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Por que sofremos? - Parte 5

por Rosemeire Zago em Autoajuda
Atualizado em 17/08/2023 10:16:10


O sofrimento com certeza pode estar relacionado com situações que acontecem no presente, mas é importante buscar sua origem no passado, pois muitas vezes a dor original (primeira vez que sentimos algo semelhante ao que nos faz sofrer hoje), vem lá de trás e sequer lembramos ou relacionamos com o sofrimento atual, mas está registrada em nosso inconsciente. Igualmente importante é percebermos nossas reações diante dos acontecimentos, pois eles fazem muita diferença naquilo que sentimos. Como você tem reagido a cada situação? Pense sobre isso.

Há ainda algumas fontes de grande sofrimento:
Manipulação: é quando uma pessoa faz com que você aja do modo que ela quer, pelo medo e/ou pela culpa, e você se permite fazer, ainda que não queira, mas em geral o processo acontece sem que você perceba, reconheça, ou seja, é inconsciente. Só consegue deixar de ser manipulado ao reconhecer o fato.

Culpa: É algo que corrói e gera muito, muito sofrimento. Culpamo-nos pelo que fazemos, não fazemos, pelo que pensamos ou ainda, pelo que sentimos. Em geral toda culpa gera autopunição. A própria condição do abandono pode gerar muita culpa, é como se o inconsciente tivesse o seguinte pensamento: "O que fiz de errado para ser abandonado? Devo ser muito mau". E começa a buscar situações de mais sofrimento como punição por ter sido tão mau. A culpa faz com que não nos sintamos merecedores em receber nada de bom.

Outro fator importante sobre a culpa é lembrar que geralmente nos culpamos quando julgamos situações passadas com valores do presente. Nossos valores e formas de pensar mudam, por isso evite se culpar por aquilo que fez ou deixou de fazer, procure ser responsável por suas escolhas e entender os motivos que o fizeram agir da tal modo na época, o que é muito diferente da culpa que só traz sofrimento e não produz mudança.

Reprimir sentimentos: Temos que diferenciar controlar sentimentos e reprimir sentimentos. Controlamos quando identificamos o que sentimos e assim o controlamos. Reprimimos quando negamos o que sentimos como se não existisse. O que nos faz somatizar e adoecer são os sentimentos reprimidos, aqueles que negamos a nós mesmos, enquanto o controle denota uma conscientização daquilo que se sentimos. Por isso nunca reprima o que quer que sinta, mas aprenda a controlar.

Repetição de padrão: Alguns padrões de comportamentos aprendemos muito cedo, ainda em nossa infância. Podemos perceber que os padrões de comportamentos que mais se repetem são nos relacionamentos afetivos. Será que muitas vezes você não agiu, ou ainda age em seu relacionamento como aprendeu que tivesse que agir e que nem sempre era o que queria de verdade? Será que o que espera do outro não é muitas vezes aquilo que não teve em sua infância e por ignorar esse fato, está sempre buscando relacionamentos que nunca o satisfazem? Tendemos a repetir ou recriar padrões já conhecidos. Quais foram os modelos de dar e receber afeto e amor que teve? Muitas pessoas acreditam que amar é sofrer, ou ainda, por exemplo, quem teve uma família com brigas constantes, agressões, poderá repetir esse mesmo padrão de comportamento em seu relacionamento. Quem teve um pai alcoólatra e, apesar de não ter desenvolvido o alcoolismo, pode relacionar-se com alguém também alcoólatra. Quem teve um pai ausente, poderá buscar um companheiro tão ausente como o pai. É como se buscássemos resolver questões que não conseguimos resolver no passado e assim, as repetimos. Esse processo acontece de forma inconsciente, por isso nem sempre percebemos facilmente. Tudo isso pode acontecer com o intuito, inconsciente, de resolver conflitos do passado e que por não terem sido elaborados e compreendidos, se repetem para que sejam compreendidos, aceitos e principalmente, para que aprendamos a enfrentá-los. Será que suas atitudes não estão mantendo um círculo vicioso e destrutivo?

Fazer pelos outros o que compete a eles fazer. Muitas vezes assumimos responsabilidades que não são nossas, e com isso não permitimos que o outro cresça e acredite em si próprio; além do que, nos sobrecarregamos e sentimos estar carregando o mundo nas costas. Geralmente isso acontece pela necessidade, ainda que inconsciente, em agradar e assim, ser aceito e amado.

