozinha, e escuta sua mãe chamando para o almoço. Essa cena é comum, mas não é saudável! O resultado é o desenvolvimento de crianças inquietas, desatentas e impulsivas. Os pais precisam usar a autoridade que lhes compete, para evitar que as crianças sejam bombardeadas por tantos estímulos. Não é possível exigir foco e concentração, de alguém que desenvolveu compulsão mental através da pratica de hábitos nocivos.

De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no período de 2003 a 2012, houve um aumento de 775% na prescrição de metilfenidato - Ritalina para crianças no Brasil. Esse medicamento é utilizado para o tratamento do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. A pergunta que não que calar: as crianças da era tecnológica nascem com desequilíbrio químico no cérebro, ou o estilo de vida da atualidade está influenciando negativamente a saúde mental infantil?

A melhor saída é ter coragem para sair do automático e assumir responsabilidade por nossa saúde mental e emocional. Identificar a causa do problema, e buscar soluções. Isso demandará tempo e dedicação, mas o resultado será a conquista de autonomia para lidar de forma saudável com o estilo de vida moderno. O primeiro passo é rever nossa rotina de vida, criar momentos de introspecção para praticar o autoconhecimento. As pessoas não sabem identificar as próprias emoções, e muito menos como lidar com elas quando estas se tornam uma fonte de desconforto. Quando realizadas com disciplina, práticas como a meditação, yoga ou exercícios de respiração, podem solucionar o problema da agitação mental. A pressa é a ordem da modernidade, mas o ser humano não funciona como a internet banda larga. Os adultos precisam aprender a cultivar sua qualidade de vida, para depois ensinar as crianças.

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Atualizado em 7/22/2015

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