Os famosos 10 ciclos que Sergio Scabia utilizava

Os famosos 10 ciclos que Sergio Scabia utilizava

Autor Rodolfo Fonseca

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 20/12/2025 18:43:18


Quem conviveu com o Sergio Scabia, em algum momento, certamente ouviu ele mencionar algo chamado simplesmente de "os 10 ciclos".
Muita gente experimentou, sentiu efeitos, mas quase ninguém sabia explicar exatamente o que era e o próprio Sergio nunca se preocupou em escrever sobre isso...
Não tenho uma foto dele com o aparelho, então pedi pra IA criar algo e ela chegou bem perto... era algo assim, mas com os fones, presos ao joelho dele, como se a "pele estivesse escutando"...
Este texto nasce justamente para esclarecer essa referência, preservar a memória e contextualizar uma prática muito comum no universo terapêutico dos anos 80 e 90.

O contexto da época
Nos anos 80 e 90, o universo das terapias alternativas vivia um momento muito particular. Ainda não existiam aplicativos, estudos neurocientíficos amplamente divulgados ou nomes técnicos sofisticados. O conhecimento circulava de forma oral, em cursos informais, grupos de estudo e principalmente pela experiência direta.
Foi nesse contexto que se popularizaram técnicas baseadas no uso de sons rítmicos repetitivos para induzir estados profundos de relaxamento, analgesia e reorganização interna. Hoje isso é conhecido como Brainwave Entrainment ou sincronização cerebral, mas naquela época esses termos quase não eram usados. Falava-se simplesmente em sincronização dos hemisférios, treinamento cerebral, indução por frequência ou, no caso do Sergio, apenas "os ciclos".

O que eram, na prática, os "10 ciclos"?
A técnica utilizada pelo Sergio consistia em uma sequência de sons organizados em ciclos, geralmente gravados em fita cassete e ouvidos em um walkman com fones de ouvido. Cada ciclo tinha um padrão sonoro específico, uma duração determinada e uma função dentro do processo. Não havia discurso, sugestão verbal ou promessa de cura, a orientação era simples, coloque o fone onde está doendo e deixe a pele "vibrar" aquela frequência.

Os chamados "10 ciclos" eram uma sequência completa, pensada para conduzir a pessoa por diferentes estados internos, começando por uma leve ativação e chegando a um relaxamento profundo, seguido de um retorno gradual.
Cada terapeuta que utilizava essa técnica costumava ajustar os ciclos de acordo com sua própria experiência. Se existia um protocolo rígido ou universal, sinceramente eu não sei...


Por que era usado para dor e inflamação?
Na época, não se falava em sistema nervoso parassimpático, cortisol ou neuroplasticidade. A explicação era mais simples: "O corpo entra em um estado de reorganização."
Hoje sabemos que sons rítmicos repetitivos podem reduzir a percepção da dor, induzir relaxamento profundo, diminuir tensão muscular e favorecer processos naturais de recuperação.

Sergio aplicava essa técnica com naturalidade, muitas vezes sugerindo que a pessoa colocasse o som próximo à região dolorida ou simplesmente escutasse de olhos fechados. Não havia ritual, nem misticismo, apenas experiência e os benefícios de anos usando aquilo. Tenho várias lembranças da empresa onde nos conhecemos, onde ele andava com um walkman pendurado na cinta ou no bolso, com uma fita que ele chamava de 10 ciclos. Os fones de ouvido ficavam presos a parte do corpo que doía com fita, elástico ou da forma que era possível.
Ele ia visitar clientes, fazia reuniões, vendia projetos milionários de linha de produção com esses fios pendurados pelo corpo. Uma figura!

Uma prática comum, mas pouco documentada
É importante dizer: os "10 ciclos" não eram uma invenção do Sergio. Eram uma prática relativamente comum entre terapeutas holísticos, praticantes de meditação e estudiosos do autoconhecimento nos anos 80 e 90, no Brasil e fora dele. O que tornava a forma do Sergio especial era a simplicidade, a ausência de promessas, o foco na vivência direta e a coerência com seus valores de humildade, simplicidade e compaixão.
Ele não se colocava como dono da técnica, nem como curador. Apenas como alguém que compartilhava algo que fazia sentido naquele momento.

E por que ele nunca escreveu sobre isso?
Quem conheceu o Sergio sabe: ele escrevia sobre o que considerava essencial.
E, para ele, os "10 ciclos" eram uma ferramenta, não um fim. Talvez por isso nunca tenha se preocupado em registrar essa prática em palavras. Para ele, bastava que funcionasse quando fosse necessário e que fosse usada com consciência, respeito e bom senso.

Este artigo não tem a intenção de transformar os "10 ciclos" em método, marca ou promessa terapêutica. Ele existe apenas para registrar uma referência histórica, esclarecer dúvidas e preservar a memória de uma prática que marcou muitas pessoas que passaram pelo caminho dele. Assim como muitas coisas daquele tempo, era simples, imperfeita e profundamente humana. E talvez justamente por isso tenha funcionado.

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