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A Origem do Medo

por Ronaldo Cardim em Autoconhecimento
Atualizado em 26/05/2021 16:23:07


A forma como aprendemos a interpretar a realidade que nos cerca, estrutura nossas formas de percepções da vida. Ocorre, porém, que nossos professores de interpretação de realidade da vida nem sempre ou quase nunca eram preparados para isso. A forma de cognição que temos da vida está mesclada de conceitos e preconceitos atávicos que atuam em nosso cotidiano sem o nosso conhecimento nem consentimento.

Desenvolvemos ao longo de nossa vida noções de uma realidade verdadeira que vivemos, interpretadas e entendidas a partir de aprendizados obtidos por nossos "educadores" em uma época passada, onde tudo era muito diferente de hoje. Eles por sua vez aprenderam com seus "educadores" que adquiriram conhecimentos em uma época ainda mais remota, desenvolveram sentimentos baseados em conceitos morais, religiosos e culturais que não têm mais nenhuma semelhança com os dos nossos dias. No entanto, vemos ainda hoje muitas crenças supersticiosas e conceitos morais ultrapassados sendo referências para o norteamento de decisões individuais e coletivas. Um dos exemplos mais atuais que podemos ver hoje é a condição da mulher na sociedade. Ninguém mais tem dúvidas de que a mulher é tão capaz quanto o homem no desempenho de várias funções, mas é notório, na mesma proporção, que a mulher é preterida e menos valorizada em muitas situações. Outra situação igualmente descabida é a crença em que "Deus castiga", apregoada por muito tempo por algumas religiões ao longo da história da humanidade. Os próprios atributos de Deus descaracterizam essa crença, ou seja, não têm lógica que um ser reconhecido por sua suprema bondade possa usar o castigo como método de correção ou de punição. Porém, sabemos que tal crença, ainda hoje assombra os inconscientes incapazes de elaborar um raciocínio lógico.

É desta forma que de cultura para cultura, de religião para religião, mitos e crenças vão sendo criados e alojados nos inconsciente das pessoas de geração a geração, passando a fazer parte de suas regras morais, éticas, educacionais e base de criação de suas leis.

Não é difícil vermos comportamentos que são naturalmente tolerados e praticados em um país ou região e em outro é inadmissível. Leis que regulam o comportamento em um pais em outro é visto como absurdas.
Assim como esses aprendizados, outros tantos igualmente deturpados, jazem em nosso inconsciente participando ativamente de tudo que fazemos e de tudo que sentimos.
É assim de maneira muito sutil, que todas as experiências que vivemos ficam gravadas em nossa mente e, sem o nosso conhecimento ou consentimento, passam a agir como crivo e referência para todas as experiências futuras.

Quando criança me lembro de um senhor, tio de minha mãe, dizendo "depois que chegou a luz elétrica o Curupira e o Saci Pererê montaram na mula sem cabeça e sumiram e de lá para cá nunca mais ninguém teve medo deles".
Lendas e contos e até músicas infantis desenvolvem o medo nas crianças limitando suas potencialidades, alegrias e criatividades.
Quantas crianças não deixaram de fazer uma malcriação por medo do "homem do saco" e quantas outras ficaram sem ir ao banheiro da escola com medo da "loira do Banheiro", ou quantas ainda já perderam o sono por medo do "boi da cara preta ou da cuca que vem pegar"?

Por isso, com relação ao medo é preciso conhecê-lo e administrá-lo com racionalidade. É preciso saber que existem medos que atuam por um determinado período e desaparecem com o tempo, outros escravizam por toda uma vida.

Medo não é necessariamente sempre ruim, existe também o medo bom. É ruim o medo que limita, que paralisa e desorienta. E é bom o medo que nos impede da exposição exagerada ao perigo, que nos protege de agirmos com imprudência criando riscos à nossa vida e de outrem.

Numa próxima matéria, escreverei com mais detalhes sobre "O Medo Bom e o Medo Ruim".



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cardim
Ronaldo Cardim é Terapeuta Corporal e Psicoterapeuta Holístico, formado em psicologia, trabalha com as técnicas: Shiatsu, Zen-Shiatsu, Massoterapia Corporal, Massagem Bioenergética, Massagem de Alongamento, Sei-Tai (manipulação da coluna), Psicoterapia Holística, Relaxamento induzido, Hipnoterapia Condicionativa, Regressão (TVP).
Atende em seus consultórios em Tupã/SP (14) 3496.6310 e em Marilia/SP (14) 3413.9979

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