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Plutão em Capricórnio

por Marcia Mattos em Astrologia
Atualizado em 19/11/2008 16:21:16


Janeiro de 2008 a Março de 2023

A passagem de Plutão por um signo tem que ser analisada sempre por duas vias:
1) A primeira remete à intensificação, crise, radicalização das eventuais questões ou temas pertinentes ao signo que atravessa. Em seguida, à transformação desses mesmos temas problematizados ou expostos ao máximo por ele – ambos atributos do próprio Plutão.
2) A segunda é o inverso em uma formulação dialética. Isto é, a passagem do planeta transpessoal em um signo afeta os temas representados por este signo e as qualidades do signo ditam o modo de funcionar deste planeta.
No caso as funções próprias de Plutão são poder, resgate, renascimento e o que ameaça – a partir então das qualidades, do ambiente, do signo em que ele passa.

A Questão Ambiental

Com Plutão em Capricórnio, a crise, a ameaça, a intensificação dos problemas estará ligada a Terra como planeta, a sua sobrevivência ou sua defesa. A questão do meio ambiente passa a ser preponderante como uma forma de reverter ou estancar a já super má utilização dos recursos naturais.
Os vinte e poucos anos que Plutão permanecerá em Capricórnio alertam para os graves efeitos que o ataque ao meio ambiente vem causando. A exacerbação desses efeitos serão visíveis, e em alguns casos já totalmente irreversíveis, caso as medidas preventivas e reparadoras não sejam tão radicais e tão urgentes quanto a proporção dos danos até então causados. Cura ou destruição da Terra são as duas únicas opções.
A agricultura e a produção de alimentos estarão no centro dessa questão. Desde há muito um ponto da economia desvalorizado ocupará um dos focos de atenção mais determinantes de toda e qualquer política econômica em qualquer país.
A alta de preço dos alimentos, a valorização dos produtos agrícolas, das terras cultiváveis e da economia dos países que produzem alimento. – Por quê?
Como alimentar toda uma população que cresceu de várias maneiras: 1) a população que envelheceu; 2) o contingente populacional dos países emergentes que “melhoraram” seu poder de compra e passaram a consumir mais bens de produção, mas também mais alimentos e mais variados – contra um uso predatório das terras e em alguns países redução de áreas cultiváveis em favorecimento do plantio de produtos, não para fins alimentícios, mas de geração de energia, como o caso no Brasil da cana-de-açúcar e do álcool.
Podemos nos perguntar ou sentir a ameaça de uma escassez de alimento... vai faltar alimento?
Quais são os países que produzem fortemente alimentos? Quais são os países que protegem sua agricultura...
Com isto, gera-se mais um efeito típico da passagem de Plutão em Capricórnio: a radicalização no aproveitamento de tudo – a criação de políticas austeras contra o desperdício e a racionalização dos recursos naturais.
Os recursos naturais de uma maneira geral, suas fontes serão hipervalorizados e se pagará mais caro por eles. A alta do preço do petróleo é uma das manifestações desse quadro. Esta alta se iniciou com a conjunção de Júpiter e Plutão que é um ciclo típico de subida de preço do petróleo. Isto em final de 2007.

O Poder e a Questão Político-Administrativa

O poder volta a ter a sua cara de estado laico, superando aquela dos últimos anos, onde houve muitos casos de convergência entre Estado e Religião e, sempre quando isso acontece, a Democracia é prejudicada, pois Poder + Religião é poder sem limite. Inclusive sendo a religião então um apelo político e uma força de sustentação do poder.
Esta era chegou ao fim. Até porque os desafios que encontraremos serão de natureza tão material, como a sobrevivência do próprio planeta, que exigirão soluções e competências pragmáticas. Talvez por isso o braço da religião neste momento não seja um apoio tão tentador.
O poder volta a ter limite, só que seu aspecto mais forte será o administrativo. Um poder mais profissional ou auxiliado por um quadro de funcionários – conselheiros profissionais. O poder não estará para amadores ou para figuras carismáticas, mas sim pragmáticas.
Há ainda uma outra transformação do cenário político, deslocando o poder da esfera de simples usufruto de autoridade, mando, status, para esfera de realização, competência, resultado e trabalho. Como se ocorresse uma “profissionalização” do poder. O poder com cara de empresa ou reduzido a sua função administrativa ou de gestão. Melhor o governo que fizer uma melhor gestão e administrar de maneira eficiente, competente, econômica os recursos de seu país ou região.

