O despertar do olhar interior - a cura do cego de Betsaida




Autor Paulo Tavarez
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 5/23/2025 8:47:22 AM
Há um momento nos Evangelhos que costuma passar despercebido aos olhos apressados, mas que carrega um dos ensinamentos mais profundos de Jesus: a cura do cego de Betsaida.
O homem estava cego, sim, mas não era só dos olhos. Era da alma. Daqueles que caminham há muito tempo sem enxergar o que são. Sem lembrar quem são. Talvez até visse, mas não enxergasse. Talvez nem fosse cego, e o evento tenha apenas um caráter simbólico - e é sobre isso que vamos discorrer.
Como faz com todos os que O buscam de coração, Jesus não o cura ali, na frente de todos. Ele o leva para fora da aldeia. Porque o milagre da consciência não acontece no meio do barulho. Ele acontece no silêncio. No afastamento das velhas crenças, das vozes do mundo, da multidão interna. Jesus o tira da aldeia - e aqui, "aldeia" é metáfora da mente condicionada, do velho eu, das repetições inconscientes, dos círculos viciados. Mas também pode representar o mundo que entorpece e inebria, a ponto de não enxergarmos mais nada além daquilo a que nos condicionamos.
Então, Jesus toca os olhos do homem com saliva - símbolo do contato com o mais simples, o mais humano. E pergunta: "Você vê alguma coisa?"
E ele responde: "Vejo os homens, mas como árvores andando."
Sim. Porque é assim que começa o despertar: confuso, parcial. Você começa a perceber que há algo além, mas ainda não compreende totalmente. Você sente, mas não entende. Vê, mas ainda embaçado.
Jesus, então, toca de novo.
E, finalmente, o homem vê com clareza.
Essa cura em dois tempos nos ensina algo precioso: o despertar não é um evento mágico e instantâneo, mas um processo. Um caminho. Primeiro, você desperta da cegueira total. Depois, desperta da ilusão da meia-luz. Só então começa a enxergar com os olhos do espírito. Jesus, nesse contexto, representa o nosso Eu Superior, que vem nos tocando através de insights, intuições, sonhos e outras formas de se fazer notado. Percebemos, mas ainda demoramos para enxergar com clareza o que Ele quer nos mostrar - que visão é essa que precisa se desenvolver em nós.
E o que Jesus diz ao final? "Não volte para a aldeia." (Ou seja, não volte para a condição escrava em que você vivia, no mundo que exercia domínio sobre você através da sua ignorância.)
Porque aquele que viu, que foi tocado pela luz, não deve retornar à ignorância de antes. Não se volta ao automático. Não se retorna à prisão do velho eu. A aldeia ficou para trás. Agora, você sabe: o verdadeiro ver é interno. E quem enxerga com os olhos da alma nunca mais é o mesmo.









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