Controle: Controlar pensamentos e comportamentos dos outros denota uma total falta de controle da própria vida.

Medo de ficar só: Quem só consegue ficar bem quando na companhia de outras pessoas é um eterno fugitivo de si mesmo. É preciso aprender a gostar da companhia mais importante: a sua!

Papel de vítima: A vítima apenas se lamenta e não consegue sair do lugar. É o eterno coitadinho esperando que alguém faça algo por ele, mas é preciso se conscientizar que nós somos responsáveis por nós mesmos! Temos que trocar a paralisia pela ação.

Comparação ou situações que causem humilhação ou vergonha: É uma maneira sutil de dizer ao outro que ele não tem valor, comprometendo totalmente a autoestima. Identifique as situações que geraram vergonha e liberte-se delas. Nunca se compare a ninguém.

Manter relacionamento afetivo destrutivo, doente: Ou qualquer relacionamento com alguém que te cause sofrimento e traga a tona o pior de você. Pode acontecer como repetição de padrão.

Abuso físico, sexual, emocional: Geralmente acontece quando ainda criança. Outra fonte de sofrimento por longos anos, o que requer um constante apoio psicológico para não comprometer as relações afetivas.

Obrigar-se a: "tenho que..." Isso não quer dizer deixar de manter as responsabilidades assumidas, mas evitar fazer o que não gosta dentro do que é possível.

Codependência afetiva: é quando uma pessoa desenvolve dependência doentia por um relacionamento ou parceiro e culpa o outro pela situação em que se encontra. O codependente acredita que sua felicidade depende da pessoa que tenta ajudar, e assim se torna dependente dele emocionalmente, procurando ajudá-lo, seja sendo excessivamente permissivo, tolerante e compreensivo com os abusos do outro, seja sendo excessivamente controlador, perfeccionista e autoritário. É comum que o codependente coloque as necessidades do outro, acima de suas próprias.

Perder os sonhos: Quais eram seus sonhos mais íntimos? Ou quais são seus sonhos agora? O que está esperando para realizá-los?

Frustração e insatisfação constante: Quando estamos sempre cedendo, dizendo sempre sim, acabamos por anular nossas necessidades e desejos e em consequência sofremos.

Falta de respeito: Quando não recebemos respeito pelo que sentimos desde criança ficamos sem referência do que é respeito, e assim permitimos que não nos respeitem na mesma proporção em que não nos respeitamos.

Perdas: Toda perda, seja pelo divórcio, falecimento ou distância daqueles que amamos, nos faz sofrer! É preciso expressar toda a dor e não reprimir o que sente, pois o processo de luto pode durar de 6 meses até 2 anos. Pode haver também a perda de dinheiro, emprego, bens materiais, status, enfim, toda perda que gere sofrimento deve ser sentida para que possa ser elaborada.

Falta de amor, não só do outro, mas o amor-próprio. Tudo o que foi citado tem como maior sequela a falta de amor por nós mesmos, o que faz recomeçar todo um círculo vicioso.

O que fazer?

O que intensifica nosso sofrimento em qualquer situação é a falta de autoconhecimento. É a falta dele que causa sintomas físicos/emocionais, ansiedade, insegurança, relacionamentos doentes, repetições de padrões, baixa autoestima e falta de amor-próprio. Para se conhecer mantenha sempre o diálogo interno! É isso mesmo, converse muito consigo mesmo todos os dias. Se quiser, poderá fazer um diário de emoções, escrevendo tudo que sentir e buscar a origem desses sentimentos.

Mas se sentir dificuldade em fazer isso sozinho, busque apoio de um psicólogo/analista para que consiga identificar as possíveis causas de seu sofrimento e se libertar de toda essa dor. Isso é possível, basta você querer!



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zago
Rosemeire Zago é psicóloga clínica CRP 06/36.933-0, com abordagem junguiana e especialização em Psicossomática. Estudiosa de Alice Miller e Jung, aprofundou-se no ensaio: `A Psicologia do Arquétipo da Criança Interior´ - 1940.
A base de seu trabalho no atendimento individual de adultos é o resgate da autoestima e amor-próprio, com experiência no processo de reencontrar e cuidar da criança que foi vítima de abuso físico, psicológico e/ou sexual, e ainda hoje contamina a vida do adulto com suas dores.
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