A política volta a ter sua função reguladora, administradora e gerenciadora, dado a gravidade dos problemas enfrentados, e não apenas um lugar gerador de privilégios, divorciado dos problemas estruturais da sociedade. Um lugar de responsabilidade e soluções; não de discursos. Isto muda completamente a face dos dirigentes. A autoridade estará diretamente ligada à competência. É quem faz, sabe fazer, é que terá poder, com o Estado se parecendo mais com uma empresa mesmo.
Há de qualquer maneira uma total renovação dos nomes das figuras do atual cenário político. Não só de nomes, mas de perfis, com toda uma nova geração no poder.
Os nomes importantes do cenário político podem vir de quadros de empresas ou do cenário econômico, onde demonstraram bem sucedido empenho administrativo.
Lidar da melhor maneira profissional com a matéria e produzir dos recursos o máximo com economia será um conceito caro a todos.

No Campo Político

No Campo Político, podemos pensar também na criação ou fortalecimento de órgãos de supervisão com o poder de controlar os limites dos outros poderes – em cima do conceito super disseminado de prestação de contas.
O poder atual se desloca para outras geografias. Da América – bastante afetada pela passagem de Plutão em Capricórnio por vários planetas em Câncer do Mapa Natal dos EUA – para a Ásia.

Na Economia e no Campo de Trabalho

Como já foi falado, a exigência por uma gestão mais enxuta que evite desperdício de qualquer espécie estará no centro da economia. Podemos assistir a quebra de empresas, governos, instituições e bancos que estiverem inchados, com uma estrutura cara e fora de uma política de gestão mais austera com estruturas enxutas e eficientes.
O imenso trabalho de recuperação do meio ambiente por sua vez, gerará novos empregos, novas indústrias e até novas profissões e aquecerá todos os setores da economia ligados a este processo.
Toda uma nova economia estará sendo gerada no rastro desta tendência. Atividades de reciclagem, beneficiamento de lixo, reutilização de descartáveis, despoluição, reaproveitamento de fontes naturais, construção de casas ecológicas, etc.
Já está em estudo o processo de reversão do lixo, onde este faz o seu caminho de volta e retorna a produção. Esse é um dos sentidos mais profundos de economizar recursos, onde quase nada é jogado fora. Até porque já há claros sinais de escassez de recursos e de eminente falta de alguns deles.Uma das áreas críticas que já começa a se evidenciar é sobre a produção de alimentos, como alimentaremos toda a população mundial sem um controle radical da manutenção e qualidade das terras cultivadas ou com algumas delas se tornando áreas de produção de insumo para combustível.
Também é próprio desta passagem por Plutão em Capricórnio profundos reajustes da Terra, este planeta vivo que de tempos em tempos, por essas reacomodações, sofre todos os tipos de abalos causados pelas forças da natureza, terremotos, inundações, vendavais, etc.

O formato de trabalho/emprego que se conhece hoje também será totalmente revogado, inclusive com uma forte baixa do assistencialismo. Cada vez mais a idéia de um governo ou empregador – mãe, protetor, que “cuida” dos seus cidadãos ficará distante.
Já é conhecida a crise na Previdência Social que ocorre em muitos países, pelo desequilíbrio entre o que o governo precisa desembolsar para assistir os cidadãos sem que haja a contribuição proporcional dos indivíduos produtivos. Esta crise deve se agravar justamente pela oposição de Plutão em Capricórnio a Plutão em Câncer, entre 1914 a 1939 (quando este modelo foi criado), é este mundo que está sendo extinto.
Trata-se na realidade, de uma mudança radical de formato de trabalho, onde o indivíduo vai encontrando outros meios mais garantidos e auto-suficientes de se assegurar fora dos braços do Estado ou do empregador.

Como é próprio do Capitalismo, os próprios males e danos causados por ele geram as forças que movem a economia ao se produzir os meios de reverter os mesmos danos.
O que também é próprio de Plutão: a cura vem da própria destruição – a reversão vem da intensificação do dano. O surgimento de novas profissões, formatos de trabalho e a criação de novos serviços serão um item poderoso para girar a economia – como foi o caso da passagem de Plutão em Virgem (de junho de 1958 a agosto de 1972) e da super conjunção em Capricórnio (quando Saturno, Urano e Netuno lá estiveram simultaneamente de fevereiro de 1988 a janeiro de 1996).

Toda vez que planetas lentos atravessam signos de terra há uma forte reformulação da economia, do trabalho e da exploração da terra e seus recursos. A onda ambientalista e verde praticamente se configurou e passou a ser um tema com a passagem daqueles planetas em Capricórnio.
A economia tende, portanto, a buscar um funcionamento enxuto, minimalista, suficiente, gastando pouco, utilizando tudo ao máximo: pessoal, espaço, etc. Produzir com o máximo de rentabilidade, precisão e previsibilidade – reduzindo os custos que não estarão baixos.
Daí a valorização, o grande aproveitamento e o surgimento de profissionais que propõem ou supervisionam esta rentabilidade, controle e precisão. Profissionais de precisão em todas as áreas serão muito cotados para que se restrinja ao mínimo o fator risco.
Contabilidade, estatística e controle serão áreas privilegiadas de trabalho ou profissionais que proponham redução de gasto de recursos e diminuição de custo nas operações. Assim como todos os atuantes na área de reciclagem, reaproveitamento, beneficiamento do lixo, ambientalistas, etc. e outras profissões e serviços incalculáveis.

