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Auerauara

por WebMaster em Autoconhecimento
Atualizado em 30/06/2003 12:03:28


(o que existe de melhor dentro de nós)

O corpo humano é o resultado de milhões de anos de evolução.
Em sua anatomia, mora a sabedoria da vida.
Apesar das condições distintas, são todos iguais.
Sem tirar, nem pôr.
As costelas abrem.
O diafragma desce.
O ar é sorvido pelas narinas.
O coração pulsa.
O sangue flui, captura o oxigênio
e o leva aos confins do corpo
para que lá a ação se faça
gesto contínuo de criação.


Cada um de nós faz aquilo que lhe convier com o corpo.
Em nossa educação, não somos preparados para lidar com ele. Não aprendemos nada sobre a respiração, sobre a postura, sobre a alimentação, sobre a sexualidade. Utilizamos o corpo sem nos aprofundarmos em suas aptidões. À medida que ele dói ou apresenta alguma disfunção, colocando em risco a saúde, providenciamos alguém responsável, algum especialista, para dele cuidar.
Esta ignorância nos faz passar pela vida sem perceber o quão maravilhoso é o corpo humano. Sem perceber que, quanto mais afinarmos nosso instrumento corporal, mais profunda e expansivamente a vida poderá revelar-se através de nós.

Nós nos satisfazemos com as necessidades básicas e deixamos de experimentar todas as potencialidades que ele pode nos proporcionar. Agimos com o corpo como se fosse o pecado que carregamos. Não desvelamos seus segredos mais profundos, não aprendemos a escutar seus sinais, a propagar sua magia.
Não existem fórmulas milagrosas – não se engana a vida – da mesma forma que, rotineiramente, alienamo-nos do corpo, também podemos, rotineiramente, resgatá-lo abrindo-nos à sua consciência.
A maioria das pessoas passa pelos seus dias e acorda, toma banho, alimenta-se, trabalha, relaciona-se e, na maioria das vezes, não se dá conta do próprio corpo nestas atividades – o que importa é o que você faz, não o que você é.
Comem sem saber,
bebem sem saber,
respiram sem saber,
menstruam sem saber,
crispam sem saber.
Não há intenção de se conhecer.
Não é do costume.


Como criar o costume de se conhecer? Sem o outro, sem referências... Conhecer o absoluto – o brilho e a sombra – sem trégua, como a vida. Abundante de sensações, pensamentos, atitudes invioláveis, comportamentos de que até Deus duvida.
Conhecer-se sem adjetivos, sem explicações, sem justificativas.
Observador de si e humilde perante a sabedoria milenar do corpo.

Muitos instrumentos existem, muitos são os exercícios, as práticas, os rituais, as vivências, as transcendências, porém, sempre possuímos a necessidade controladora de querer chegar a resultados objetivos; queremos saber onde tudo pode nos levar, aonde podemos chegar.
Crenças remetem ao uso utilitário das técnicas e propostas que possamos encontrar na vida. Por mais espiritual que seja, sempre esperamos que as coisas nos tragam respostas.

Para saber-se corpo, é necessário desapegar, rebelar-se contra o comportamento rotineiro e se sentir presente em cada coisa que se faça. Apaixonar-se por sua presença na vida, por mais caótica e tempestuosa que ela possa parecer, com barreiras intransponíveis.
Ao buscarmos uma prática, não devemos esperar respostas imediatas. Uma prática, seja ela qual for, não é um remédio, será sempre a oportunidade que temos de nos conhecer, perceber e sentir; será sempre a oportunidade de depararmo-nos com os nossos limites e conquistas, para, a partir daí, termos, com nosso cotidiano, uma relação transformadora. Não podemos nos permitir deixar-nos hipnotizar pelas imagens esculpidas na aparência. Estas imagens fomentam nossa ilusão.

Temos que silenciar para que o corpo revele suas necessidades, revele sua essência, demonstre suas tensões, suas fraquezas. Não é um trabalho fácil. É necessária muita coragem e muita dedicação. É necessário fazer com que o processo de harmonização do nosso corpo torne-se uma prioridade em nossas vidas.

A maior parte de nossos padrões comportamentais e nossas reações emocionais são forjados até, aproximadamente, os sete anos de idade, como alicerce do nosso ser. O restante do tempo vivemos confirmando ou negando esses padrões.

Nosso primeiro amor são os nossos pais. São eles que recebem o espírito e moldam a alma, implantando em nosso DNA as informações hereditárias e as informações desta nova encarnação. Esta parte de nossa vida não há como mudar; já aconteceu, está inscrita em nossos comportamentos. O que nos resta é do agora para o futuro. O futuro é o que está conscrito no instante presente da nossa força.

Desde a fecundação, cada informação psíquica e emocional é memorizada em cada célula. Uma memória biodinâmica gerida pela fusão dos encontros. Nosso crescimento expressivo se dá pelo mimetismo. Nós, crianças, observando. Primeiro, nossos pais; depois, o social. O amor é traduzido através do toque, do olhar, do cheiro, do cuidado, da atenção. Da firmeza, e da presença. Não existe presente que o substitua, nem agressões que se justifiquem. Mesmo que saibamos e compreendamos, se o amor não esteve presente, o que fica é o que a gente sente.

O amor é o que integra os quatro pontos cardeais do nosso ser: o espiritual, o físico, o emocional e o psíquico. E no corpo está a morada do espírito, o bioquímico do animal, a fonte da expressão e a ação consciente. O movimento é sincrônico, constante, inter-relacionado e propagador.
Somos conseqüência do passado e alimento para o futuro com um hiato no centro, chamado livre arbítrio. Aqui fazemos nossa história. Tecemos nosso destino. Vivemos nossa lenda pessoal.

A única matéria que temos é o corpo; o resto, possuímos. Possuir não nos modifica, só nos conforta.
Nesta matéria, ao olharmo-nos no espelho, inteiros e nus, encontramo-nos ali, num reflexo. Diante do que construímos para nós mesmos. Não há o que esconder. Se encararmo-nos e observarmos a simetria, as proporções, os volumes, a sustentação, o direcionamento, a projeção e o brilho do corpo, podemos começar a perguntar se nos reconhecemos nele; se ao fecharmos os olhos e entregarmo-nos à escuridão, sentimo-nos nele e em paz. E se o mostraríamos, a todos, como nosso bem mais precioso.

Se há conflito, é porque há uma grande busca a ser implementada. Mesmo que acreditemos que pau que nasce torto morre torto, a vida não é definitiva. Mesmo que, olhando no espelho, cheguemos à conclusão de que nos permitimos ficar deformados, somos matéria em transição. Mesmo que estejamos à beira da morte, um segundo é o suficiente para tocarmos a eternidade.

Podemos nos repetir e aceitar nossa condição, perpetuando o destino que escreveram para nós. Ou associarmo-nos como cúmplices da vida e irmos em busca do que está escrito nas estrelas. O que só a nós cabe encontrar.

Rosam Cardoso - Terapeuta Corporal Holístico
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