Novamente, seu olhar interpenetrou o meu e encheu-me daquela compaixão que só quem ama sabe. Esse olhar irmanado às vibrações da paz e do serviço desinteressado. Esse olhar que diz tanta coisa no silêncio que pacifica.
Certa vez, você disse: "De que vale a um homem ganhar o mundo e perder sua alma?"
Pois é, o que um homem tem de mais precioso não pode ser aquilatado pelas percepções comuns e nem mensurado pelo julgamento alheio.
Em seu coração, brilha uma luz imortal, que nenhuma das luzes do mundo e da fama podem opacar. É luz infinita, filha das estrelas e irmã do Cosmo.
Que ouro do mundo poderá pagar o contentamento íntimo de sentir seu olhar repleto de ensinamentos silenciosos e as inspirações para continuar trabalhando no seio do mundo com dignidade?
Meu amigo, os holofotes do mundo são potentes e sedutores, mas não tem o brilho da compaixão e da paz que vejo em seus olhos.
Você é o mestre dos pequenos e dos esquecidos.
Os grandes do mundo são incapazes de perceber sua compaixão e nem estão interessados em viajar nas ondas da paz. Mas, os pequenos sonham com você e oram pedindo ajuda em meio a muitos problemas.
Sei que seu olhar é para todos, sem distinção, mas sei que os pequenos do mundo, a grande massa da humanidade que tateia perdida em meio a tantas aflições, são os mais queridos ao seu coração.
Ainda agora, estava pensando em algumas questões (extraterrestres, evolução e interdimensionalidade) e desejando que alguma idéia maior brotasse em minha mente ou que algum amparador desse um toque de esclarecimento sobre alguma coisa. Contudo, vi seu olhar e dentro dele a compaixão pelos pequeninos do mundo.
Imediatamente, deixei as questões de lado e curvei-me ao seu influxo pacífico.
Sei que viajo mais nesse olhar do que se viajasse em uma nave para a imensidão do espaço sideral.
Sei que há mais esclarecimentos em sua luz do que nas teorias que os homens elaboram para o contentamento de seus egos.
Sei que operando no trabalho em favor dos pequenos do mundo, dentro da área de ação espiritual onde a vida colocou-me, posso encontrar no silêncio de sua paz inverencial o rumo das estrelas que brilham lá longe, mas que também estão no meu coração.
Rabi, querido rabi, permita-me levar um pouco desse brilho de sua alma para meus companheiros de estudo e trabalho espiritual.
De alguma maneira, coloque seu olhar nestes escritos e interpenetre seu silêncio amoroso neles.
Sei que há muitos companheiros de estrada que compreenderão o motivo destes escritos e vibrarão junto em favor dos pequenos do mundo.
Na câmara secreta de suas almas, eles viajarão juntos no rumo das estrelas, nas diversas dimensões da vastidão da vida, dentro e fora deles mesmos, mas viajando na nave do amor e da vontade de servir a paz que não é do mundo, mas que brilha em um doce olhar que tanto ama e inspira.
Você ensinou: "Na casa do Pai há muitas moradas."
É isso! Essas moradas estão dentro e fora de nós!
E de que vale a um homem ganhar o mundo e perder sua alma?
Em seu olhar, ainda viajo mais do que os extraterrestres que voam por aí...
Quem sabe se eles também estão viajando pelo seu olhar amoroso?