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Controle da Empatia

por Rodolfo Fonseca em Autoconhecimento
Atualizado em 05/12/2023 17:10:32


A mercantilização da empatia e sua conexão com a sociologia de Norbert Elias

Norbert Elias foi um dos sociólogos mais importantes da contemporaneidade. Alemão, de Breslau (1897 - 1990) e de família judaica, precisou - quando Hitler se tornou chanceler da Alemanha - fugir e exilar-se na França em 1933, estabelecendo-se posteriormente na Inglaterra onde passou grande parte de sua vida.

Em suas análises profundas sobre o desenvolvimento da civilização e da sociedade, oferece insights valiosos para entender o fenômeno da instrumentalização da empatia e sua relação com a convivência em uma civilização em constante evolução. Em sua pesquisa, Elias destaca a importância do "controle da empatia" e como um excesso de empatia pode, de fato, criar desafios na dinâmica social.

Elias argumenta que o desenvolvimento de uma civilização implica na internalização de padrões de comportamento socialmente aceitáveis, incluindo a regulação das emoções e da empatia. Isso significa que, à medida que uma sociedade evolui, seus membros precisam aprender a controlar suas reações emocionais, incluindo a empatia, para manter a ordem e a coesão social.
Em uma sociedade civilizada, muita empatia pode criar desafios na convivência. O excesso de empatia pode levar a reações emocionais intensas que, em certos contextos, podem dificultar a tomada de decisões racionais e a manutenção da ordem social.
Portanto, um certo grau de controle da empatia é necessário para a coexistência pacífica em uma civilização em desenvolvimento.

Já em relação à instrumentalização da empatia, nota-se uma tendência crescente de as pessoas demonstrarem mais empatia por animais de estimação, como cachorros e gatos, do que por outros seres humanos. Isso pode ser interpretado como uma manifestação de um desequilíbrio na empatia, onde a empatia é direcionada de forma desproporcional a animais em detrimento de nossos semelhantes.
A indústria de entretenimento frequentemente capitaliza sobre essa tendência, destacando histórias emocionantes sobre resgates de animais, adoções e laços entre humanos e seus bichinhos de estimação. As redes sociais e a cultura de compartilhamento amplificaram essa ênfase. As pessoas compartilham detalhes íntimos de suas vidas com seus animais de estimação, criando uma conexão pública com esses seres queridos de quatro patas. As histórias de resgates, tratamentos especiais e laços profundos com animais muitas vezes recebem mais atenção e interação online do que histórias similares envolvendo seres humanos.

Em última análise, a pesquisa de Norbert Elias nos lembra da importância de encontrar um equilíbrio saudável na expressão da empatia em uma sociedade civilizada. Enquanto o cuidado pelos animais de estimação é significativo, não devemos perder de vista a importância de estender nossa empatia a todos os seres humanos.
A empatia genuína, quando controlada e direcionada de maneira apropriada, é essencial para o funcionamento harmonioso de uma sociedade em constante evolução, onde a civilização e a convivência exigem pessoas razoavelmente cuidadosas e equilibradas emocionalmente.

Deixo aqui um link interessante com a fonte da imagem que estou usando, mas também com uma interessante reflexão sobre o assunto.


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Rodolfo Fonseca é co-fundador do Site Somos Todos UM
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