O declínio de marcas ou empresas poderosas estabelecidas, consolidadas por muitas décadas e consideradas imunes à decadência. Por outro lado, se opera um ressurgimento de marcas e empresas tradicionais que fizeram uma total reconstrução de seu negócio, se sanearam economicamente, ajustaram suas finanças e se reerguem enxutas.
Seguro, estável, garantido, durador: são esses os estados de coisas ameaçadas. É isto que está para ser profundamente abalado. Um dos efeitos colaterais disto será a criação de seguro para tudo e inclusive seguro de seguro... tudo privado, naturalmente.
Seguro desemprego feito pelo próprio indivíduo, seguro-férias, seguro aposentadoria, seguro falência, seguro risco financeiro, seguro desvalorização imobiliária.
Será mais lento e mais difícil se fazer dinheiro. A idéia do dinheiro fácil, de grandes margens de lucro ou de lucros gigantescos de aplicações financeiras também se modifica.
Ganha-se...mas com uma margem menor. Essas fortunas recentes que foram feitas na escalada dos países emergentes, da nova Rússia, da China ou na bolsa de valores com a passagem de Plutão em Sagitário se retrai.

A Extensão da Vida

Vamos todos durar mais. A prorrogação da vida é um fato. Com isto, algumas questões de natureza econômica se colocam – como essas pessoas serão sustentadas? Trabalharão por mais tempo? Contribuirão à previdência por mais tempo? Serão criados novos órgãos ou sistemas de planejamento de renda para a sustentabilidade de mais anos de vida? Terão empregos para os mais velhos, para que não se tornem um peso para a sociedade?
Se a previdência social já é comprometida hoje – e deficitária na maior parte dos países – como será com um número maior de pessoas usufruindo dela por mais tempo?
Se seremos mais velhos por mais tempo, como modificar esse conceito no imaginário e torná-lo atraente e não desvalorizado como tem sido em relação à juventude que é o grande bem?
E quanto ao seguro de saúde? Como os contribuintes poderão utilizá-lo segundo todas as suas necessidades típicas da prorrogação de uma idade mais avançada quando realmente fazemos uso desse beneficio? Como os seguros de saúde vão corresponder? Já que os idosos vão sacar esses benefícios?

O quê ganha força e poder ou o quê é revitalizado e ressuscitado

Quais os valores valorados?
Podemos assistir ao ressurgimento de um cenário mais conservador. Tudo que é tradicional, antigo, histórico, que nos remete a um passado será resgatado e revitalizado. Desde bairros decadentes, mas que representam a manifestação e sobrevivência de um passado importante até países e cidades que têm importante patrimônio histórico e cultural.
Por quê? Porque simplesmente voltamos de tempos em tempos a prezar aquilo que foi esquecido, abandonado, desprezado depois de um saturamento da experiência de algo no presente – no caso a modernidade, o high tech, o contemporâneo. Este tempo ou cultura do passado que ficou preservado desta saturação volta a nos atrair.
Outro forte valor a ganhar poder e a fascinar é o do minimalismo em toda a sua extensão – a coisa do despojamento, do básico e do essencial, do não supérfluo, de um certo classicismo, e principalmente daquilo que no fundo, no fundo é o que conta ou o que fica na corrente contrária ao vale tudo...por quê? Porque simplesmente é mais seguro.

O Quê desafia ou ameaça

A perda da segurança, da previsibilidade, da estabilidade, das garantias. A destruição da crença de que o adquirido é garantido e o estabelecido, durador.

A Questão do Tempo

Este sentimento de urgência, de que tudo deve ser rápido, atendido prontamente e que dura pouco – esta “vertigem” do tempo – e a aceleração dos ciclos – tudo é rápido, para já, passageiro e precoce – as coisas se desenvolvem muito precocemente e os adolescentes têm pressa em sair da infância e gozar alguns privilégios da vida adulta. Tudo isto fruto da passagem dos planetas lentos pelo signo de Aquário...
E agora? Capricórnio é um signo que pede maturação, tempo para os ciclos florescerem. E a vida que vai durar mais? Com toda esta pressa? Com que... então?
As doenças emocionais da última década foram ansiedade e dos anos mais recentes depressão... e agora?

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marcia
Marcia Mattos é é astróloga, professora e escritora do Livro da Lua (Ed. Novo Século), edição anual desde 2000, Síndromes de Plutão e Planetas Exteriores (Ed. Agora), e Vocação, Astros e Profissões (Ed. Agora).
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