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Está na hora de agarrar seus sonhos

por Adília Belotti em Autoajuda
Atualizado em 21/01/2005 12:52:23


Pular da cama e abocanhar o dia! Passar manhãs e tardes empinando sonhos feitos pipas! E adormecer com a sensação de que a vida apenas começou e que, no dia seguinte, se Deus quiser, tem mais! O que será que é preciso para a gente viver assim tão intensamente?

Por que, tantas vezes nos arrastamos por dias sempre iguais, incapazes de realizar nem mesmo o menorzinho dos nossos projetos? E deixamos se acumularem na coluna do débito as promessas de começar o regime, de caminhar de manhãzinha, de procurar um emprego mais satisfatório ou de sair de uma relação desgastada...

Afinal, o que está faltando para a gente recuperar o controle dos nossos anseios? Talvez uma boa resposta fosse motivação, ou aquilo que em inglês eles chamam de drive, uma espécie de empurrão interno que nos anima a dizer sim para a vida.

Nesta nossa época, motivação é um assunto tão importante que é cadeira de universidade e existem até especialistas em descobrir formas de extrair a fórceps os nossos sonhos de dentro de nós mesmos. Um destes estudiosos, um americano chamado Jason Gracia, me enviou uma newsletter interessante, cheia de dicas e idéias para nos fazer levantar da cadeira da acomodação.

E mesmo correndo o risco de dar um tom muito “auto-ajuda” para esta coluna, vou dividir algumas com você:

1. Escreva sua história. Conte em um ou dois parágrafos qual é o seu objetivo, como você se vê quando conseguir realizá-lo e como você acha que vai estar se sentindo neste momento. Escrever, de certa forma, é assumir um compromisso consigo mesmo. Reler o que você escreveu refresca seu contrato interno.

2. Além de escrever, tente visualizar o futuro. Feche os olhos e experimente se enxergar fazendo aquilo que você se propôs. Recheie sua cena com os mínimos detalhes. Por exemplo, se seu sonho é parar de fumar, imagine-se em várias situações sem o cigarro na boca. O que você vai dizer, como vai estar se sentindo. Tente até perceber qual vai ser seu cheiro e como, por exemplo, seu parceiro ou sua parceira vão reagir ao seu novo hálito. Enfim, deixe a imaginação rolar em torno desta nova situação. A idéia é que a vida que a gente deseja comece dentro de nós.

3. Defina uma data para começar e uma data para terminar e mantenha-se dentro deste prazo. Quanto mais específico e detalhado for seu projeto, mais chances ele tem de se tornar realidade.

4. Meça seus progressos e invente formas de se auto-recompensar pelas vitórias. Faça alguma coisa que o deixe feliz para celebrar cada pequeno avanço em direção ao seu sonho. Você trabalhou duro e merece uma recompensa.

5. No meio do caminho, talvez você precise renovar suas promessas consigo mesmo, lembrando-se por quê está fazendo isto. Não seja negativo nesta hora. Pense em tudo que já conseguiu e valorize sua caminhada. Neste momento, também, tome cuidado com amigos-sombra que parecem ter sempre um jeito de nos fazer duvidar de nós mesmos. Ao reconhecer estas atitudes, elas perdem seu poder de contaminar você.

6. Aprenda tudo sobre sua meta. Por exemplo, se você quer emagrecer, informe-se sobre dietas; sobre as motivações, muitas vezes inconscientes de quem come demais; sobre as doenças associadas ao excesso de peso. Ler, saber, interessar-se pelo assunto é uma forma de se apoderar dele e isto acaba trabalhando a seu favor.

Gostei destas dicas. Mas fico pensando que na base da motivação, quer dizer, antes de qualquer uma destas táticas poder fazer algum efeito, a gente precisa de algo mais.

E aí lembrei de ter lido um dia numa conferência sobre Federico Garcia Lorca, o poeta espanhol, na qual ele explorava uma idéia embutida dentro de uma palavra-mágica: duende. Em espanhol, duende não se refere apenas àqueles espíritos travessos que habitam as casas, mas, aponta sobretudo para um encanto interior difícil de explicar. Um poder misterioso que habita em nós e que transforma qualquer ação banal em uma aventura e faz o sangue correr mais rápido no corpo. “Os grandes artistas do sul da Espanha, diz o poeta, sejam eles ciganos ou flamencos, quer eles cantem, dancem ou toquem, sabem que não é possível nenhuma emoção sem a presença de duende".

Este duende de que fala Garcia Lorca não nasce de lugar nenhum fora de nós. Ele brota das nossas entranhas e colore de vermelho as nossas vidas apagadinhas. “A chegada de duende pressupõe sempre uma mudança radical em todas as formas e derruba por terra os velhos hábitos. Ele chega com sensações de frescor totalmente inéditas, com uma qualidade de rosa recém-criada, de milagre, que chega a produzir um entusiasmo quase religioso”.

Duende é pura paixão pela vida. O poeta continua: “O duende ama as fronteiras, as feridas, e se aproxima dos lugares onde as formas se fundem em um anseio superior a suas expressões visíveis”. Ter duende é ser capaz de agarrar as oportunidades com os dentes. Ou, como diria um outro pensador do século passado, Henry Thoreau, “Sugar o tutano do dia”. E brindar à vida, com olhos úmidos e agradecidos.

Com duende, sim, todos os dias nos encontrarão ativos, autênticos fazedores de sonhos.



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adilia
Adília Belotti é jornalista e mãe de quatro filhos e também é colunista do Somos Todos UM.
Sou apaixonada por livros, pelas idéias, pelas pessoas, não necessariamente nesta ordem...
Em 2006 lançou seu primeiro livro Toques da Alma.
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