Outono na Grécia, uma jornada ao encontro do amor
por Rosana Braga em Almas GêmeasAtualizado em 08/04/2020 11:35:25
Nos últimos dias, tenho sentido uma alegria especial, que me faz sorrir em diversos momentos do dia! Aliás, desde janeiro isso vem acontecendo, mas a cada fase de um jeito diferente.
Não, não estou grávida, mas é como se fosse! E há quem diga que isso que está acontecendo comigo é realmente como ter um filho! Faz sentido!
O fato é que está para nascer, então, meu décimo livro! E você poderia dizer que eu já deveria estar acostumada, mas preciso explicar! Além de cada livro ser único, como cada filho, esse ainda me desperta um sentimento de realização inédito, porque é o meu primeiro romance - OUTONO NA GRÉCIA.
Através de uma delicada e intensa história de amor, conto a trajetória de uma mulher de 34 anos em busca de sua autoestima e do resgate de seu amor-próprio. Ela quer aprender a se posicionar em sua vida e em seus relacionamentos, e trilha um caminho lindo até chegar lá!
Nas duas últimas semanas, já publiquei outros trechos do livro, e agora vai mais um. Tenho certeza de que você vai se identificar com ela em algum momento. e isso pode fazer com que seu jeito de amar e de viver nunca mais sejam como antes!
Ou seja, você pode se tornar uma pessoa muito mais presente e. irresistível! Em breve, mais informações sobre o lançamento!
"Quando bateu o portão atrás de si, já do lado de fora da casa, Bárbara suspirou profundamente. Sentia um misto de alívio por ter saído dali e, ao mesmo tempo, um vazio pesado, um abismo entre ela e os pais que doía no fundo de sua alma.
Correu para o carro, deu partida e saiu, sem nem saber para onde estava indo. Decidiu ir mesmo para o restaurante e, quando menos esperava, sentiu as lágrimas escorrendo pelo seu rosto.
_ Que merda! Eu não devia ter vindo! - falou em voz alta dando um tapa na direção.
Por mais que nunca tivessem sido o triângulo papai, mamãe e filhinha mais bonito do mundo, ainda se lembrava de quando se sentia bem menos sufocada ao lado deles. Tinha mais paciência para os comentários prolixos da mãe e insistia mais diante das respostas lacônicas do pai.
Mas, ultimamente, estava cada vez mais difícil sustentar as conversas que não faziam sentido nenhum para ela. Queria tanto se sentir diferente, aceitando os pais como eram, sem julgá-los, sem esperar sempre uma outra palavra, um outro gesto, um outro olhar.
E quanto mais pensava, mais chorava. Sabia que estava soluçando e que a cena, vista de fora, devia estar ridícula. Manteve o olhar congelado para frente ao parar no semáforo. E quando voltou a acelerar, soluçou mais ainda, sentindo-se uma idiota por não conseguir se autorizar nem a chorar dentro de seu próprio carro.
"Onde é que fica aquele maravilhoso botão do 'foda-se' que Theo sempre me manda apertar? Por que o dele é tão acessível e eu sequer sei onde fica o meu?", fantasiou e continuou seu diálogo interno.
"Escuta aqui, dona Cida, abre o olho você! A Samantha disse que nem todo homem só quer sexo, que nem todos são nojentos! E é por pensar assim que você vive infeliz e reclamando da vida! E ainda ousa falar do meu casamento! E o seu? Não passa de uma grande farsa! Uma enorme mentira. Nada funciona! Nem o sexo é bom! Eu, pelo menos, tive a decência de me separar em vez de passar a vida toda xingando e reclamando do Pedro!"
Olhou-se rapidamente pelo retrovisor e sua aparência estava lastimável. Abriu o porta luvas rezando para encontrar uma caixa de lenços. Bárbara estava se desmanchando de frustração por não ter coragem de falar o que pensava para a mãe. Por nunca retrucar, nunca expor sua verdadeira opinião sobre o que dona Cida, ao contrário, nem hesitava enfiar em sua garganta e empurrar goela abaixo sem se preocupar com o que lhe causava, sem sequer perguntar o que é que ela pensava sobre sexo, sobre os homens e sobre casamento."
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