Livre mercado Vs. Coerção social

Livre mercado Vs. Coerção social

Autor Rodolfo Fonseca

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 18/08/2025 16:36:09


Na visão libertária, há apenas duas formas de estruturar uma sociedade humana: o mercado livre, onde as interações são espontâneas e voluntárias, ou a força, quando o controle é imposto com coerção. Essa distinção é afiada e esclarecedora, revelando as fundações éticas que sustentam nossas instituições e convívios.

O mercado livre não é apenas economia: é um mecanismo natural de coordenação entre milhões de indivíduos agindo em interesses próprios, criando ordem sem autoridade central. Como diz Friedrich von Hayek: "Esta divisão do trabalho sobre a qual repousa nosso sistema econômico é o melhor exemplo de uma ordem renovada diariamente. Na ordem criada pelo mercado, os participantes são constantemente levados a responder a eventos que desconhecem diretamente, de forma que assegura um fluxo contínuo de produção... Essa ordem, que consiste na adaptação a circunstâncias múltiplas que nenhuma pessoa pode conhecer completamente, está incorporada em relações como aquelas entre preços e custos dos produtos e a respectiva distribuição de recursos."

A ideia é que os preços funcionam como sinais cruciais, canalizando conhecimento disperso e possibilitando coordenação, sem necessidade de um "projetista onisciente".
Em contraste, quando a ordem social é imposta por meio da coerção estatal, a liberdade é suprimida. Como alerta Milton Friedman: "Sempre que abandonamos a cooperação voluntária e tentamos fazer o bem usando a força, o mau valor moral da força triunfa sobre as boas intenções."
A coerção, mesmo se motivada por justiça ou bem-estar coletivo, transforma a moral em imposição e corrompe o escopo da autonomia individual.

Na ótica libertária, há somente duas maneiras de obter riqueza: criar valor ou extrair valor à força.
A produção e troca livre formam o cerne de uma sociedade justa; a pilhagem política, paradoxalmente legalizada, corrompe a sociedade e concentra privilégios.

O mercado não é um espaço amoral; ele é fundamentado em valores: respeito à propriedade, consentimento mútuo e liberdade. Friedman já alertava que: "Quem acredita em aristocracia e socialismo deposita fé no governo centralizado, em uma regra por comando em vez de cooperação voluntária."

A coordenação que emerge do mercado livre não depende de um comando central, mas de indivíduos livres buscando seus próprios interesses e, ainda assim, gerando ordem colectiva. Criptomoedas como o Bitcoin são um exemplo contemporâneo disso. Elas surgem como sistemas monetários sem necessidade de bancos centrais, permitindo transações peer-to-peer (ou P2P é um modelo de rede onde cada computador (ou nó) atua como cliente e servidor, permitindo a troca direta de dados e serviços sem a necessidade de um servidor centralizado. Essa arquitetura é usada em várias aplicações, incluindo compartilhamento de arquivos, sistemas de pagamento e empréstimos entre indivíduos).
"Libertários ideológicos gostaram da ideia de uma moeda fora do controle governamental [...] O Bitcoin se tornou um mecanismo útil para escapar de controles cambiais." Law & Liberty
Além disso, há estudos que afirmam que mercados de cripto podem funcionar como formas autogeridas de governança, uma verdadeira ordem espontânea em ação.
Mesmo com quedas de preço, o impulso libertário permanece forte: criptomoedas são vistas como uma alternativa mais rápida, mais barata, mais acessível e mais descentralizada que o sistema financeiro vigente.

O mercado nem sempre é justo...

A liberdade é o solo fértil onde floresce a justiça espontânea. Quando indivíduos interagem livremente, a coordenação se torna natural e moral. Por outro lado -e isso é onde mora o perigo- a força, mesmo disfarçada de benevolência, torce os princípios, impede o florescimento autêntico e subtrai o valor da ação individual.

Liberdade, para o libertário, não é apenas um ideal; é a fundação ética da convivência humana, onde valores não nos são impostos, mas nascem do próprio respeito ao outro.

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